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2010-09-25

Ideias brilhantes

Uma ideia brilhante está colada a um sonho profundo:
O de querer alterar o mundo.

Num gemido da alma solta-se um forte argumento.
Num sentir da orbe, capta-se a essência do verbo.

A cultura criará as regras para as ideias fabulosas e radiantes,
Para os rasgos de génio,
Que apenas o serão,
Se largados em liberdade....

...com liberdade de supor,
O universo poderá ser dissonante.


Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 25 de Setembro de 2010

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (2 € da Grécia de 2002)

As moedas de 2 euros da Grécia, como a de 2002, têm cunhado um touro (Bos taurus), numa recriação do rapto de Europa por Zeus, sob a forma de touro.
Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objectivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenómenos da natureza ou para os acontecimentos históricos. Portanto, para buscar um significado para os factos políticos, económicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.
Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, económicos, materiais, artísticos, políticos e culturais.
Muitos dos mitos tem a figura do touro, como o Minotauro (Touro de Minos) ou a constelação de touro.
Os Cretenses eram um povo politeísta, sendo a principal Deusa a Deusa da fertilidade, representada pela serpente. Outro dos grandes ícones religiosos era o touro, e havia mesmo um "ritual do salto mortal sobre o dorso do touro" que se crê que terá dado origem à lenda do Minotauro.
Este toureio, era um verdadeiro ritual sagrado, dedicado, pensa-se, à fertilidade, em que jovens treinados saltavam para o dorso de um touro, depois de o agarrar pelos chifres, dando um salto mortal sobre ele.
Ao mesmo tempo, Cnossos extorquia tributos dos gregos e, quando estes não pagavam, levavam-lhes jovens acorrentados e nunca mais se sabia deles. Isto, aliado ao ritual do touro e à intricada arquitectura dos palácios, fez com que surgisse a lenda do Minotauro (touro) encurralado num labirinto (palácio) ao qual estes jovens eram sacrificados.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (100 rupiah da Indonésia - 1999)

As moedas de alumínio de 100 rupiah da Indonésia, como a de 1999, tem cunhada uma Probosciger aterrimus.
Trata-se de uma espécie endémica da Indonésia, Nova Guiné, Austrália e Papua Nova Guiné. Tem uma distribuição espacial numa área inferior a 20000 quilómetros quadrados, em habitats verdadeiramente fragmentados. A sua população mundial apresenta uma tendência de decrescimento, mas não o suficiente para a colocar nos próximos anos na situação de vulnerável ou em risco de extinção.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (500 rupiah da Indonésia)

As moedas de 500 rupias da Indonésia, como a de 2003 tem cunhado um Jasminum sambac (Jasmim-árabe).
O jasmim-árabe é um arbusto muito perfumado e decorativo, que pode alcançar cerca de 4 metros de altura. É a planta símbolo das Filipinas onde as suas flores compõem os leis (colares de flores), e na Indonésia é uma das três flores nacionais. As folhas são verde escuras, ovaladas, com sulcos um tanto marcados e são dispostas ao longo de ramos compridos. As flores brancas exalam um forte perfume, adquirem tonalidades rosadas com o tempo e podem ser simples, semi-dobradas ou dobradas. Quando desidratadas são muito utilizadas para a aromatizar o Chá-de-jasmin, bebida muito apreciada na China.
Embora seja arbustiva, pode ser conduzida como trepadeira, devido aos extensos ramos, cobrindo assim suportes como colunas, grades e arcos. Fica muito bem em vasos e jardineiras, e se podada adequadamente torna-se um formoso arbusto. Floresce nos meses mais quentes do ano, mas pode florescer no Inverno se mantida em estufa.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (5 Francs de 1973 - França)

As moedas de 5 francos franceses, como a de 1973, antes das moedas do euro, tinham cunhados um Ramo de Oliveira (Olea europaea), onde os seus frutos (azeitona) estão bem visíveis. É da azeitona que se produz o azeite.
O azeite, extraído do fruto da Oliveira, antes de ser usado como alimento ou bálsamo, foi usado em cerimónias religiosas na Ilha de Creta. Os hebreus o colocavam-no num castiçal de sete taças, no templo em Jerusalém, e usavam-no também na unção dos Reis de Israel. Muitas religiões tradicionais utilizaram, e ainda utilizam, o azeite nos seus rituais, bênçãos, unções e sacramentos.
Mas foi, sem dúvida, como o mais puro dos alimentos que o azeite se consagrou por todo o mediterrâneo. A oliveira atravessou milénios de história como símbolo de glória, purificação e paz. O seu óleo mágico chegou ao nosso tempo e continua sendo fonte de saúde e vida longa.


