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2010-07-31

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (5$00 de 1983 de Portugal)

A moeda portuguesa 5$00 de 1993, tinha cunhada na face um Vaca (Bos taurus).

O gado bovino é composto por bois - termo que, em sentido amplo, dá nome ao animal mamífero, ruminante, artiodáctilo, com um par de chifres não ramificados, ocos e permanentes, do género Bos em que se incluem as espécies domesticadas pelo homem.
O boi, em sentido estrito, é o macho castrado, sem possibilidade reprodutiva da espécie Bos taurus (família Bovidae), sendo também usado na denominação vernacular do indivíduo pertencente ao gado bovino.
A vaca é a fêmea desta espécie e o touro é o macho com os testículos intactos, com aptidão reprodutiva.
Existem duas subespécies de Bos taurus, a saber: Bos taurus taurus (gado taurino, de origem europeia) e Bos taurus indicus (gado zebuíno, de origem asiática). Os cruzamentos entre os indivíduos de ambas as divisões é frequente em programas de melhoramento genético dos rebanhos. Esses híbridos são muito usados para combinar a produtividade do gado taurino com a rusticidade e adaptabilidade a meios tropicais do gado zebu.
O gado doméstico descende do auroque na Europa e do gauro na Ásia, começou a ser domesticado entre 5.000 e 6.000 anos atrás, servindo como animal de carga ou fornecendo carne, leite e couro. Era pouco comum criar gado para alimentação. O animal era comido apenas se morresse ou não fosse mais útil para carga ou para fornecer leite. Assim como a cabra, também servia como animal de carga, mas precisava de pastagens maiores. Hoje em dia, no entanto, os bovinos são largamente utilizados para a produção de carne. A cadeia produtiva da carne engloba vários ramos de negócios, que vão desde a fabricação de ração e o ensino de profissionais qualificados (Médicos veterinários, Engenheiros zootécnicos, Engenheiros agrícolas e Agrónomos) até empresas de consultoria em sistemas de comércio exterior.
Existem várias raças autóctones portuguesas:
-Raça Ramo Grande da ilha Terceira nos Açores,
-Raça Alentejana, do Alentejo,
-Raça Arouquesa, de Aveiro,
-Raça Minhota ou Galega,
-Raça Maronesa, região da Serra do Marão, Trás-os-Montes,
-Raça Barrosão, região do Barroso,
-Raça Cachena, da zona do Parque Nacional da Peneda-Gerês,
-Raça Gravonesa,
-Raça Brava,
-Raça Mirandesa,
-Raça Jarmelista ou Jarmeleira, região da Guarda,
-Raça Mertolenga, Mértola.
Aqui destaca-se a Raça Ramo Grande que é uma raça de gado bovino autóctone da ilha Terceira, nos Açores. Recebeu o nome da zona nordeste da ilha, a planície do Ramo Grande, no concelho da Praia da Vitória, onde é mais numerosa e de onde são provenientes os seus melhores exemplares, sendo por isso considerada o solar da raça. Os seus exemplares são tipicamente criados sob a forma de pecuária extensiva, aproveitando as pastagens características da ilha.
O gado Ramo Grande era primitivamente utilizado no trabalho agrícola e na tração de cargas, embora fosse também explorado para a produção de carne e de leite. Até ao início da década de 1970 era a raça dominante na bovinicultura da Terceira e ilhas vizinhas.
Com a disseminação da mecanização dos trabalhos agrícolas, este gado perdeu as suas funções de tração, embora alguns criadores ainda ensinem o trabalho aos animais, sobretudo com o intuito de os apresentar em desfiles etnográficos. Por outro lado, a opção pelo sector leiteiro, bem como a introdução de raças exóticas especializadas quer na produção de leite, quer na produção de carne, contribuiu para que o seu plantel actualmente seja muito reduzido. Desse modo, com o objectivo de proteger e preservar a raça, e após ter sido definido o respectivo padrão, foi criado, em 1996 o seu Registo Zootécnico.
Com a sua definição como raça autóctone, houve um ressurgimento do interesse pela preservação deste património genético açoriano, estando em curso a avaliação das capacidades produtivas da raça e do seu interesse em alguns sistemas de produção de carne em zonas mais inóspitas de algumas ilhas do arquipélago Açoreano.
Para além das raças que conseguiram grande expansão quantitativa e geográfica, como as atrás indicadas, existem milhares de raças autóctones pelo mundo, resultantes de pressões selectivas específicas ou de um relativo isolamento genético nas localidades onde se desenvolveram. Muitas dessas raças estão extintas ou em extinção fruto da globalização e da competição com raças mais produtivas.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (XX Centavos de 1961 de Portugal)

A moeda XX Centavos de 1961 de Portugal tem cunhada no verso Ramos de oliveira (Olea europaea).
A oliveira simboliza a paz e a fraternidade, para além de os seus frutos e exploração via transformação terem grande importância na economia portuguesa. Para definir os atributos da oliveira, utiliza-se um poema de Apolinário Curado.

