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2009-04-30

Eta Aquarids - Chuva de estrelas


Esta chuva de estrela tem um pico de cerca de dez meteoritos por hora nos dias nos dias 5 e 6 de Maio de 2009. É possível observá-las entre os dias 4 e 7 de Maio de 2009, de manhã.
Os meteoritos Eta Aquarids provêm do cometa Halley e enchem o céu de "estrelas cadentes" duas vezes por ano, quando a Terra passa perto da órbita do cometa. Embora o próprio Halley possa estar muito longe da Terra, os pequenos fragmentos da sua cauda continuam a atravessar as regiões mais internas do sistema solar. O Halley retorna a cada 76 anos ao sistema solar e nesses encontros o sol evapora cerca de seis metros de gelo e rochas do núcleo do cometa.
Os restos e partículas, que podem ser do tamanho de grãos de areia, dispersam-se gradualmente ao longo da órbita do cometa e formam uma longa estrada de poeira espacial, que cruza a Terra em Maio e em Outubro. Os meteoritos receberam o nome de uma estrela da constelação de Aquário porque a chuva de meteoritos sobre a Terra parece acontecer próximo dessa estrela.

Ano Internacional da Astronomia - Dia 121

Nubelosa América do Sul (N49).
Fonte:Y. Chu (UIUC) e colaboradores.

Esta imagem composta foi obtida com o telescópio Hubble dos filamentos resultantes da explosão de uma supernova na Grande Nuvem de Magalhães. Conhecida por N49, esta zona do espaço ocupa cerca de 30 anos-luz. A luz emitida pela estrela que originou a explosão chegou à Terra há milhares de anos atrás, mas a N49 tornou-se fonte de especial atenção há poucos anos atrás quando, em 1979, vários satélites detectaram uma intensa explosão de raios-gama vindos desta zona. A fonte desta intensa radiação é hoje conhecida como uma estrela de neutrões altamente magnetizada, em rápida rotação, resultante também da explosão original que criou o remanescente de supernova N49.

2009-04-29

Ano Internacional da Astronomia - Dia 120

Nebulosa Medusa.
Fonte: Johannes Schedler (Panther Observatory).
A Nebulosa Medusa, com 4 anos-luz de diâmetro, consiste de um emaranhado de filamentos serpentóide que são formados de gases irradiados. Essa constelação é também conhecida como Abell 21. A medusa é uma nebulosa planetária velha que está a 1500 anos-luz afastada da constelação de Gêmeos.
Em consonância com a sua origem mitológica, essa nebulosa é associada a uma transformação dramática, uma vez que ela representa o estágio final da evolução de estrelas de pouca massa, como o nosso Sol, que se transformam de gigantes vermelhas em anãs brancas e nesse processo encolhem as suas camadas exteriores.

2009-04-28

Ano Internacional da Astronomia - Dia 119

Remanescente da supernova Simeis 147.
Fonte: Digitized Sky Survey.
É fácil perdermo-nos nos intricados filamentos desta imagem detalhada do ténue resto de supernova Simeis 147. Situado na constelação de Touro, cobre quase 3 graus (6 Luas Cheias) no céu, o que corresponde a um diâmetro de 150 anos-luz, a uma distância de 3 000 anos-luz.
Os restos desta supernova tem uma idade aparente de cerca de 100 000 anos - o que quer dizer que a luz da masiva explosão estelar alcançou a Terra há 100 000 anos atrás. A catástrofe cósmica também deixou para trás uma estrela de neutrões ou pulsar, tudo o que resta do núcleo da estrela original.

2009-04-27

Ano Internacional da Astronomia - Dia 118

Nubelosa "Vassoura da Bruxa".
Fonte: T. A. Rector (U. Alaska).
Há dez mil anos atrás, antes da existência de registros históricos, um nova luz deve ter aparecido repentinamente no céu e se apagado em poucas semanas.
A imagem acima é a ponta oeste da nebulosa conhecida tecnicamente como NGC 6960, mas também conhecida como "Nebulosa da Vassoura da Bruxa". A nuvem de detritos em expansão ganha cores ao varrer e excitar gases próximos.
O remanescente dessa supernova fica a cerca de 1400 anos-luz de distância na direção da constelação do Cisne. A ‘Vassoura de Bruxa’ ocupa no céu uma dimensão equivalente a três luas cheias. A brilhante estrela 52 Cygni, no centro da imagem, é visível a olho nu e não tem relação com essa supernova.