2010-09-18

Da natureza e do homem

Uma asa rufla em contraponto com o ramalhar das árvores,
Uma baleia bufa em consonância com o murmurar das ondas,
Um pardal chilreia para testar o ronronar do gato,
Um touro urra com vontade de arremeter.

Não há palavras na ausência do som,
Nem música para as acompanhar.

O silêncio dos inocentes acompanha o bramir vitorioso dos predadores.

Quem vê e não acusa,
É como um melro a assobiar,
Ou uma lebre fulgurante que se limita a guinchar.

Ouvir e não fremir,
É como chegar ao fim do som e tornar-se mudo,
Pelo desconforto da audibilidade,
Como um morcego que não crocita nem pia,
Apenas trissa,
Num mundo mudo e insonoro,
Onde os únicos capazes de o ouvir,
São os que dele se sabem servir.
Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 18 de Setembro de 2010

2010-09-17

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e simbolismo (Fifty cents de Singapura)

As moedas de 50 cents de Singapura, como a de 1995, têm cunhada a planta trepadeira tropical Allamanda cathartica ou Allamanda herndersonii.
O nome popular dessa planta é Alamanda, dedal-de-dama, carolina ou alamanda-amarela. É uma trepadeira bastante conhecida e utilizada. A alamanda apresenta vistosas flores amarelo-ouro, praticamente o ano inteiro. A folhagem também é bastante ornamental, composta de folhas verdes e brilhantes. É considerada um planta tóxica e por este motivo deve-se mantê-la longe do alcance de crianças pequenas e cães.
A alamanda produz flores amarelas e grandes, necessita de sol pleno e reproduz-se através de estacas. Originária do Brasil, é ideal para climas quentes e húmidos, como é o caso de Singapura.
Deve ser cultivada em solo fértil e com regas regulares. É perfeita para cobrir pérgolas, muros e caramanchões, mas deve ser podada inicialmente. Devido ao peso da ramagem vigorosa, deve-se evitar seu uso em treliças e cercas mais frágeis. O seu crescimento é moderado.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e simbolismo (5 centavos do Brasil de 2002)

As moedas de 5 centavos do Brasil, como a de 2002, têm cunhada uma Columba livia (Pombo).
O pombo-comum, também conhecido como pombo-doméstico ou pombo-das-rochas (Columba livia), é uma ave columbiforme bastante frequente em áreas urbanas.
Os pombos e pombas são considerados como símbolos de paz e harmonia, numa tradição que, supostamente, tem as suas origens na história bíblica da Arca de Noé. Segundo o Antigo Testamento, depois do dilúvio, Noé soltou uma pomba que regressou com um ramo de oliveira no bico, que mostrava que a água estava regredindo e que tinham sido feitas as pazes com Deus. Na iconografia cristã, são também se encontra a metáfora do Espírito Santo, que apareceu sob a forma de pomba no baptismo de Jesus Cristo. Antes mesmo da existência da bíblia, os pombos já eram usados pelas religiões primitivas com símbolos e propósitos diferentes.
A plumagem desta ave tem normalmente tons de cinzento, mais claro nas asas do que no peito e cabeça, com cauda riscada de negro e pescoço esverdeado. Caracterizam-se, em geral, pelos reflexos metálicos na plumagem, cabeça e pés pequenos, bicos com ceroma ou elevação na base e a ponta deste em forma de gancho. O bico é vermelho, curto e fino, com cerca de 3,8 cm de comprimento médio, foi criado por asiáticos desde a antiguidade mais remota - há imagens que o representam, na Mesopotâmia, datadas de 4.500 a.C. - Alimenta-se de sementes, grãos e frutas e, nas cidades, do que estiver disponível nas ruas, incluindo resíduos.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (1 euro da Finlândia)

As moedas de 1 € da Finlândia, como a de 1999, têm cuhados Cygnus cygnus (Cisne-bravo). O cisne-bravo (Cygnus cygnus) é um cisne nativo do hemisfério norte. É o animal nacional da Finlândia e por isso, aparece nas moedas finlandesas de 1 euro.
O cisne-bravo é idêntico em aparência ao cisne-de-bewick. Contudo, é maior, o seu comprimento varia de 140 a 160 cm, as suas asas de 205 a 235 cm e tem um peso que varia de 8 a 15 kg. A sua cabeça tem uma forma mais angular do que os outros cisnes.


