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2008-11-29

No Reino dos Arco-Íris

Nas gotas que teimam em não cair,
No vento que ousa não fluir,
Bate a luz:
-Truz, truz.
-Deixem-me entrar.
-Quero-me refractar,
Brilhar no céu,
Num espectro que é só meu.
Deixem-na apoiar os pés,
Nos prados verdejantes,
Onde merendam os ruminantes,
Percorrer de lés a lés,
Este reino de magia,
Onde existe a fantasia,
De encontrar um pote d’oiro,
Sob as patas de um toiro.
Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 29 de Novembro de 2008.

2008-11-28

Prémio Dardos

Este blog recebeu de Lídia Bulcão do "A ilha dentro de mim" o prémio Dardos. É dificil não fazer minha as palavras da Lídia: "E porque este mundo virtual tem possibilidades infinitas de momentos brilhantes e de grande sensibilidade, vou escolher apenas um punhado de mundos criativos para o prémio Dardos, que visa "reconhecer o empenho de cada blogueiro ao transmitir valores culturais, éticos, literários e pessoais, e que demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas palavras”.
Assim, nomeiam-se:
À artista e amiga, com quem ando muito preocupado, resultado dos desastres ambientais que ocorreram recentemente em Santa Catarina, Cristina Oliveira, do blog Berro d'Água.
Morada da Terra de Filipe Oliveira, poeta, porque a poesia é sentimento que sai da nossa natureza.
Basalto Negro de Paulo Pereira, cheios de imagens do Pico acompanhadas de um negro brilhante das nossas lavas.
In Concreto de Tibério Dinis, crítico, como o bom terceirense, mas não inconsequente.
E Finalmente à Su do Blog Marakoka, exímia na arte de nos fazer rir.

2008-11-15

A crise


Quando os hábitos nos agarram
E nos tolhem os movimentos,
Até os pensamentos,
Se adaptam a rotinas.
São frases soltas que jorram:
Feitas, usadas, cretinas,
Que nem as células cinzentas dominam,
Quanto mais acções hipócritas.

Chega a crise de mansinho,
Em busca de alternância,
A um corpo habituado,
A não ceder à mudança,
Quanto mais a abrir caminho,
A uma evolução benéfica,
Se na origem, a crise é maléfica,
Quando está em murmurinho.

A crise de economia
Assola-nos no dia a dia.
A crise de identidade,
Nega a personalidade.
E a crise do ambiente?
O que não fará à gente?


Félix Rodrigues
Ponta Delgada, 15 de Novembro de 2008.

2008-11-08

Icebergs

Iceberg que flutuas no mar,
Diz-me porque queres definhar.

Arquimedes sabia
Que o gelo estriado,
Também flutuaria,
Num mar agitado.

O que não previa,
Era que o calor daria.
Uma nova noção,
À lei da impulsão.

Que o calor lançaria,
Das calotes polares,
Sem ser por magia,
Icebergs p’ros mares.

Esse empurrão,
Ou nova impulsão,
Advém do gradiente,
Entre o frio e o quente.

Quanto mais aquecer,
Mais depressa se corre.
Não se ignore,
O que estamos a ver:
Gelos estriados,
Mares descongelados,
Ursos afogados,
Equilíbrios alterados,
Dias agitados.


Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 8 de Novembro de 2008.

2008-11-01

QI


Se a inteligência se construísse
Como um artefacto,
Na bigorna de um ferreiro:
Seria duradoura
E arrematada,
Mas não forçada,
Por ludíbrios ou meandros,
De enganos.

A inteligência
É a ciência
De cada um:
O seu curriculum.

Rebaixo a minha inteligência,
Porque a avalio,
Com aquela que Deus me deu.

Que diria um rei do seu reinado?
Que faria um juiz em causa própria?
Como se avaliaria, a si próprio, o avaliador?

Quem tem competência,
Para avaliador supremo,
Da inteligência?

Só Deus saberá!
Assim dirá
Quem tenha fé,
Porque desacredita
Que a ciência
Com o seu QI,
Não tem aí
As ferramentas
Para descobrir
A inteligência.

Qualquer Pessoa:
“De são e louco,
Contém um pouco”,
Diz o Fernando,
Assaz brincando.

Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 1 de Novembro de 2008.