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2007-03-18

A Caixa

Pensei que não suportaria viver numa caixa onde a única vista para o mundo fosse uma pequena abertura, mesmo ao lado das que têm os meus vizinhos. Pensava que a minha vista e a deles produziriam as mesmas impressões, despertariam os mesmos pensamentos, e como tal, falaríamos exactamente das mesmas coisas. Previa conversas entediantes.
Gosto de ver as coisas de cima, e tenho pena, de não conseguir ter um olhar de águia. O meu olhar é o do bicho mais comum à superfície da terra. Concluí rapidamente que não interessa o tipo de olhar, mas sim a diversidade das formas de ver, mesmo que entre estas se encontre o olhar de toupeira. Compreendi também que só estarei encerrado na minha caixa se a minha mente se recusar a ver o mundo com os meus verdadeiros olhos ou com o meu verdadeiro ser.


Quando comentava com alguém a beleza das pétalas das flores que desabrocham em frente à minha janela, esta confessou-me que já tinha sido tentada a pô-las na sua sala, pois gostava mais delas no interior do que na rua à mercê de qualquer um.


Enquanto vejo a destreza do voo de uma ave e imagino um bailado gracioso, outros vêem um saboroso prato que voa em direcção à sua mesa e pensam na forma de lhe acertar. Qual dos olhares é o mais correcto: o que colhe mais apoios ou o que visa a satisfação imediata de uma necessidade?
Só quando as toupeiras forem capazes de se reunir com as águias se conseguirá fazer uma radiografia correcta da realidade. Os direitos são idênticos e os deveres discutidos.

De Science Ecology for Kids

Félix Rodrigues

Há direitos para aqueles que não tem deveres?

10 Comments:

At 17:55, Anonymous Anónimo said...

Alguns parecem não ter... Mas também há os que parecem só ter deveres...

Quanto ao ver... até os "cegos" podem ver, basta querer

 
At 11:25, Blogger Vida said...

Nada ainda controla o pensamento humano felizmente, nós próprios é que exercemos muitas formas de cegueira, porque muitas vezes é melhor não ver... é melhor não saber... é o faz de conta...
Félix, cada vez mais vejo que quem não tem grandes deveres, é que tem direitos, está correcto? Depende da cegueira...

Beijos meu amigo para todos, depois manda noticias da exposição!!!

 
At 16:15, Anonymous Anónimo said...

Sinto-me tentada a dizer que cada vez existem mais deveres que direitos, pelo menos para estes reles mortais que somos nós. Porém penso que para estes a quem nada lhes é exigido, tem de haver o direito a serem tratados com dignidade, mais que não seja. É uma obrigação dos que criam os seus próprios direitos.

Com que então anda por aí alguém a escrever com o seu nome, “ah malandrecos”. eheheheh Acontece-nos de tudo.

Abraço.

 
At 23:31, Blogger MiaHari said...

Olá, desambientado,

Eu corri... e caí
Esmurrei joelhos no chão
Levantaram-me? Não!
Quem não correu não caíu
também dores não sentiu
A esses se não diz Não!

Um abraço, belo post.

 
At 23:35, Anonymous Anónimo said...

Um abraço pelo post e muito obrigado pela defesa. é que também a coisa está a desvcmabra para estes lados. enfim a dor de cotovelo faz muita coisa. obrigado

 
At 00:18, Blogger poca said...

andaste a ler o papalagui?

 
At 21:49, Blogger teresa g. said...

ESte post é uma reflexão interessante!
Lembrou-me um ditado chinês: 'quem se sentar no fundo de um poço a contemplar o céu cai achá-lo pequeno'
Não terá a ver com os nossos problemas de visão?
:)
Beijo

 
At 15:08, Blogger o alquimista said...

Nasceu a manhã
Agita-se a ilha
Tanta emoção
Chegou mais um dia

Quatro palmos de terra
Cobrem estes rochedos
Sete ventos de encanto
Guardam mil segredos

Tantas são as histórias
De lendas, de aventura
Em noites de temporal
Contadas por gente pura

Gente de poucas palavras
Mas de muita convicção
Que vive cada momento
Com sincera emoção

E é com este poema que retomo o contacto após alguns dias cheio de problemas no computador…

Bom fim de semana

Forte abraço amigo

 
At 20:36, Blogger melena said...

direitos e deveres não sao necessariamente correlativos.

mas com a complexidade das relações sociais.

todos têm alguns direitos e alguns deveres

abraço

 
At 16:04, Anonymous Anónimo said...

É um texto interessante. Dá que pensar.

 

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