Esta ave é facilmente identificada porque é grande, branco, do tamanho de um cisne-mudo, distinguindo-se deste pelo bico em forma de cunha, com tom base amarelo e não cor-de-laranja, e sem protuberância preta. O longo pescoço é geralmente mantido na vertical e não em forma de S.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (Un peso mexicano de 1905)

As moedas de Un peso mexicano de 1905 tem cunhada uma Águia, cobra e cacto, simbolo nacional mexicano.
A águia aí presente parece ser uma águia-real ou águia-dourada (Aquila chrysaetos) que é uma ave de rapina diurna da família Accipitridae.
A águia real tem uma distribuição que abarca a maior parte do hemisfério norte. Desde tempos imemoriais que a águia-real é simbolo de valor e poder, devido à sua destreza e inacessibilidade dos seus ninhos.
Na mitologia rimana, a águia estava associada a Júpiter. Foi o símbolo das legiões romanas, da França Napoleónica, da Alemanha nazi, dos Império Austro-Húngaro, da actual Polónia e do escudo nacional do México.

Outras espécies de águias da América Latina são a águia-tirana, a águia-penachuda, a águia-de-cabeça-branca e a águia-solitária.

2010-09-11

Poema da mão esquerda

A minha mão iletrada,
Tentou escrever poesia,
Sabendo que não conseguia,
Acabar tarefa atilada.

Devagar, devagarinho,
Tentou encontrar rimas sem lê-las,
Ensaiou também escrevê-las,
Numa estranha configuração.

Apercebeu-se pelo caminho,
Que era como um menino
Que não aprendera a lição.

Estando perto do coração,
Escreveria com mais paixão?

Paixão, talvez a tenha,
Vontade, talvez não lhe falte,
Mas não tem a destreza certeira,
Que lhe dá o ensino e a arte.


Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 11 de Setembro de 2010.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (Ten cents de Singapura de 1986)

As moedas de Ten cents (dez cêntimos) de Singapura de 1986 têm cunhado um Jasmim (Jasminum multiflorum).
Jasmim é o nome comum pelo qual são conhecidas as espécies do género Jasminum L., da família Oleaceae, nativas do Velho Mundo. O seu nome vem do árabe Yasamin, que por sua vez foi importado do persa. São em sua maior parte arbustos ou lianas, de folhas simples ou compostas. As flores são tubulares, com pétalas patentes, raramente maiores do que dois centímetros de diâmetro, quase sempre muito perfumadas. Quase todas as espécies possuem flores brancas, mas há algumas de flores amarelas ou rosadas.
A maior produtora de jasmins do mundo é a Índia mas a China sempre foi uma grande produtora de jasmim.
O aroma dessa planta é adocicado, e é juntamente com a rosa um dos aromas fundamentais da perfumaria. Na China misturam-se flores de jasmim com as folhas de chá, e a combinação de sabor e aroma resultante é muito apreciada.
Dentre as espécies mais populares de jasmim, destacam-se efectivamente o Jasminum multiflorum nativo da Índia, mas também é possível cultivar o Jasminum azoricum, ou Jasmim-dos-Açores.
Talvez menos conhecido do público em geral, a espécie Jasminum azoricum (Jasmim-dos-Açores), que como o próprio nome indica é originário do arquipélago dos Açores. Só recentemente esta espécie de jasmim começou a ser comercializada, mas a sua folhagem densa e flores extremamente odoríferas, rapidamente conquistaram o mercado viveirista. Para além da sua beleza é ainda bastante resistente a solos pobres, aguentando alguma secura, desde que não seja prolongada. A sua propagação por estaca é fácil, devendo ser feita a partir de talos semi-lenhosos cortados em finais do verão e postos a enraizar em estufa.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (10 tolarjev da Eslovénia do 2000)

