Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
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2007-03-23

Escala diatónica

Fotografia de Ella Kali

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Há gente que mete dó,

Navega sem ir à ré,

A vida é cantata em mi,

Mas, pautada com bordão em fá.

Quer chova quer faça sol,

Anda de cá para lá,

como quem está fora de si.

Tão só. Tão só, que mete dó.
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Fotografia de Gino Caron


Félix Rodrigues


O que é que a ti te mete dó?


Para produzir as notas ré, mi, fá, sol, lá, si, dó, com uma corda tensa, basta dividir o seu comprimento nas proporções representadas na figura que se segue, primindo-a nesse ponto e percutindo a restante parte. Por exemplo, primindo o meio da corda e percutindo-a obtem-se a nota dó. Quando se procede do mesmo modo com um terço da corda obtêm-se a nota sol e quando é um quarto obtem-se a nota fá.

Esta pode ser uma actividade de introdução à Educação Musical ou às Ciências, a desenvolver no ensino básico.

2007-03-18

A Caixa

Pensei que não suportaria viver numa caixa onde a única vista para o mundo fosse uma pequena abertura, mesmo ao lado das que têm os meus vizinhos. Pensava que a minha vista e a deles produziriam as mesmas impressões, despertariam os mesmos pensamentos, e como tal, falaríamos exactamente das mesmas coisas. Previa conversas entediantes.
Gosto de ver as coisas de cima, e tenho pena, de não conseguir ter um olhar de águia. O meu olhar é o do bicho mais comum à superfície da terra. Concluí rapidamente que não interessa o tipo de olhar, mas sim a diversidade das formas de ver, mesmo que entre estas se encontre o olhar de toupeira. Compreendi também que só estarei encerrado na minha caixa se a minha mente se recusar a ver o mundo com os meus verdadeiros olhos ou com o meu verdadeiro ser.


Quando comentava com alguém a beleza das pétalas das flores que desabrocham em frente à minha janela, esta confessou-me que já tinha sido tentada a pô-las na sua sala, pois gostava mais delas no interior do que na rua à mercê de qualquer um.


Enquanto vejo a destreza do voo de uma ave e imagino um bailado gracioso, outros vêem um saboroso prato que voa em direcção à sua mesa e pensam na forma de lhe acertar. Qual dos olhares é o mais correcto: o que colhe mais apoios ou o que visa a satisfação imediata de uma necessidade?
Só quando as toupeiras forem capazes de se reunir com as águias se conseguirá fazer uma radiografia correcta da realidade. Os direitos são idênticos e os deveres discutidos.

De Science Ecology for Kids

Félix Rodrigues

Há direitos para aqueles que não tem deveres?

2007-03-04

Cidadania virtual (II EBIT)

A tradição pode construir-se com a repetetibilidade periódica de acções, desde que baseada na cultura, na partilha e na ética.
Se a blogosfera nos dá a possibilidade de nos escondermos, também nos dá a possibilidade de nos mostrarmos. A blogosfera permite que façamos escolhas, amplia o conceito de liberdade, mas também estabelece, implicitamente, fronteiras.
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Na blogosfera escolhemos o que queremos ser: se aquela pessoa que quando passeia pela rua e por vezes é reconhecida, ou então, aquela outra que se esconde na timidez, ou por oposição na arrogância e que todos desconhecem.
Os pseudónimos sempre existiram na literatura, a internet ressuscitou-os.
Pelo meu blog tem passado tanta gente que reconheço pelo pseudónimo ou nome próprio, mas especialmente pela forma de pensar e de estar. Não é o nick-name que me aproxima, ou o nome próprio do internauta, mas sim a simpatia ou as ideias. Outras porém, felizmente muito poucas, reconheço-as pela agressividade ou forma provocadora de estar, mesmo virtualmente. O mundo é assim, mesmo o real.
A blogosfera tem-se afirmado progressivamente como espaço de cidadania planetária, é virtual, mas não menos do que o conceito de globalização. É eficaz, por mexer por vezes com algumas consciências da nossas cidades, das nossas vilas ou das nossas aldeias. Não é o local onde estamos aquele que interessa, mas o que somos, mesmo estando nesse local. O respeito e a aceitação não tem fronteiras e não é virtual.

Pelo segundo ano consecutivo, os bloguistas, bloggers, blogueiros da ilha Terceira-Açores, ou outra terminologia qualquer, reúnem-se num encontro promovido pela incansável Rosa Maria e o incansável Luis Nunes, para discutir a blogosfera ou talvez lhe possamos chamar a "cidadania virtual". Olhos nos olhos, os nick-names reafirmam a ética que lhes faz mover as pontas dos dedos, num teclado que tanto pode expressar carinho, ideias ou olhares. Cada tecla tem o sentimento que cada um lhe quiser imprimir ou quiser esconder. O olhar costuma ser mais translúcido.

Félix Rodrigues

Será a blogosfera um espaço de cidadania planetária?

EBIT Comunidade Bloguista