2009-04-26

Ano Internacional da Astronomia - Dia 117

Nebulosa da Águia fotografada a infra-vermelhos.
Fonte: NASA/JPL-Caltech/N. Flagey (IAS/SSC) & A. Noriega-Crespo (SSC/Caltech).
A Nebulosa da Águia (também conhecida como M16, ou Messier Object 16) é uma nebulosa localizada na cauda da constelação de Serpente. Contém um berçário de estrelas jovens e é muito luminosa. Apresenta uma torre de gases e poeiras com aproximadamente 9,5 anos-luz, ou seja, sensivelmente o dobro da distância entre o Sol e a segunda estrela mais próxima da Terra.
Na imagem é possível visualizar duas zonas com cores distintas. A coloração deriva da diferente temperatura dos gases emitidos pelo enxame. Na parte superior, a concentração de oxigénio é bastante superior às restantes enquanto que na parte inferior, a concentração de hidrogénio é dominante, e daí resultam as duas cores apresentadas na imagem.

2009-04-25

Teatro de sentimentos

Perdão é um acto,
A agressão, uma cena,
No palco do teu carácter.
As batidas do coração,
Como pancadas de Molière,
Dão início à paixão,
Que não se representa,
Porque a personagem está tensa,
Incapaz de contracenar,
Com alguém que só quer amar.

Quando o Sol se acende,
Como o grande holofote da vida,
Interpreta-se o masculino,
A que se sucede o feminino,
Na representação da Lua.
É por isso que no escuro da rua,
Os beijos dos namorados,
No céu são celebrados,
Como encontros isolados,
Como eclipses preparados,
Para ofuscar o masculino,
Pelo poder do feminino.
Entra em cena a saudade,
Chorosa, lacrimejosa,
Como eterna invejosa,
Dos sentimentos que teve.
Com deixa longa ou breve,
Canta o fado que se escreve
Entre as fases da Lua,
Com os signos das constelações,
Que lhe lembram as emoções,
Sentidas nos solstícios,
Das quais ainda há resquícios.

Dependendo do cenário,
Canta como um canário,
A personagem Alegria.
Normalmente durante o dia,
Até que se esvazia,
Na lúgubre melancolia.

Lá do norte,
Não é que isso importe,
Sai a singular nostalgia,
Que contrasta com a magia,
Da Dança dos Cossacos,
Que ao abanarem os sovacos,
Geram grande empatia.

Grita a raiva furibunda,
Entrou em crise profunda,
Mais parece uma psicopata,
Dizendo que tudo mata.

Por entre essas mortes vagueia,
A sossegada Tristeza.
Não respira. Faz apnéia.
Ninguém tem a certeza,
Se choraminga, sem berradeira.
Tem a Angústia por companheira,
O Medo à cabeceira,
O Desgosto por conselheiro,
E o soluço por obreiro.

O ódio, até a si corrói,
Num simples ácido visceral,
Mistura opostos, e mói,
O personagem principal.

De facto é no primeiro acto,
Que se percebe o perdão,
E no último a agressão,
No palco do teu coração.

Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 17 de Abril de 2009.

Ano Internacional da Astronomia - Dia 116

Nebulosa do Quadrado Vermelho.
Fonte: Peter Tuthill (Sydney U.) e James Lloyd (Cornell).
Imagens no infravermelho, obtidas com o Telescópio de Hale (Caltech) e com o Telescópio Keck II (Caltech/NASA) revelaram um objecto extraordinário: o "Quadrado Vermelho". Trata-se de uma nebulosa bipolar em torno de uma estrela quente, MWC 922. O grau de simetria apresentado pelas intrincadas formas lineares torna a nebulosa do Quadrado Vermelho o objecto desta complexidade mais simétrico alguma vez observado. Os lobos cónicos são cruzados por uma série de barras bem definidas que terminam em nós brilhantes; uma faixa escura equatorial atravessa o centro e delimita arcos hiperbólicos simétricos.

2009-04-24

Ano Internacional da Astronomia - Dia 115

Remanescente de supernovas.
Fonte: Gemini Observatory.
O observatório de raios-X Chandra, lançado em 1999, faz parte do projecto dos Grandes Observatórios Espaciais da NASA. O Chandra detecta fontes de raios-X a milhares de milhões de anos-luz de nós. Observar em raios-X é a única forma de observar matéria muito quente, a milhões de graus Célsius.
Em Janeiro de 2007 o Telescópio Espacial de Raios-X Chandra divulgou imagens de observações de dois remanescentes de supernovas localizadas na Grande Nuvem de Magalhães, entre elas a DEM L238, na imagem anterior.

2009-04-23

Ano Internacional da Astronomia - Dia 114

Nebulosa "Capacete de Thor"
Fonte:Robert Gendler.