Simbolo de Paz e fraternidade,
Orgulho duma Nação;
Raciocínio de inteligência e moralidade,
Falando com a voz do Coração.
Os Homens desbravam,
As mentes cultivam;
Os braços que navegavam,
Nos Mares que os sorviam.
Pesquisando o conhecimento,
Daquilo que se temia;
Adquiriu-se sentimento
P'la Terra que abraçou um dia.
Nela não semeou fraternidade
Nem tampouco a Alegria...
Apenas ficou a saudade
De aí poder regressar um Dia!

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo ( Five Cents de 1966 das Bahamas)

A moeda de 5 (Five) cents das Bahamas tem cunhado um abacaxi ou ananás (Ananas comosus) que é uma planta monocotiledônea da família das bromeliáceas, subfamília Bromelioideae.
Os abacaxizeiros cultivados pertencem à espécie Ananas comosus, que compreende muitas variedades frutíferas. Há também várias espécies selvagens, pertencentes ao mesmo género e grupo.
O termo abacaxi (em português) é, com forte probabilidade, oriundo da língua tupi onde ibacati, quer dizer ‘bodum ou fedor de fruto’, ‘fruto fedorento’ (ibá, ‘fruto’, cati, ‘recender ou cheirar fortemente’), documentado já no início do séc. XIX.
O termo ananás (em português e espanhol) é tem origem na língua guarani, naná, e documentado em português na primeira metade do séc. XVI e em espanhol na segunda metade do mesmo século (1578), em que é empréstimo do português do Brasil ou da sua língua geral.
Este fruto, quando maduro, tem um sabor bastante ácido e muitas vezes adocicado. Em culinária pode ser utilizado como um poderoso amaciante de carnes. Habitualmente usa-se a polpa da fruta, mas o seu miolo e as cascas podem ser aferventadas para produção de sumos ou aromas.
Na linguagem corrente do Brasil tal como em Angola, costuma-se designar por ananás os frutos de plantas não cultivadas ou de variedades menos conhecidas ou de qualidade inferior. Por sua vez, a palavra abacaxi costuma ser empregada não apenas para designar o fruto de melhor qualidade, mas a própria planta que o produz.
O abacaxi é um fruto-símbolo de regiões tropicais e subtropicais, de grande aceitação em todo o mundo, quer ao natural, quer industrializado: agrada aos olhos, ao paladar e ao olfacto. Por essas razões e por ter uma "coroa", cabe-lhe por vezes o cognome de "rei dos frutos", que lhe foi dado, logo após seu descobrimento, pelos portugueses.
O Ananás dos Açores/S. Miguel (Ananas comosus L. Merril, variedade cayene) é diferente do produzido noutros locais, tanto em tamanho, como em sabor, pois é produzido em estufas de vidro utilizando técnicas de cultivo tradicionais: aplicação de "fumos" e utilização de "camas quentes" à base de matéria vegetal. Ao fim de um período de dois anos, desde a plantação até à colheita, obtém-se um fruto de qualidades impares de aroma e sabor. A cultura foi introduzida em S. Miguel por volta de 1840-50, sendo comercializado na Europa há mais de um século.
A produção faz-se em estufa porque os Açores não se localizam numa região tropical possuindo um clima temperado, daí que o ananás açoriano seja menos doce do que o abacaxi tradicional da América Latina ou África.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (One Dollar dos Estados Unidos da América de 1971)

