Da natureza e do homem

Uma baleia bufa em consonância com o murmurar das ondas,
Um pardal chilreia para testar o ronronar do gato,
Um touro urra com vontade de arremeter.

Não há palavras na ausência do som,
Nem música para as acompanhar.
O silêncio dos inocentes acompanha o bramir vitorioso dos predadores.
Quem vê e não acusa,
É como um melro a assobiar,
Ou uma lebre fulgurante que se limita a guinchar.

Ouvir e não fremir,
É como chegar ao fim do som e tornar-se mudo,
Pelo desconforto da audibilidade,
Como um morcego que não crocita nem pia,
Apenas trissa,
Num mundo mudo e insonoro,
Onde os únicos capazes de o ouvir,
São os que dele se sabem servir.

Angra do Heroísmo, 18 de Setembro de 2010
2 Comments:
Num mundo mudo e insonoro,
Os únicos capazes de o ouvir,
São os que dele se sabem servir.
Muito bem..
Gostei.
Joe
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