As moedas de 10 tolarjev da Eslovénia, como por exemplo do ano 2000, antes da moeda comum, euro, tinham cunhados Equus caballus (cavalos).
As Eslovénia tem tradições na crianção de cavalos, especialmente de cavalos Lipizzaner que são uma raça muito rara, com a população mundial de cerca 3000 cavalos. São uma das raças mais velhas da Europa. Os potros são pretos ou castanho escuro, e começam gradualmente a mudar a cor, para branco, até aos cerca de seis anos de idade. Têm em média 150-165 cm de altura e pesam entre 450 e 580 quilogramas.
A raça de Lipizzaner foi estabelecida em Lipica (Lipizza), uma vila pequena da região de Karst da Eslovénia, onde as circunstâncias ambientais permitem criar cavalos fortes e saudáveis.
Durante quatro séculos os eslovenos conseguiram apurar a raça Lipizzaner um dos cavalos mais nobres e famosos do mundo.
Apontam-se como razões para a beleza desses cavalos, a sua grande inteligência, o carácter agradável, capacidade de trabalho, e graciosidade dos movimentos.

2010-09-10

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (10 new agorot de Israel de 1980-1984)

As moedas de 10 new agorot de Israel têm cunhada uma Açucena, Lírio de Jerusalém ou Lírio de Nossa Senhora (Lilium candidum).
O Lilium candidum de nome popular Madonna Lily em inglês, é uma das espécies de lírio (nome vulgar dado às flores do género Lilium L. da família Liliaceae, originárias do hemisfério norte com ocorrências na Europa, Ásia e América do Norte. As plantas atingem, normalmente, de 1,20 a 2 m de altura. Essas plantas são nativa da Europa mediterrânica, incluindo a Albânia, Grécia, Itália e Turquia, e da Ásia Ocidental, com ocorrências em Israel, Libano e Afeganistão.
A açucena tem sido descrito como originando a famosa "flor-de-Lis" presentes em muitos brasões europeus.
São Lírios de Jerusalém, os desenhos pintados no palácio de Knossos, na Grécia.
Para os católicos romanos, a açucena representa a pureza, onde é possivel observar, nas pinturas medievais, a Virgem Maria segurando um ramo dessas flores.
Há traduções da Bíblia que identificam a palavra hebraica "Shoshannah" como significando lírio, como por exemplo no livro do Cântico dos Cânticos.
No templo do Rei Salomão havia lírios desenhados nas colunas que o suportavam.

2010-09-05

Surrealista

Se o verde ficar vermelho,
O azul, amarelo,
O pardo estacionar no claro,
Numa euritmia de cores, fora do usual,
É paisagem “surreal”.

Se em vez de pensar, sonhar,
Se em vez de andar, voar,
Se em vez de subir, cair,
O mundo será surrealista,
Sem deixar de ser intimista.

Quando a reacção é a acção,
A física fica invertida:
O tempo congela e o espaço avança,
A morte morre e a vida alcança,
A eternidade do lugar.

As cores perdem a ordem,
Do fantasma da luz solar,
O mar adquire vida,
Sem ter vida p’ra nos dar.
A água torna-se sólida,
Num cristal desconhecido.
A Lua fica redonda,
Noutro sistema axiomático,
Num pensamento errático,
Entre o prazer e a dor,
Leve ou excruciante,
Destrutivo em potencial.

O real é o que existe fora do meu entendimento,
Tudo o que vejo e sinto,
Tudo o que vejo e penso,
É uma construção,
Como na caverna de Platão,
Uma edificação mental,
Surrealista,
Ou talvez sem significado,
Confusa ou deturpada,
Como a palavra surreal.


Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 5 de Setembro de 2010.