As moedas de "One dollar" dos Estados Unidos da América de 1971 e alguns anos posteriores tem cunhada no reverso uma Águia-de cabeça-branca, ou Águia-americana (Haliacetus leucocephalus) que segura um ramo de Oliveira (Olea europaea), enquanto pousa na superfície lunar, em homenagem aos americanos que pousaram na Lua.
O comprimento desta ave, ameçada, apesar de estar a recuperar, situa-se nos 1,1 m e a sua envergadura varia entre 1,9 m e os 2,50 m. As uas asas são quadrangulares, com as extremidades penteoladas. O seu canto ou pio é cacarejado, chiado e áspero.
A águia-americana (da América do Norte) adulta é facilmente reconhecida pela cabeça, pescoço e cauda brancos. As águias mais novas têm a cabeça e a cauda acastanhadas ou castanhas. A plumagem branca só aparece quando a águia tem mais ou menos cinco anos de idade.
Tal como as outras aves de rapina, esta ave possui um bico grande, curvo e afiado, que serve para dilacerar as presas.
A águia-americana constrói o seu ninho na copa de árvores, utilizando galhos, gravetos e ervas secas. A cada ano que passa a águia vai aumentando o seu ninho. Em cada ninhada encontram-se 2 ovos, e a incubação dura, um mês e meio.
Esta ave alimenta-se de peixes, que retira da água doce com as suas garras afiadas.
É uma espécie monogâmica, formando casais permanentes e quando os filhos conseguem voar e caçar sozinhos, são expulsos do ninho pelos pais que lhes negam o alimento.
Quanto ao ramo de oliveira, espécie nativa do Mediterrâneo que a águia americana segura, este tem um significado mitológico.
Na mitologia grega, a oliveira aparece associada à longevidade e esperança, à vitória, à força e à fidelidade. São conhecidas as representações de ramos de oliveira no bico de uma pomba, como símbolo da paz que impera no nosso imaginário. Tal associação remonta pelo menos ao Antigo Testamento.
No livro do Génesis (8:11), conta-se que ao fim de 47 dias encerrado na Arca, Noé enviou, prospectivamente e pela segunda vez, uma pomba que voltou finalmente com uma folhinha de oliveira no bico, sinal que a ira de Deus amainara e que as águas do dilúvio estavam a baixar.
As Palomas, criada em 1949 e em 1950 por Picasso- a propósito do Movimento pela Paz e que figuravam nos posters dos Congrès Mondial des Partisans de la Paix desses anos- não aparecem com raminhos de oliveira; mas a partir da série de "El rostro de la paz" que celebra o trigésimo aniversário do Partido Comunista, em 1950 (era o tempo "des lendemains qui toujours chantaient..."), a mansa ave surge com o raminho da árvore sagrada e será pela pena deste artista que se tornará o símbolo Universal da Paz.

2010-07-25

Tia

Envelheceu com o sestro da minha avó,
Os cabelos da minha mãe
E os esgares dos meus tios.

De mim,
Guardadas em mim e não nela,
Mas catalizadas por ela e não por mim,
Rompiam lembranças de uma infância pobre e feliz.

Os longos cabelos,
Como pétalas de uma rosa branca,
Numa face risonha,
De uma avó que há tempos se fora,
Pintavam o retrato dos antepassados recentes,
Guardado na genética do seu corpo.

Foi em paz,
Juntar-se à família,
Numa idade que,
Se houver vida para além da morte,
Nesse lugar,
Brincarão todos como irmãos.

Que saudades que tenho, de tanta da minha gente!

As fotos não são de família apenas ilustram o post.
Félix Rodrigues

Angra do Heroísmo, 25 de Julho de 2010.

2010-07-24

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (10 centesimos do Uruguai)

As moedas de 10 centesimos do Uruguai tem cunhado um Cavalo crioulo (Equus caballus).
Os cavalos crioulos são personagens da história do Uruguai, A raça chegou a esse país há cerca de 500 anos e tornou-se selvagem pela própria natureza.

