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2010-04-25

Hoje: Abril

Grita: “Abril!!!”,
Quem não o tinha.

Vivo Abril,
Que sorte a minha.

Cravo vermelho,
Que sangue não tinha,
Uma flor..., um broto singelo,
Com efeitos, sem paralelo.

Natural, político,
Um cravo específico,
Produz encravo de metralhadora,
Silêncio de outrora.
Abriu-se-lhe a boca,
E trouxe esperança.
Se a tens na lembrança,
Gritarás Abril,
Se ainda és criança,
Abril:
É baril.

Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 25 de Abril de 2010.

2010-04-18

Descrença

Aqui não se passa nada.
Ouve-se o vento que passa.
Passa,
Mas não passa nada.

Aqui não acontece nada.
Sente-se a chuva que cai.
Cai,
Mas não sinto nada.

Aqui não se vê nada.
Vêem-se as nuvens que passam.
Passam,
Mas não se passa nada.

Nada no mar,
Talvez um peixe.
Nada no céu,
Só um par de asas.
Nada na rua,
Porque é minha,
Minha e só minha.
Seria diferente,
Se fosse tua.
Não estás lá,
Por isso não passa nada,
Não se vê nada.
Não sinto nada.

Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 18 de Abril de 2010.

2010-04-11

Solidão

É tão solitário o caminho do primeiro,
Como o do derradeiro.


Sós e assustados ficamos,
Sós e aterrorizados saímos,
Sós e apavorados aguentamos,
Sós e amedrontados ousamos.

Há descobertas que fazemos
Na ousadia de primeiro,
Medos que construímos,
Na espera de derradeiro.

Há honra na solidão do dianteiro,
Vergonha e desânimo no jornada do derradeiro.

Nos primeiros há esperança,
Nos últimos, desconfiança.

A solidão não é só,
Estar só,
É antagonismo,
Como vencer ou perder.
Perder-se no caminho, para vencer,
Ou ser vencido pelo caminho,
Que todos os outros acabaram:
Pela vida ou pela morte,
É esta a nossa sorte.

Solidão é descobrir,
Que não resta mais ninguém.


Para encontrar alguém,
Tenho que ficar ou partir,
Esquecer ou descobrir,
Esquecer-me ou ser esquecido,
Perder-me, ou ser perdido,

Sinto sempre......

na solidão.


Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 11 de Abril de 2010.

2010-04-03

Fotografias

A claridade espanca as pétalas de uma flor-bela,
Trémula, como luz em água,
Como Pessoa com alzheimer.

Vede como o sol é imperativo de vida,
Como um Deus num evangelho segundo João.

Dizei se a noite não age como boca,
Que come o esplendor do belo,
Quando dia já não sou.

A luz, é o modo imperativo,
Da construção do universo.
Constrói-o, tu,
Pois és ser feito de chama.

Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 3 de Abril de 2010.