NGC 2359, ou Nubelosa "Capacete de Thor" é uma nebulosa de emissão situada na direcção da constelação de Cão Maior, a cerca de 15000 anos-luz de distância. Esta nebulosa é uma bolha de gás com cerca de 30 anos-luz de extensão, criada devido a ventos muitos energéticos emitidos por uma estrela muito quente existente no seu centro. Esta estrela é uma gigante azul muito maciça que desenvolve ventos que podem atingir velocidades da ordem de milhões de quilómetros por hora. A interacção destes ventos com uma nuvem molecular gigante existente nas proximidades terá originado a forma peculiar deste nebulosa, por vezes designada "nebulosa do Pato", ou nebulosa "Capacete de Thor".

2009-04-22

Ano Internacional da Astronomia - Dia 113

Nebulosa de Caranguejo.
Fonte: ESA.
Em 1054, na constelação de Touro apareceu de improviso uma estrela que antes não existia. Chamaram-na Nebulosa de Caranguejo. Em pouco tempo alcançou uma magnitude mais luminosa que a do planeta Vénus no seu máximo esplendor, e permaneceu visível durante quase um mês em pleno dia. O facto foi considerado tão extraordinário que os astrónomos da época, em particular os chineses, que eram atentos observadores dos fenómenos celestes, o registaram nas suas tábuas científicas. Em 1949 descobriu-se que essa região é uma intensa fonte de ondas de rádio, e cinco anos depois determinou-se que essas ondas são geradas por electrões que se movem dentro da nebulosa a velocidades muito próximas da da luz. Em 1968 chegou-se á conclusão de que a nebulosa contêm um pulsar, uma estrela de apenas vinte quilómetros de diâmetro, girando sobre o seu eixo trinta vezes por segundo. Pouco depois estabeleceu-se, por fim, que tanto a nebulosa como o pulsar são intensas fontes de raios X e raios gamma.
A Nebulosa do Caranguejo é uma das estruturas mais complexas e dinâmicas já registradas pelos astrónomos. Localizada na constelação de Touro, essa nebulosa é o resultado da morte de uma grande estrela, que explodiu liberando uma enorme quantidade de energia.

2009-04-21

Ano Internacional da Astronomia - Dia 112

Eta Carinae e Nubelose de Homunculus.
Fonte: J. A. Morse e colaboradores.
Usando telescópios de base terrestre, um astronómo americano decidiu observar de mais perto a Nebulosa de Homunculus, formada por material ejectado durante a explosão da Eta Carinae, a estrela mais brilhante da Via Láctea, que se localizava naquele quadrante espacial e explodiu em 1843. Essa explosão provocou um ganho súbito e misterioso de brilho nessa estrela.
Nessa nebulosa, localizaram-se novos fachos de gás a um velocidade muito elevada- rápida demais para que fosse possível propor os ventos estelares como possível explicação.
Os astronomos já tinham observado explosões não fatais noutras estrelas num estágio avançado da sua existência. Ocasionalmente conhecidas como "supernovas impostoras", essas explosões são ainda menos compreendidas do que as das supernovas.