Assim, o Homem e a natureza convivem na busca de harmonia desde os tempos da colonização. Para dominar a imensidão das pampas, antes, era preciso domar o cavalo, que chegou ao Uruguai pela mão dos conquistadores espanhóis.
Eram animais treinados para a guerra, mas as fugas e o abandono no campo fizeram deles cavalos selvagens. A seleção natural, num ambiente de inverno rigoroso, preservou os mais fortes. Surgiu então uma raça resistente, bem adaptada: o cavalo crioulo do Uruguai.
Hoje, o cavalo crioulo é um companheiro inseparável de quem trabalham nas fazendas, até na hora do descanso, depois de um dia de sol. É um personagem da história, uma riqueza viva sobre o chão do Uruguai.
O cavalo (do latim caballu) é um mamífero hipomorfo, da ordem dos ungulados, uma das sete espécies modernas do gênero Equus. A denominação para as fêmeas é égua, para os machos não castrados, garanhão e para os filhos, potro. Esse animal é membro da mesma família dos asnos e das zebras, a dos equídeos. Todos os sete membros da família dos equídeos são do mesmo género, Equus, e podem relacionar-se e produzir híbridos, não férteis, como as mulas. Pertencem à ordem dos perissodáctilos da qual fazem parte rinocerontes e os tapires. Os cavalos têm longas patas de um só dedo cada. Os cavalos (Equus caballus) estão perfeitamente adaptados a diversos desportos e jogos, como corrida, polo, provas de ensino ou equitação.
Esses animais dependem da velocidade para escapar aos predadores. São animais sociais, que vivem em grupos liderados por matriarcas. Os cavalos usam uma elaborada linguagem corporal para comunicar uns com os outros, a qual os humanos podem aprender a compreender para melhorar a comunicação com eles. O seu tempo de vida varia de 25 a 30 anos.
Como curiosidade, a raça mais rápida de cavalo, o famoso thoroughbred (puro sangue inglês ou PSI) alcança em média a incrível velocidade de 17 m/s (aproximadamente 60 km/h).

Recentemente faz-se um esforço para reconhecer uma nova raça de cavalos nos Açores-Portugal: O pónei da Terceira, chegou a ser considerado em vias de extinção, mas hoje já tem mais de 40 exemplares. O próximo objectivo dos investigadores da Universidade dos Açores é o reconhecimento do Pónei da Terceira como raça.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (Five Cents da Jamaica)

A moeda de 5 cêntimos da Jamaica (Five cents) tem cunhada um Crocodilo-americano (Crocodylus acutus).
0 crocodilo-americano (Crocodylus acutus) é um crocodilo que pode ser encontrado no sul do México, América Central e norte da América do Sul. Assim como o crocodilo-de-água-salgada, ele também entra no mar. Populações ocorrem, a partir do Atlântico e do Pacífico nas costas do sul do México até à América do Sul, incluindo Peru e Venezuela. Este animal também se reproduz em Cuba, Jamaica e na ilha Hispaniola.
O crocodilo-americano tem quatro patas curtas e uma cauda poderosa longa. Tem fileiras das escalas ósseas que funcionam abaixo da sua parte traseira e cauda. Os adultos são castanhos or verde-azeitona. Os juvenis têm um tom claro com as faixas escuras no corpo e cauda.
A íris é prateada.
As narinas, os olhos, e as orelhas são ajustados na parte superior da cabeça. Os crocodilos-americanos rastejam geralmente apoiando a barriga no solo, mas são capazes de mover-se com movimentos muito rápidos. São nadadores exímios que usam a cauda para aumentar a velocidade.
O seu comprimento varia com o género: machos - 4m; fêmeas - 3m, e o seu peso também: machos 180 quilogramas; fêmeas - 73 quilogramas.
O crocodilo-americano pode ser perigoso para os seres humanos. Os ataques no México e na Ámérica do Sul são comuns.
Esta espécie faz parte da lista vermelha da IUCN, desde 2004, com o estatuto de animal ameaçado e“vulnerável”.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (100 Yenes do Japão)

