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2009-04-19

Ano Internacional da Astronomia - Dia 110


No ano 1006, observadores desde África à Europa e até ao Médio Oriente testemunharam e registaram a chegada da luz do objecto agora conhecido como SN 1006, uma tremenda explosão de supernova provocada pelos mórbidos impulsos finais de uma estrela anã branca a quase 7000 anos-luz de distância. Um astrónomo egípcio registou que o objecto era 2-3 vezes maior que o disco de Vénus e com cerca de um quarto do brilho da Lua. A supernova foi provavelmente a estrela mais brilhante jamais observada pelo ser humano, visível até de dia durante semanas a fio, e permaneceu vísivel a olho nu durante pelo menos dois anos e meio até que finalmente desvaneceu. Os restos desta supernova são ainda visíveis em telescópios, e o Hubble capturou esta ampliação de um filamento da onda de choque, ainda viajando pelo espaço, visto aqui com um fundo de estrelas. A totalidade da imagem de SN 1006 é igualmente impressionante...
SN 1006 tem um diâmetro de aproximadamente 60 anos-luz e ainda está crescendo a um ritmo de quase 10 milhões de quilómetros por hora. Mesmo a esta tremenda velocidade, são precisas observações tipicamente separadas por anos para ver quaisquer mudanças significativas no movimento exterior da onda de choque contra o fundo de estrelas. Nesta imagem do Hubble, a supernova teria ocorrido para baixo e para a direita da imagem, e o movimento seria na direcção do canto superior esquerdo.
Foi só nos anos 60 que os radio-astrónomos detectaram pela primeira vez um anel de material quase circular na posição registada da supernova. O anel media quase 30 arco-minutos em diâmetro, o mesmo diâmetro angular que a Lua Cheia. O tamanho de SN 1006 implicava que a onda de choque da supernova tinha crescido a quase 33 milhões de quilómetros por hora durante os primeiros 1000 anos desde a ocorrência da explosão.
Em 1976 foi registada a primeira detecção de uma emissão óptica extremamente ténue no resto de supernova, mas apenas num filamento localizado no limite Noroeste do anel de rádio. Uma pequena porção deste filamento é revelado em detalhe pela observação do Hubble. A fita entrelaçante de luz vista pelo Hubble corresponde a locais onde a onda de choque em expansão está agora a interagir com gás muito ténue na vizinhança.
O hidrogénio gasoso aquecido por esta onda de choque emite radiação no espectro visível. Sendo assim, a emissão óptica providencia aos astrónomos um retrato detalhado da posição e geometria actual da frente de choque num dado momento. Os limites brilhantes dentro da faixa correspondem a locais onde a onda de choque é vista exactamente de perfil com a nossa linha de visão.