2009-04-20

Ano Internacional da Astronomia - Dia 111


Todos os anos os astrônomos descobrem aproximadamente 20 a 25 supernovas em outras galáxias. Há exatamente vinte anos, em 1987, observou-se na Grande Nuvem de Magalhães -uma galáxia anã próximo à Via-Láctea -, a mais brilhante e mais próxima supernova dos últimos quatro séculos, o que permitiu aos astrônomos, pela primeira vez, realizarem um estudo sistemático intenso e detalhado de uma supernova, com os últimos avanços da moderna tecnologia observacional. Em conseqüência, foi possível comprovar que algumas teorias sobre evolução estelar estavam corretas e, ao mesmo tempo, surgiram novos questionamentos.
Na noite de 24 de fevereiro de 1987, o assistente de noite Oscar Duhalde, do Observatório norte-americano de Las Campanas, no Chile, às 4h40min T.U., e o astrônomo amador Albert Jones, em Nelson, Nova Zelândia, às 7h54min T.U., descobriram independentemente a supernova SN 1987A (letra A, após 1987, significa ser a primeira estrela deste tipo, SN, descoberta neste ano), com uma magnitude visual aparente de 4,5 - facilmente visível a olho nu -, ao lado da nebulosa gigante de Tarântula (30 Doradus), na Grande Nuvem de Magalhães, na constelação de Doradus (Dourado).
Nesta mesma noite, às 5h30min T.U., o astrônomo canadense Ian Shelton, da Universidade de Toronto, em missão no Observatório de Las Campanas, no Chile, identificou um novo objeto em sua placa fotográfica obtida com o astrógrafo de 25cm de diâmetro, atribuindo-o inicialmente a um defeito na emulsão fotográfica. Ao observar o céu, com seus próprios olhos, Shelton verificou que não estava sonhando: havia descoberto a mais brilhante supernova observada desde 1604.
Como a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães - duas pequenas galáxias satélites da nossa Galáxia - estão situadas a cerca de 160.000 anos-luz, podemos afirmar que a luz proveniente da explosão, que agora assistimos, levou 160 mil anos para chegar até nós. Na realidade, assistimos em 24 de fevereiro um evento cataclísmico que ocorreu na Grande Nuvem de Magalhães muito antes do aparecimento do Homo Sapiens sobre a Terra.
Apesar dos exageros iniciais, que previram que esta supernova ultrapassaria várias vezes o brilho de Sirius, a estrela mais brilhante do céu (criando uma falsa expectativa entre os leigos), a sua descoberta provocou uma enorme agitação e euforia entre os astrônomos de todo o mundo: era a primeira vez que uma supernova relativamente próxima a nós, poderia ser estudada pelos astrofísicos com os novos métodos de observação, desenvolvidos depois que Galileu, em 1609, utilizou pela primeira vez um instrumento para observar os astros. Com efeito, embora mais próxima à distância de 30 mil anos-luz, na direção do centro de nossa Galáxia, a SN 1605 foi estudada por Tycho-Brahe, Galileu e Kepler, com os reduzidos métodos disponíveis àquela época. Em virtude de seu brilho, a SN 1987A constituiu uma festa para os habitantes do hemisfério sul, que tiveram a sorte de observar a olho nu as últimas luzes de uma estrela que desapareceu há aproximadamente 160 milênios.
As conseqüências científicas desta descoberta foram inimagináveis. De início permitiram compreender, com mais exatidão, os processos cataclísmicos que se seguem à morte de uma estrela muito maciça. A determinação do seu brilho intrínseco permitiu rever e recalibrar as escalas das distâncias em todo o universo, e, em conseqüência, a sua idade.
Por outro lado, os físicos em partículas elementares e os astrofísicos nunca tiveram tão boa oportunidade de trocar seus pontos de vista sobre o infinitamente pequeno e infinitamente grande, como na ocasião da detecção, na superfície terrestre, dos primeiros neutrinos emitidos pela supernova há 163 mil anos. Com efeito, o seu registro permitiu informações da máxima importância sobre as propriedades (massa, tempo de vida, etc) destas partículas, bem como sobre o panorama teórico proposto para compreender a formação das estrelas de nêutrons.
Várias questões surgiram, após o aparecimento desta supernova: por que esta estrela não começou a reduzir logo o seu brilho, como ocorre com este tipo de astro? Será possível localizar, ou melhor, identificar, em fotografias anteriores, traços da estrela que explodiu? Iríamos assistir ao aparecimento de uma nebulosa, resto dessa supernova, como já ocorreu com as outras que deixaram uma nebulosidade como vestígio de sua explosão?
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão. Astrônomo, criador e primeiro diretor do Museu de Astronomia e Ciências Afins, escreveu mais de 85 livros, entre outros, Anuário de Astronomia e Astronáutica 2007. Consulte a homepage: http://www.ronaldomourao.com
A estrela-mãe da supernova 1987A
Qual teria sido a estrela precursora da supernova 1987A? Verificou-se que a mais provável seria a estrela Sanduleak - 69 202 - uma supergigante azul do tipo espectral B3. Uma análise mais cuidadosa da região onde surgiu a supernova revelou a existência de três estrelas: a Sanduleak, uma estrela-anã azul e uma terceira estrela igualmente azul. Não se encontrou nenhuma supernova vermelha, o que deixou os astrônomos muito intrigados. Segundo a teoria atualmente aceita, só as supergigantes vermelhas são capazes de se transformar em supernovas.
Para complicar a situação, uma falha no estudo dos resultados obtidos pelo satélite IUE (International Ultraviolet Explorer) sugeriu que a Sanduleak 69 202 ainda emitia no ultravioleta, o que significava que esta estrela não estava morta, ou seja, ela não poderia ser a geradora da SN 1987A. Após semanas de pesquisas, o astrônomo norte-americano Robert Kirchner concluiu que a radiação ultravioleta, inicialmente atribuída à Sanduleak provinha, na realidade, das outras duas estrelas situadas no mesmo campo de observação. Não havia mais dúvida: a estrela-mãe da supernova 1987A era a Sanduleak 69 202. No entanto, uma dúvida permaneceu: um astro azul é, em geral, uma estrela jovem e quente. Para os astrofísicos teóricos só as estrelas que atingiram o estágio de supergigantes vermelhas, ou seja, as que tenham queimado a maior parte do seu hidrogênio, podem dar origem às supernovas. Uma das soluções para o problema sugere que a Sanduleak era na realidade uma supergigante vermelha que recentemente perdeu o seu envoltório vermelho, em virtude dos possantes ventos estelares que lhe destruíram as camadas externas.
Por outro lado, no que se refere à luminosidade, a SN 1987A apresentou um comportamento pouco normal. Esperava-se que ela fosse mais brilhante, no fim de 20 dias, após a explosão, o que de fato ocorreu três meses mais tarde, em meados de maio, quando atingiu a magnitude 3. Alguns esperavam que ela atingisse uma magnitude muito superior: talvez equivalente ao brilho do planeta Vênus. Para agravar a situação, o seu brilho declinou mais lentamente do que o previsto. Depois de um curto período de decepção, os astrônomos concluíram que a teoria sobre a evolução das supernovas era muito rígida. Cada supernova era um caso particular. Estavam com razão os astrônomos que, desde o início, acreditavam que esta supernova fosse sui-generis, pois, em geral, as supernovas de tipo II têm origem em estrelas supergigantes vermelhas.
Como, na realidade, as supernovas estudadas se encontram muito afastadas, não se detectam com facilidade, as supernovas provenientes de supergigantes azuis, que, como no caso da supernova Shelton, são mais fracas em seu máximo do que as supernovas provenientes de supergigantes vermelhas. Com efeito, modelos teóricos mostram que uma estrela supergigante azul tipo B3 (15 a 20 massas solares) pode perfeitamente dar origem a uma supernova do tipo II, com máximo luminoso muito análogo ao da supernova 1987A.
A explosão de uma estrela, como foi o caso da supernova 1987A, produz um fluxo considerável de radiações em vários comprimentos de onda (luz visível, raios X, raios gama, ultravioleta, infravermelho e ondas de rádio). O estudo de cada uma destas manifestações energéticas é altamente revelador para o entendimento do fenômeno. Infelizmente, algumas destas emissões, em particular os raios X, são eliminadas pela atmosfera terrestre e não atingem os telescópios situados na superfície terrestre. Por outro lado, o próprio superaquecimento do envoltório, que se cria ao redor da supernova, absorve alguma destas radiações. Se, no primeiro caso, a observação fora da atmosfera é a solução - por meio de satélites -, no segundo, é necessário esperar que a nuvem que se formou ao redor da supernova se disperse ou se retalhe para que seja possível detectar as manifestações em raios X da supernova.