A moeda de 100 yenes do Japão, tem cunhada a Sakura (flor de cerejeira), mais precisamente a espécie Prunus serrulata.
Sakura em português significa cerejeira. É a planta símbolo da primavera do Japão. As flores começam a surgir em Março ou Abril e atingem o auge da sua beleza em Julho.
A tradição japonesa de admirar as cerejeiras em flor chama-se Hanami. O Hanami pode incluir desde a recitação de poemas até ao pique-nique em família sob as cerejeiras.
Durante o Período Heian (794–1191), os japoneses adquiriram muitas práticas da China, inclusive o fenómeno social da apreciação de flores (hanami: 花見), onde a família imperial, poetas, cantores e outros aristocratas se reuniriam e celebrariam sob as árvores floridas. No Japão, as cerejeiras eram plantadas e cultivadas pela sua beleza, em vez dos frutos, para adornar os pátios da nobreza em Kyoto, pelo menos desde 794.
Na China, a ume, ou ameixeira chinesa, (na verdade, uma espécie de damasqueiro) era considerada a melhor, mas em meados do século IX, a cerejeira subsituíu a ameixeira como a espécie favorita no Japão.
Todos os anos, a Agência Meteorológica Japonesa e o público acompanham a sakura zensen (a afloração das cerejeiras) à medida que esta vai avançando no arquipélago, para o norte, com a chegada do tempo quente.
A floração inicia-se em Okinawa em Janeiro e chega a Quioto e Tóquio no final de Março ou começo de Abril.
Festivais Hanami celebram a beleza da cerejeira e para muitos são uma oportunidade de relaxar e aproveitar a bela vista. A tradição do hanami já tem centenas de anos no Japão, segundo crónicas do século VIII de Nihon Shoki (日本書紀) onde já se fala de festivais hanami a serem celebrados desde o século III.
A maioria das escolas japonesas e dos prédios públicos tem cerejeiras do lado de fora. Já que tanto o ano fiscal como o ano escolar começam em abril, em muitas partes de Honshū, o primeiro dia de trabalho ou de estudos coincide com a estação da sakura.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (5 Laari das Maldivas)

A moeda de 5 Laari das Maldivas tem cunhada uma Albacora (Thunus albacares).
A Albacora, Albacora-da-lage, Albacora-cachorra (Brasil), Atum, Atum-amarelo (do inglês "yellowfin"), Atum-oledê (São Tomé e Príncipe), Atum-de-galha-à-ré (Cabo Verde), Rabão (Angola), Rabo-seco (Cabo Verde) ou Alvacora (Açores), são alguns dos nomes vulgares em português para a espécie Thunnus albacares (Bonnaterre, 1788). Esta espécie encontra-se nas água tropicais e subtropicais de todos os oceanos, com excepção do Mediterrâneo, mar Vermelho e mar da China Meridional.
É um peixe de grande tamanho, atingindo um peso de 200 kg, mas de crescimento rápido, com uma idade máxima estimada de nove anos. Tem um comportamento pelágico, forma cardumes por tamanhos, mas pode juntar-se com outras espécies; os tamanhos maiores são frequentemente vistos juntos com golfinhos.
A reprodução ocorre principalmente no verão.
A Albacora tem a segunda barbatana (nadadeira) dorsal e a anal muito grandes (daí o nome dado no Brasil de “galha-a-ré) e amarelas. O corpo é azul escuro no dorso, tornando-se gradualmente amarelo a branco na barriga.
É uma espécie de grande valor comercial, especialmente nos Açores, sendo comercializado congelado, enlatado, fresco ou fumado; atinge um valor elevado para a produção de sashimi. As capturas aumentaram exponencialmente desde meados do século XX até 2003, quando atingiram as cerca de 1,5 milhões de toneladas pescadas por ano a nível mundial. A partir desse ano, as capturas mostram uma tendência decrescente. O método de pesca mais empregue para esta espécie é o palangre de profundidade, operado principalmente por frotas do Japão, Coreia do Sul e Taiwan. Nos Açores a pesca é feita utilizando a técnica de "salto e vara".
A pesca de “salto e vara”, depende da capacidade dos pescadores para a detecção e captura de atum. Membros da tripulação mais experientes, com a ajuda de binóculos, procuram por indícios da possível presença de atum, tais como, aves marinhas alimentando-se, cetáceos, destroços, etc. Após a identificação positiva o barco aproxima-se do cardume e desliga o motor ligando o chuveiro de água que simula o movimento em fuga de pequenos peixes pelágicos na superfície da água do mar, ao mesmo tempo que esconde os pescadores do ângulo de visão do atum. O tineiro começa a lançar isco vivo para o mar de modo a atrair o cardume para perto do navio e, dependendo da fome do atum o evento de pesca pode ser muito rentável para estes homens. Diferentes espécies de atum estão presentes na ZEE dos Açores durante os meses de verão, sendo as espécies de atum mais capturadas o atum Patudo (Thunnus obesus), o Voador (T. alalunga) e o Gaiado/Bonito (Katsuwonus pelamis). As duas primeiras espécies são capturadas durante os meses de Abril a Junho, enquanto o gaiado normalmente é capturado a partir de Junho a Outubro. O galha-a-ré (T. albacares) e de atum rabilho (T. thynnus) também estão presentes nos Açores a partir de Abril a Outubro, podendo mesmo ser considerado este arquipélago como um magnífico ecossistema para o atum em migração.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (50 Laari das Maldivas)

