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2007-10-30

Metastable equilibrium

Its impossible to decide when life begins,
As it is impossible to decide to live for ever.
We live between two non decisions,
like a pendulum balancing between physics and metaphysics.
Félix Rodrigues

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2007-10-27

Equilíbrio Meta-estável

Arrisquei-me a viver,
Antes de poder tomar essa decisão.
Se decidir não morrer,
Será vã essa aspiração.

Fotografia de Luna
.
Decido apenas entre aquilo que não julgo
E aquilo que não posso.
Tomo p’ra mim, com esforço,
Uma infinidade de opções,
Muitas delas, puras ilusões.

- O meu mundo é o da Utopia,
A de hoje e de cada dia.
O que gero,
É por vezes o que não quero.

Com empenho ou esmero:
Luto contra os Darfur,
Iraques ou Afganistões,
Contra guerras e opressões.
Criamos ilusões,
Passando uma vida inteira
Sentados numa cadeira,
A fazer petições,
Pensando tomar decisões,
Sobre o viver
E o morrer.Nada nasce de mim sem a minha permissão.
Não há tristeza nessa decisão.
Triste será a amarga constatação,
De não ter liberdade de decidir viver,
E ser privado dela até morrer,
Porque eu não quis dar-me ao trabalho de escolher.
Félix Rodrigues
E teu equilíbrio é meta-estável?
Viver ou morrer faz parte de um equilíbrio a que estamos sujeitos, como se estivéssemos no topo de uma pirâmide, num equilíbrio meta-estável. Aí há que fazer um esforço para não cair: a queda será a morte, a manutenção da posição, a vida. É entre o esforço que temos que fazer para aí continuar, ou deixar-nos cair, que temos que escolher. É daí que vemos o mundo e decidimos agir, ou pelo contrário, continuar inactivos.
Não decidimos sobre a possibilidade de aí sermos colocados. Foi um desígnio, que cada um tentará explicar com a fé que quiser, mas decidimos sobre quem vamos colocar no topo da pirâmide, ou por vezes, daí fazer cair.
Do alto da pirâmide, vemos quem passa: com sofrimento, com alegria, correctamente julgado, injustiçado, com fome ou de barriga cheia. Não fomos nós, em primeira instância que julgámos, que injuriámos, que oprimimos ou que matámos, mas participamos desse acto se nada dissermos ou fizermos.
A fome no mundo não sou eu que a provoco, mas sou eu, a minha família, a minha ilha, o meu país, a minha Europa e o meu Mundo que a produz. As minhas escolhas, cada vez mais globais, poderão ajudar a combatê-la, se for justo pelo menos no comércio e nas opções de compra que tenho, se for justo nos julgamentos que faço, mesmo sem ser juiz de um tribunal, se participar em vez de me deixar ficar sonolento no topo da minha pirâmide, que não escolhi, mas que gostaria de aí ficar por toda a eternidade.

2007-10-20

Palavra de Honra

A honra de uma palavra,
Alicerça-se na sua história.
Sem passado, não tem glória.

Nicolas Sarkozy na Cimeira de Lisboa, depois de ter anunciado o seu divórcio

A verticalidade de um homem,
Edifica-se na sua honra,
Como um castelo cheio de histórias,
Construído de palavras.

Vigília dos amigos do Guarda-Costas do Primeiro Ministro Libanês, Antoine Ghanen

A credibilidade de um projecto,
Proposto por um homem recto,
Sem um passado concreto,
Não existe, não é correcto.
Existirão mundos como os planetas Honra e Esperança?

Mude-se o mundo de lugar,
Mude-se as gentes de país,
E veja-se se alguém diz,
Que a palavra tem valor.
Terá mais importância a cor
Do que a honra ou a glória.
Pois perdiam a sua história.