Imagem de P. Challis, R. Kirshner e B. Sugerman.

2009-04-19

Ano Internacional da Astronomia - Dia 110


No ano 1006, observadores desde África à Europa e até ao Médio Oriente testemunharam e registaram a chegada da luz do objecto agora conhecido como SN 1006, uma tremenda explosão de supernova provocada pelos mórbidos impulsos finais de uma estrela anã branca a quase 7000 anos-luz de distância. Um astrónomo egípcio registou que o objecto era 2-3 vezes maior que o disco de Vénus e com cerca de um quarto do brilho da Lua. A supernova foi provavelmente a estrela mais brilhante jamais observada pelo ser humano, visível até de dia durante semanas a fio, e permaneceu vísivel a olho nu durante pelo menos dois anos e meio até que finalmente desvaneceu. Os restos desta supernova são ainda visíveis em telescópios, e o Hubble capturou esta ampliação de um filamento da onda de choque, ainda viajando pelo espaço, visto aqui com um fundo de estrelas. A totalidade da imagem de SN 1006 é igualmente impressionante...
SN 1006 tem um diâmetro de aproximadamente 60 anos-luz e ainda está crescendo a um ritmo de quase 10 milhões de quilómetros por hora. Mesmo a esta tremenda velocidade, são precisas observações tipicamente separadas por anos para ver quaisquer mudanças significativas no movimento exterior da onda de choque contra o fundo de estrelas. Nesta imagem do Hubble, a supernova teria ocorrido para baixo e para a direita da imagem, e o movimento seria na direcção do canto superior esquerdo.
Foi só nos anos 60 que os radio-astrónomos detectaram pela primeira vez um anel de material quase circular na posição registada da supernova. O anel media quase 30 arco-minutos em diâmetro, o mesmo diâmetro angular que a Lua Cheia. O tamanho de SN 1006 implicava que a onda de choque da supernova tinha crescido a quase 33 milhões de quilómetros por hora durante os primeiros 1000 anos desde a ocorrência da explosão.
Em 1976 foi registada a primeira detecção de uma emissão óptica extremamente ténue no resto de supernova, mas apenas num filamento localizado no limite Noroeste do anel de rádio. Uma pequena porção deste filamento é revelado em detalhe pela observação do Hubble. A fita entrelaçante de luz vista pelo Hubble corresponde a locais onde a onda de choque em expansão está agora a interagir com gás muito ténue na vizinhança.
O hidrogénio gasoso aquecido por esta onda de choque emite radiação no espectro visível. Sendo assim, a emissão óptica providencia aos astrónomos um retrato detalhado da posição e geometria actual da frente de choque num dado momento. Os limites brilhantes dentro da faixa correspondem a locais onde a onda de choque é vista exactamente de perfil com a nossa linha de visão.