A moeda de 50 Laari das Maldivas tem cunhada uma Tartaruga verde (Chelonia mydas).
A tartaruga-verde, uruanã ou aruanã (Chelonia mydas) é uma tartaruga marinha da família Cheloniidae e o único membro do género Chelonia.
Esta espécie está distribuída por todos os oceanos, nas zonas de águas tropicais e subtropicais e com duas populações distintas: a do Oceano Atlântico e a do Oceano Pacífico.
O nome tartaruga-verde deve-se à coloração esverdeada da sua gordura corporal.
A tartaruga-verde é uma tartaruga marinha com um corpo achatado coberto por uma grande carapaça em forma de lágrima e um grande par de nadadeiras. É de cor clara, excepto na carapaça onde os tons variam do verde-azeitona a castanho ou a preto, no Pacífico Oriental. Ao contrário de outros membros de sua família, como a tartaruga-de-pente ou a tartaruga-comum, a tartaruga-verde é principalmente herbívora. Os adultos geralmente habitam lagoas rasas, alimentando-se principalmente de diversas espécies de algas marinhas.
Como outras tartarugas marinhas, as tartarugas-verdes migram, percorrendo longas distâncias entre as áreas de alimentação e as praias de incubação. Muitas ilhas em todo o mundo são conhecidas como Ilha das Tartarugas devido à nidificação das tartarugas-verdes nas suas praias. As tartarugas fêmeas saem para as praias e põem ovos em ninhos que escavam durante a noite. Mais tarde, os filhos emergem e dirigem-se para à água. Aqueles que sobrevivem alcançam a maturidade sexual ao fim de vinta a cinquenta anos e vivem até 80 anos em liberdade.
É uma espécie classificada pela IUCN (International Union for Conservation of Nature) por estar ameaçada. A tartaruga-verde é protegida contra a exploração, na maioria dos países. É ilegal a apanha, qualquer maltrato ou dano ou matá-las. Além disso, muitos países têm leis e decretos para proteger as suas áreas de nidificação. No entanto, as populações de tartarugas ainda estão em perigo por causa de diversas práticas humanas. Em alguns países, as tartarugas e os seus ovos são caçados para alimento. A poluição indireta prejudica as tartarugas, tanto ao nível da população como a nível do indivíduo. Muitas tartarugas morrem nas redes de pescadores. Finalmente a destruição do seu habitat, devido ao desenvolvimento do sector imobiliário, é uma grande fonte de perda de praias de nidificação.
A espécie encontra-se ainda ameaçada após um longo período de caça intensa devido à sua carne, usada para fazer sopa, couro e casca. (para artesanato)
A tartaruga-verde habitualmente se encontra em águas costeiras com muita vegetação (áreas de forrageio), ilhas ou baías onde estão protegidas, sendo raramente avistadas em alto-mar.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (2 florints da Hungria de 1997)

As moedas de 2 florins da Hungria, de 1997, tenha cunhado o Colchicum hungaricum (açafrão-dos-prados), um género botânico pertencente à família Colchicaceae.
Quando se refere o género Colchicums, muita gente confunde-o com o género outunal Crocus, com o qual esta planta não tem qualquer relação.
Os Colchicums são da família das Amaryllidaceae, onde se incluem os Galanthus, Leucojum e os Narcissus.
São plantas originárias da região do Mar Negro, mas também podem ser encontradas na Europa e Ásia Central. Esta espécie a que nos referimos é nativa da Hungria, Tajiquistão e Afganistão.
Esta planta floresce de finais de Novembro até finais de Fevereiro. Quanto mais frio é o ambiente, maior é o seu período de floração.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (25 Ore da Dinamarca)