Presidente Putin da Rússia e Mahmoud Ahmadinejad, Presidente do Irão

Félix Rodrigues

O que é para ti, a Palavra de Honra?
As palavras são de honra, quando se traduzem no cumprimento de uma promessa. Sem alguma promessa cumprida, previamente prometida, a palavra não é aceite como hipoteca do compromisso.
Na política, quando se hipotecam as palavras, só o cumprimento as sustêm. Não interessa redefinir-se o que se prometeu, porque aí a palavra é desvalorizada.
A responsabilidade de um político é maior do que a responsabilidade de um cidadão comum, porque a palavra de um país, não é o mesmo que palavra de um homem, mas de todos que aí habitam. Os mentirosos também entram na história, nem sempre é no presente, mas no futuro certamente, e arrastam consigo toda uma nação.
A terra muda de figura: já foi mais próspera, mas também mais hostil. As gentes mudam de lugar e por vezes são marginalizadas, pela cor, pelo credo, pela ideologia ou estatuto social. A palavra do rei de Esperança não é válida no reino de Agonia.
É na terra que os reinos se fazem, ela muda, mas a honra não.
Palavra de honra, que este conceito se está a perder, tanto nos compromissos tácitos estabelecidos com a terra como nos compromissos estabelecidos entre as gentes. Confundem-se conceitos: transparência com perseguição, nepotismo com democracia, cenários com promessas, pessoas com países. Palavra de honra! Pode ser expressão de desapontamento.

2007-10-10

Blog Solidário

Nomeado pela Hanah do blog Sobretudo com o Prémio Blog Solidário, nomeiam-se:

2007-10-06

Terra vindimada

A água e o açúcar, embebidos em cápsulas de clorofila,
São fruto da videira e do trabalho do homem.
É a própria terra dando-se em vida.

Cada bago reluzente,
Branco ou negro, faz-se uva,
E não confirma descriminações raciais:
É fruto amadurecido no início de cada Outono.
Os cachos, em unidades estruturais,
De doces e luzidias colectividades de néctar,
São servidos por bagos de suor
Que jorraram da tez dos vinhateiros.
Cada gota salgada,
Reconhecida no paladar de quem a gera,
É a essência necessária à produção do bom vinho,
Que pode perdurar até à eternidade:
No sabor, no prazer e na sanidade.

Na vindima existem proporções,
Directas e indirectas:
Quanto maior a quantidade de suor,
Maior a qualidade da bebida de Baco.
Quanto menor o esforço na apanha da uva,
Maior a generosidade da terra.Quando a terra fica vindimada,
Não há mais sustento p’ra colher,
A não ser,
Que acção seja sustentável,
Com um esforço louvável,
De garantir ao venturos,
Frutos da terra maduros.

Félix Rodrigues
Somos culturalmente da terra do vinho e da uva. Somos gente de vindimas, mesmo que não tenhamos uvas para colher. Colhemos por vezes frutos que nos embebedam mais do que o próprio vinho.
A vindima marca o fim do Verão, o início do Outono. Se os Verões se alongaram, as vindimas encurtarão.
Foi apresentado recentemente um estudo, onde se verificou que há uma tendência para que as vindimas se façam cada vez mais cedo. Em 1978, em França, as vindimas realizavam-se por volta de 16 de Outubro. Duas décadas mais tarde, 1998, as vindimas francesas iniciavam-se a 14 de Setembro, e este ano, iniciaram-se a 24 de Agosto.
Também por aqui, na Terceira e Pico, as vindimas ocorreram mais cedo.
Se a época das vindimas continuar a regredir, haverá um dia em que a época da vindima se iniciará exactamente no dia em que termina. Tal poderá querer dizer que haverá vindimas todo o ano, ou o oposto, que a terra ficou vindimada.
O mundo é cada vez menos sustentável, porque queremos colher sem esforço, sem suor, mas tal acção, leva-nos a comprometer a vida dos bisnetos e trisnetos que ainda não tivemos, e que actualmente, não queremos ter, para não sermos apelidados de bárbaros da Era Moderna.
A vindima do futuro, será, tal como agora, fruto da videira e do trabalho do homem, se a fizermos hoje, sustentável.
E tu quando vindimas?

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2007-10-03

Jellyfish-Medusa


She is a biological atomic bomb,
In these ecological crisis times.