2009-04-18

Ano Internacional da Astronomia - Dia 109


Nebulosa do Lápis -Oficialmente conhecida por NGC 2736, a nebulosa do Lápis faz parte do grande remanescente de supernova da Vela. Descoberta pelo astrónomo John Herschel em 1840, o seu aspecto linear deu-lhe o seu nome popular. O aspecto luminoso adquirido pela nebulosa deve-se às regiões densas de gás que têm sido comprimidas pela onda de choque da supernova. Apesar de não existirem registos históricos acerca deste fenómeno cataclísmico, esta supernova terá sido 250 vezes mais brilhante do que Vénus e deverá ter sido facilmente visível em plena luz do dia. A nebulosa do Lápis encontra-se neste momento a mover-se à velocidade de 600 000 km/h.
Imagem de Ken Crawford.

2009-04-17

Ano Internacional da Astronomia - Dia 108


A Neblosa do Véu - Uma enorme supernova que existe na constelação de Cisne.

2009-04-16

Páscoa: símbolo do perdão e do amor

Sabes quanto me custa pedir esmola?
-Um calvário.

Sabes o que recebo dos teus lábios?
-A minha cruz.

Quando sinto na boca o amargo do fel,
Imagino ser mel.
Ontem à ceia inspiraste-me,
Falsamente me beijaste,
Cruelmente me abandonaste.
Violentamente me fustigaste.
Eu não sou Jesus Cristo,
Este é apenas um poema de amor,
Daqueles que até Ele profetizou.

Sabes que ressuscitou?
Porque não fazes isso ao teu amor?

Félix Rodrigues

Angra do Heroísmo, 9 de Abril de 2009

Boa Páscoa a todos os que por aqui passam.

Texto de Gustavo Rocha
Independente da nossa crença, a Páscoa é um momento de reflexão. Uma data que remonta a uma palavra simples, muito esquecida nos dias actuais, mas fundamental para a nossa existência: Perdão.
Cristo morreu para redimir nossos pecados.
Se você não acredita nisto, não tem problema. Reflicta apenas. Um homem deu a própria vida em prol de outros homens. Ou seja, um gesto de abnegação, desprendimento, enfim, um acto único de amor.
O que realmente importa é que o perdão deve fazer parte das nossas vidas.
Afinal, porquê perdoar?
Porque somos seres imperfeitos, somos falhos, mas queremos acertar, e o nosso semelhante, tem o mesmo direito de errar.
O que faz o perdão?
Traz-nos paz. Devolve-nos o sentido de protecção e amor fraternal. Quando perdoamos de coração somos seres em estado de graça, de paz, de bondade, de união.
O perdão não é apenas um sentimento. O perdão é um acto. O perdão é uma atitude.
Perdoar não pode ser “de boca”. Perdoar tem que ser de coração, de peito aberto, sem orgulhos.
Perdão não significa aceitar tudo que o outro faz. Significa exigir porque o ama.
Perdoar é um acto em que temos que estar preparados. Pois, perdoar é deixar para trás tudo que passou e começar novamente.
Não é uma atitude fácil. Perdoar é difícil e por isto é tão raro.
Contudo, não é impossível perdoar. O elemento mais importante para o perdão está dentro de nós, está no nosso coração: o amor.
Independente da sua crença, pratique o perdão.
Aproveite este feriado prolongado para estar junto daquelas pessoas que ama e praticar o perdão. O perdão verdadeiro, de coração.
Assim como no dia a dia o mais importante é sermos pró-activos, estarmos à procura do crescimento e sobretudo da felicidade, devemos ver o acto de perdoar como parte de nossa existência.

Ano Internacional da Astronomia - Dia 107


A Pequena Núvem de Magalhães, observada pela primeira vez na viagem de circum-navegação de Fernando de Magalhães, é uma galáxia anã irregular.

2009-04-15

Ano Internacional da Astronomia - Dia 106


A Grande Nuvem de Magalhães - Observada pela primeira vez pelo navegador Português, Fernando de Magalhães, corresponde à Supernova mais próxima da Terra.
Foto de Wei-Hao Wang.

2009-04-14

Ano Internacional da Astronomia - Dia 105

A Grande e Pequena Núvem de Magalhães.
Imagem de Chris Schur.

2009-04-13

Ano Internacional da Astronomia - Dia 104

Triplo anoitecer no sistema triplo solar-planetário HD 188753.
Ilustração de: JPL-Caltech.

2009-04-12

Ano Internacional da Astronomia - Dia 103

Sistema multi-estelar com uma anã branca.
Ilustração de: Mark Garlick.