A moeda de 25 ore da Dinamarca tem numa das faces cunhada Espigas de cevada (Hordeum vulgare) e na outra Ramos de folhas de castanheiro (Castanea sativa), espécies de elevada importância na alimentação humana.
A cevada (Hordeum vulgare) é uma gramínea cerealífera e representa a quinta maior colheita e uma das principais fontes de alimento para pessoas e animais. Pertence à família das gramíneas e a área cultivada no mundo chega a 530000 km². O seu período de germinação é de 1 a três dias. As suas flores são dispostas em espigas, na extremidade do colmo, e os frutos, amarelados e ovóides, fornecem uma farinha alimentícia, a germinação dos grãos (malte) da espécie (Hordeum distichum) é utilizada na fabricação da cerveja, e os grãos torrados e moídos são usados na fabricação de uma bebida sem cafeína de aspecto semelhante ao café.
O castanheiro, castanheira, castanheiro-bravo, ou castanheira-portuguesa (no Brasil), castinheiro ou castiro (na Galiza) (Castanea sativa) é uma árvore de grande porte, muito abundante no interior norte e centro de Portugal, cujo fruto (ouriço) contém a castanha, que formou, juntamente com o trigo, cevada e centeio, a base da alimentação em Portugal até ao século XVII. No sul e ilhas é rara, apenas aparecendo em áreas muito elevadas como a Serra de São Mamede (Marvão) ou em freguesias rurais como na Terra-Chã, Ilha Terceira, no Arquipélago dos Açores. O castanheiro produz também madeira de excelente qualidade, o castanho. Desde tempos remotos que é conhecida na Península Ibérica.
Alberto Sampaio, referindo-se à alimentação do camponês nortenho na Idade Média, diz: «Os frutos, sobretudo as castanhas, encontravam-se num dia ou noutro na mesa do lavrador». As castanhas menores e tocadas pelos bichos serviam de ração para porcos. A partir da Idade Média, a introdução do pinheiro-bravo (Pinus pinaster) foi um dos grandes responsáveis pelo recuo desta espécie, bem como do carvalho. Mais tarde, a introdução do milho e da batata fizeram a castanha perder a importância que tinha na alimentação da população.
Hoje, a castanha está intimamente ligada às comemorações de São Martinho e ao magusto, sendo consumida durante o Outono, normalmente assada ou cozida. Apesar de a planta se encontrar em declínio, devido à concorrência de outras espécies florestais, à doença da tinta e ao abandono dos campos, o seu fruto ainda é uma exportação agrícola portuguesa importante (aproximadamente 4% da produção mundial).
Actualmente os cocelhos de Vila Pouca de Aguiar e Valpaços no Distrito de Vila Real são os maiores produtores de castanha, e embora este fruto não seja, nos dias de hoje, a base da alimentação da população transmontana, é uma enorme fonte de rendimento em termos monetarios, visto que o seu preço atinje muitas vezes valores supriores a 2,50 €uros por quilograma.
Nos Açores, do passado, a Terra-Chã herdou, em especial, pomares de castanheiros da variedade “Viana”, de excelente qualidade. No decorrer de mais de um século a produção da castanha viana foi sofrendo redução devido aos ciclos de doenças que atacavam os castanheiros, a ponto de grande parte destes serem abatidos e depois aproveitados para madeira. Por este motivo e com o objectivo de preservar e valorizar a castanha viana como fruto típico da Terra-Chã e até de reconverter terrenos abandonados em novos pomares de castanheiros, a respectiva Junta de Freguesia tem vindo nos últimos nove anos, juntamente com o Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, a promover acções de sensibilização junto dos propietários e das entidades responsáveis pelo sector.

2010-07-18

Povoamento das ilhas

Escondidos dos piratas,
Por entre faias e loureiros,
Trabalharam arduamente a terra coberta de biscoito.

Fazia-se pão,
Com o mais árduo dos fermentos;
O suor dos corpos, e,
A humidade das nuvens baixas.

Piratas foram eles,
Que sacavam à terra aquilo que ela não dava.

Que felicidade se encontra num local ermo,
Inóspito e longínquo,
Foragidos da civilização que os cria?

Só um sonho de riqueza e florescimento,
Permitiria construir canadas de hortenses,
E alamedas de criptomérias,
Entre mistérios negros,
Insignificantes perante o enorme mistério que ali os levava:
Uma vida numa clareira de louro e silva.

Félix Rodrigues

Fotografias de Pedro Alves, Luis Godinho e Paulo Henrique Silva.

Angra do Heroísmo, 18 de Julho de 2010

2010-07-17

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (Quarter dollar dos Estados Unidos da América de 1999)

Em 1999, nos Estados Unidos da América cunharam-se moedas alusivas a cada um dos Estados. A alusiva ao Connecticut tem cunhada o "Charter Oak" (Carvalho da Constituição).
O "The Charter Oak" é um grande carvalho branco (Quercus alba) pouco comum, que datava do século XII ou XIII e que viveu até 1856, no local denominado pelos ingleses por Wyllys Hyll, na actual cidade de Hartford, no Connecticut.
O nome de "Charter Oak" (Carvalho da Constituição) está associado a uma lenda local, onde se afirma que a grande cavidade que esse carvalho antigo possuía, serviu para escrever a Carta da Constituição Americana, em 1687. Essa árvore foi derrubada por uma tempestade violenta.