2010-09-04

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (Ein Krona da Islandia de 1981)

As moedas de uma coroa (Ein Krona) da Islandia, como a de 1981, têm cunhado no verso o Bacalhau (Gadus morhua).
Bacalhau é o nome comum para os peixes do género Gadus, pertencente à família Gadidae. A origem do vocábulo designativo ainda é pouco clara. Talvez assente nas formas bascas bakailaoa ou nas formas franceses cab(e)liau ou cabillaud, ou possivelmente tem origem holandesa: kabeljauw.
De entre as várias espécies de peixes comercializados como bacalhau destacam-se duas: a Gadus morhua, COD ou bacalhau verdadeiro, que habita as águas frias do Oceano Atlântico, nas regiões do Canadá e do Mar da Noruega e a Gadus macrocephalus que habita o Oceano Pacífico na região do Alaska.
Outros peixes salgados e secos também são comercializados com o nome genérico de bacalhau como o Gadus virens ou Pollachius virens (Saithe), o Molva molva (Ling) e o Brosmius brosme (Zarbo). Já em Moçambique e na Guiné-Bissau, chama-se bacalhau ao Rachycentron canadum (Beijupirá), uma espécie de peixe da ordem Perciformes.
Actualmente, a espécie Gadus morhua encontra-se na lista das espécies vulneráveis em risco de extinção, incluído em 2000, pelo WWF (World Wide Fund for Nature), na lista de espécies ameaçadas. Um relatório publicado por essa instituição informou que a captura de bacalhau diminuíu em 70 por cento nos últimos 30 anos, devido à dificuldade de encontrá-lo nos oceanos, alertando que se essa tendência se mantiver, os stokes mundiais de bacalhau poderão desaparecer dentro de 15 anos.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (Ten cents das Bermudas 2004)

As moedas de Ten cents das Bermudas, como a de 2004 que aqui se apresenta, tem cunhado no verso um lírio oriental (Lilium longiflorum var. eximium).
O Lilium longiflorum, o lírio oriental, em japonês テッポウユリ, ou lírio-de-novembro, é uma planta nativa das ilhas japonesas Ryukyu e Taiwan, mas a variedade Lilium longiflorum var. eximium, é nativa das ilhas Ryukyu e é mais robusto.
Essa variedade é extensivamente cultivada como planta ornamental. Essa variedade por vezes também é chamada de lírio-das-Bermudas, pelo facto de aí ocorrer uma produção significativa dessa planta.
Desde 1890 até ao início de 1920, que os bolbos dessa variedade eram exportados desde as Bermudas para Nova Iorque. Todavia, nessa altura, uma grave doença, identificada por Lawrence Ogilviede, afectou a produção de lírios-das-Bermudas de tal forma que os Estados Unidos passaram a importar os bolbos dessa planta, até 1940, directamente do Japão.
O Lilium longiflorum, muito apreciado pelos humanos é extremamente perigoso para os gatos, pois pode intoxicá-los.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (Cinco centavos do México de 1965)

As moedas de Cinco centavos do México, como a de 1965, tem cunhada uma Águia e serpente e um cacto. Trata-se do brasão de armas desse país que também está colocado ao centro da bandeira, e inspira-se na lenda asteca sobre a fundação Tenochtitlan. Segundo esta lenda, os astecas, então uma tribo nómada, encontravam-se a vaguear pelo México em busca de um sinal que lhes indicasse o sítio exacto onde deveriam construir a sua capital. O deus da guerra Huitzilopochtli havia-lhes ordenado que procurassem uma águia pousada em cima de um cacto que crescia sobre uma rocha submersa num lago. A águia teria no bico uma serpente que acabara de caçar. Após duzentos anos de deambulações, encontraram o sinal prometido numa pequena ilha no pantanoso lago de Texcoco. Aí fundaram a sua capital, Tenochtitlan, que mais tarde se tornou conhecida como Cidade do México, a actual capital do México.
O brasão de armas mexicano, foi redesenhado em 1968, por Francisco Eppens Helguera e aprovado pelo presidente Gustavo Díaz Ordaz.
No México, os cactos, da família Cactaceae, são comum e variados. Existem cerca de, aproximadamente, 84 géneros e 1400 espécies de catos nativos das Américas. São frequentemente usados como plantas ornamentais, mas alguns também na agricultura.
São plantas pouco usuais na Europa, adaptadas a ambientes extremamente quentes ou áridos, apresentando ampla variação anatómica e capacidade fisiológica de conservar água. Apresentam uma modificação caulinar chamada de Cladódio. Os seus caules expandiram-se em estruturas suculentas verdes perenes contendo a clorofila necessária para vida e crescimento, enquanto as suas folhas se transformaram nos espinhos pelos quais os cactos são bem conhecidos. Algumas espécies confundem-se com a família Euphorbiaceae.
O mais alto é o Pachycereus pringlei, cuja altura máxima registrada foi 19,20 metros, e o mais pequeno é o Blossfeldia liliputiana, com apenas cerca de 1 cm de diâmetro. As flores dos cactos são grandes, como os espinhos e ramos e brotam das areolas. Muitas espécies apresentam floração nocturna já que são polinizadas por insectos ou pequenos animais nocturnos, principalmente borboletas e morcegos.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (5 cent da Holanda de 1980)