2009-04-11

Ano Internacional da Astronomia - Dia 102


Phi Persei é um sistema com duas estrelas, localizado a 720 anos-luz da Terra.
Ilustração de Douglas Gies.

2009-04-10

Jovens que pensam

Recbi a nomeação "Jovens que pensam" da Trequita (http://trequita.blogspot.com/). Não sou propriamente jovem de idade, mas aceito-a a nomeação de "jovem" no sentido de que ligo pouco a coisas paradas ou desanimadas, ou no sentido de desambientado ou desconfortado com a monotonia. Agradeço a atenção a simpatia.

Uma das regras implica a nomeação de mais 10 blogues de jovens. Tal como afirma a Trequita alguns dos amigos bloguistas poderão nem ser jovens pois desconheço a sua idade... serão porém jovens de espírito :)Passo a nomear os blogs que penso merecerem também este troféu:1.












Eis agora as regras para os felizes contemplados:
Exiba a imagem do prémio,
Poste o link do blog que o premiou,
Indique dez blogs para fazerem parte do “Manifesto Jovens que Pensam”,
Avise os indicados,
Publique as regras.

2009-04-09

Líridas: Chuva de meteoros Dia 101

Chuva anual de estrelas cadentes, Líridas, serão observadas entre 16 e 25 de Abril de 2009, com a sua máxima intensidade nos dias 21 e 22 de Abril. Estes meteoros parecem irradiar da constelação de Lira, de onde veio o nome que lhe foi dado. A sua génese está associda a um vasto conjunto de pequenas partículas meteóricas provenientes da desagregação do Cometa 1861-I.

A pulga de Napoleão

Vê que o valor das coisas não está nelas,
Mas no conhecimento que delas reténs:
Os olhos azuis dos céus,
Fitam os olhos castanhos da terra,
Achando-os mais belos do que os seus,
Na ausência de reflexos.

Vê que a pulga que picou Napoleão,
Tem mais valor,
Do que a que picou o João do Pé de Feijão.
Uma é fábula,
A outra, contradição,
Pois a pulga que picou o imperador francês,
Não o fez para ser descortês,
Nem tão pouco porque crês
Que se trata da mais inteligente das pulgas.
Só o é, na tua imaginação.
Ora cá está a confirmação
De que o real pode ser fabulação.

Aquilo que não vês, ou nunca verás,
Não sentes, não perceberás,
Se não souberes por onde andou,
Que fenómeno o criou
Ou como se transformou.
Com isso fabularás,
Criando uma teoria,
Sobre o incontornável valor das coisas,
Que saindo do mundo real,
Passou para o imaginário, virtual.
Félix Rodrigues


Angra do Heroísmo, 3 de Abril de 2009.

Elfolândia
O escritor, poeta, narrador, ensaísta, jornalista, historiador, biógrafo e filósofo inglês, Gilbert Keith Chesterton, tinha como argumentos, contra os seus adversários, a “ética da Elfolândia”, ética essa que diz estar presente nos contos de fadas, como fundadores da nossa moral. Os pilares dos nossos princípios éticos são os passados de pai para filho. Como a autor diz - a tradição é a democracia dos mortos, dos nossos antepassados, que com a sua experiência se fazem presentes a partir da tradição. É essa tradição e conceitos que são passados de geração em geração com nos contos de fadas. Dá como exemplos, a exaltação aos humildes na história da Cinderela. A lição de que ninguém pode ser amável sem ser amado antes, que é o cerne de A Bela e o Monstro. O uso dos contos de fada, serve para mostrar o quanto perdemos das belezas e simples factos da vida, que Chesterton afirma poderem fazer frente à ambição de omnisciência dos cientificistas e materialistas do início do século XX. O mensagem de Chesterton contra os adeptos desse progressismo científico é clara: os cientistas devem cuidar apenas dos assuntos científicos, e não abordar tudo pela óptica de sua ciência para julgar questões que estão fora de seu alcance, como a moral ou a teologia. Esse recado é dirigido às filosofias de H. G. Wells, Bertrand Russel e Bernard Shaw, que Chesterton tentando demonstrar o quão preocupante é uma sociedade baseada na ética ateísta e materialista. Hoje podemos perceber que esses pensadores que Chesterton combateu foram o fermento dos princípios éticos de Peter Singer e do “novo ateísmo” de Richard Dawkins e Sam Harris.
Ao contrário do pessimismo e fatalismo de alguns filósofos, Chesterton defendia o sentimento de alegria e reconforto perante o Universo. Num exercício de apelo à imaginação, pede para que cada um dos seus leitores deixe de lado a visão materialista do Universo, um lugar imenso e frio, e comece a olhá-lo como um lugar aconchegante, incitando-nos a ter amor pelas coisas que ele contêm. Chesterton defende que quando nos rejubilamos pela existência do Universo, temos um bom motivo para amá-lo, mas a tristeza que podemos sentir ao contemplá-lo é um motivo muito maior para também o amar. Afirma ainda esse filósofo, assim como as maiores demonstrações de patriotismo se dão em situações críticas em que a pátria nos desaponta profundamente, fazendo com que lhe mostremos o nosso amor agindo para produzir mudanças, devemos agir do mesmo modo perante o Universo. Chesterton ainda vai mais longe ao afirmar que o homem mais apto a destruir o lugar que ama é aquele que o ama por algum motivo.