As moedas de 5 centimos da Holanda, como a de 1980, antes da moeda única europeia, tinham cunhadas um Ramo de zimbro-rasteiro (Juniperus communis).
O Juniperus communis é um arbusto perene da família das cupressáceas que, geralmente, não atinge mais de 1 metro de altura, embora se encontrem espécimes que cheguem aos 7 m, em forma arbustiva, ou mais, em forma arbórea (principalmente na Europa).
É designado vulgarmente como cedro, genebreiro, junípero, junípero-comum, zimbrão, zimbro, zimbro-anão zimbro-comum, zimbro-rasteiro ou zimbro-vulgar. Tem ramos que se dispersam lateralmente, formando matos rasteiros e densos com cerca de 1 a 4 metros de diâmetro. As folhas, subimbricadas, em verticilos de três, apresentam uma faixa estomática branca na página superior. Os ramos, geralmente em grupos de três com a base ao mesmo nível no caule, são ascendentes ou rasteiros. A casca é lisa em ramos pequenos, com menos de 1 cm de diâmetro, exfloiando em ramos maiores. O fruto consiste em gálbulos pruinosos, de 6 a 9 mm, negros quando maduros - e que podem ser usados para produzir a bebida designada como "genebra" (do francês genièvre, que designa os gálbulos) ou gin, e também o Steinhaeger. Em Portugal, encontra-se, sob a forma da subespécie nana, nos pontos mais altos da Serra da Estrela e da Serra do Gerês.
Os frutos são redondos, com tamanho semelhante aos grãos da pimenta caiena, verdes quando novos, mas pretos e cobertos por um véu ceroso e azulado quando maduros.
Na cozinha, o zimbro entra na preparação do chucrute. Também é um excelente tempero para marinados. Inteiro ou amassado, enobrece o patê de fígado e até o toucinho defumado. O zimbro é ainda um versátil aromatizante, se misturado ao vinho, ao conhaque ou ao alho. Serve igualmente para aromatizar caças, peixes e carnes de porco. O Zimbro é muito utilizado na cozinha holandesa.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (X centavos de 1968 - Portugal)

As moedas portuguesas de X centavos, como as de 1968, tinham cunhado um Ramo de oliveira (Olea europaea). Ao longos dos tempos desde o final da Primeira República que o ramo de oliveira está presente nas moedas de X, XX e 20 centavos, talvez pelo facto de Portugal ser um grande país produtor de azeite e de este constituir parte da base alimentar das famílias portuguesas.
O azeite é um produto alimentar, usado como tempero, produzido a partir da azeitona, fruto advindo das oliveiras. Trata-se, pois, de um alimento antigo, clássico da culinária contemporânea, regular na dieta mediterrânica e actualmente presente em grande parte das cozinhas.
Além dos benefícios para a saúde o azeite adiciona à comida um sabor e aroma peculiares.
A região mediterrânica, é responsável por 95% da produção mundial de azeite, produção essa, favorecida pelas suas condições climáticas, propícias ao cultivo das oliveiras, com bastante sol e clima seco.
A origem da oliveira, na sua forma primitiva, remonta ao Terciário, anterior portanto ao aparecimento do homem, e situa-se nesse período na Ásia Menor, provavelmente na Síria ou na Palestina, regiões onde foram descobertos vestígios de instalações de produção de azeite e fragmentos de vasos datados do começo da Idade do Bronze. Todavia, em toda a bacia do Mediterraneo são encontradas folhas de oliveira fossilizadas, datadas do Paleolítico e do Neolítico, sendo também pesquisada a sua origem ao sul do Cáucaso, nos planaltos do Irão.