Ano Internacional da Astronomia - Dia 100

O Sistema HD 98800 system é constituído por múltiplos "Sóis".
Ilustração de NASA/JPL-Caltech.

2009-04-08

Ano Internacional da Astronomia - Dia 99

A 150 anos-luz da Terra existe um planeta solitário a orbitar a estrela HD 209458.
Ilustração de: Lynette Cook.

2009-04-07

Ano Internacional da Astronomia - Dia 98

A 15 de Abril de 1999 os astrónomos encontraram um sistema solar com um só planeta, na constelação de Andrómeda.
Ilustração de Lynette Cook.

2009-04-06

Ano Internacional da Astronomia - Dia 97

O primeiro sistema extra-solar foi descoberto em 1991, onde uma estrela orbita um Pulsar.
Ilustração de Lynette Cook.

2009-04-05

Ano Internacional da Astronomia - Dia 96

David Charbonneau e colaboradores descobriram em 2001, uma estrela semelhante ao Sol (HD 209458), em torno da qual orbita um planeta com 70% da massa de Júpiter.
Ilustração de Greg Bacon.

2009-04-04

Ano Internacional da Astronomia - Dia 95

Primeira imagem de um planeta extra-solar.
Fonte: NaCo.

2009-04-03

Pedra Parideira

Se uma pedra nodular,
É capaz de procriar,
Um coração empedernido
É bem capaz de amar.

Não há feldspato nem mica,
Nem nenhuma teoria explica,
Porque a aldeia da Castanheira
Tem a pedra parideira.

A rocha-mãe, por termoclastia,
Sem demonstrar agonia,
Ultrapassa o seu limite
Dando nódulos de biotite.

Se uma pedra nasce assim,
Como será o seu fim?
O vento batendo-lhe no rosto,
Fá-la não ter posto.
Enquanto eu tenho desgosto,
No andar a contra gosto.

A pedra nasce com sorte,
E eu, com sofrimento,
Até que me leve a morte
Num derradeiro padecimento.


Fotos de Felisberto Matos

Félix Rodrigues

Angra do Heroísmo, 27 de Março de 2009.

Uma comissão de peritos da UNESCO deslocou-se no início do ano a Arouca para avaliar a candidatura do geoparque do município à rede internacional, apostando em seduzir o mundo com «pedras parideiras» e outras singularidades. A candidatura do Geoparque Arouca à UNESCO foi apresentada em finais de Agosto do ano passado e acolhida numa primeira fase.
Uma equipa internacional de avaliação, apreciou a viabilidade da pretensão, revelou o coordenador científico do projecto, Artur Sá. O docente na Universidade de Trás-os-Montes e investigador do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra explica que os peritos internacionais, além da componente científica, irão avaliar toda a estrutura organizativa e de gestão, que ficará confiada à AGA - Associação Geoparque Arouca, criada propositadamente para esse fim.
"Será uma estrutura com as pessoas e para as pessoas”, sustentou o coordenador científico, frisando que “não é para ser um parque de diversões para geólogos”, mas para contribuir para o desenvolvimento das populações locais, do concelho e da região.
O Geoparque Arouca, que corresponde à área administrativa do concelho de Arouca, com uma extensão de 330 quilómetros quadrados, é reconhecido pelo seu excepcional património geológico de importância internacional, nomeadamente pelas trilobites (fósseis de animais marinhos que viveram há milhões de anos - no Ordovícico Médio) gigantes de Canelas, pelas «pedras parideiras» da Castanheira, os icnofósseis do Vale do Paiva, e a Frecha da Mizarela, a segunda queda de água de maior desnível na Europa.
As «pedras parideiras», que revelam um fenómeno geológico único no mundo - segundo Artur Sá -, são nódulos negros de biotite, um mineral, encrustados numa matriz granítica, que pelo efeito da erosão saltam da rocha. Para além de constituírem um fenómeno científico único, quer na sua formação, quer na “expulsão” devido à erosão, às «pedras parideiras» está associado um misticismo ancestral, ligado à fecundidade, ainda vivo nas populações locais, e chegaram a ser encontradas numa mamoa - um monumento funerário megalítico.