O carvalho branco americano (Quercus Alba) cresce nas áreas de Missouri, Ohio, Kentucky, Connecticut e Tennessee. Essa árvore produz uma madeira que dá ao vinho pouco tanino, por não ser poroso e além disso acrescenta ao vinho os aromas de baunilha e coco.

O nome do género, “Quercus” deriva da palavra céltica Quercua que significa “bom” e cuea “árvore”. O Carvalho era uma árvore sagrada para os Druidas e foi por muito tempo um símbolo de fertilidade e imortalidade. No passado, as mulheres que desejavam engravidar levavam consigo uma bolo como um talismã. Na mitologia nórdica, o Carvalho era associado ao deus do trovão, uma vez que os arvoredos de Carvalho pareciam atrair muitos raios. Para os Romanos, o Carvalho simbolizava coragem e os heróis de guerra eram frequentemente coroados com uma grinalda de folhas de Carvalho.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (25 pesetas de Espanha - Canárias, de 1994)

As moedas de 25 pesetas de Espanha - Canárias, de 1994 tinham cunhadas um Dragoeiro (Dracaena draco).
A Dracaena draco L., conhecida pelo nome comum de dragoeiro, é uma planta da classe Liliopsida, ordem Asparagales, família das Ruscaceae (Dracaenaceae) originária da região biogeográfica atlântica da Macaronésia, onde é nativa dos arquipélagos das Canárias, Madeira e Açores, ocorrendo localmente da costa africana vizinha e em Cabo Verde. Pode atingir centenas de anos de idade, produzindo árvores de grandes dimensões. Apesar de comum e muito apreciado como planta ornamental em jardins daqueles arquipélagos, o dragoeiro encontra-se vulnerável no estado selvagem devido à destruição do seu habitat. A sua abundância varia entre relativamente comum nas Canárias a raro na ilha da Madeira e na maioria das ilhas açorianas.
Esta árvore que pode ultrapassar os 15 m de altura, de tronco robusto de material fibroso facilmente putrescível, de contorno irregular com até 5 m de diâmetro, com ramificação umbeliforme. Ritidoma de cor acinzentada, marcado por cicatrizes foliares e em geral fortemente fendilhado e com extensas porções secas e soltas. A ramificação é dicotómica após o surgimento da inflorescência terminal, produzindo uma copa ampla em forma de umbela de contorno circular.
As suas folhas são coreáceas simples, verde acinzentadas, acastanhadas na base, ensiformes de ápice agudo, dispostas em roseta terminal. O limbo das folhas mede 40-90 (110) x 2-4 (5) cm.
A inflorescência é longa, com 60-120 cm de comprimento, glabra, bipinada, de flores numerosas em panícula terminal larga.
As flores odoríferas, são hermafroditas e actinomórficas, com perianto com 7-10 mm, verde-esbranquiçado, composto por 6 peças unidas na base em tubo curto e campanulado. Possui 6 estames, não excedendo em comprimento o perianto.O ovário é súpero.
O fruto é uma baga globosa, com 14-17 mm de diâmetro, geralmente monospérmico, inicialmente amarelo-esverdeado, tornando-se laranja brilhante quando maduro. Sementes com 7-10 mm, globosas, quase perfeitamente esféricas, muito duras, de um branco leitoso a nacarado.
A seiva forma uma resina translucente, de cor vermelho sangue quando oxidada, solúvel em etanol e em éteres, podendo fundir-se a 76 ºC. É constituída maioritariamente por éteres, mas contém uma grande diversidade de substâncias, entre as quais a dracenina.
O dragoeiro deve o seu nome à cor da sua seiva, que depois de oxidada por exposição ao ar forma uma substância pastosa de cor vermelho vivo que foi comercializada na Europa com o nome do sangue-de-dragão ou drago. O sangue-de-dragão atingia elevados preços, sendo a sua origem conservada no mistério por muito tempo. Era utilizado em fármacos (sob o nome de sanguis draconis) e em tinturaria, constituindo nos tempos iniciais de povoamento europeu da Macaronésia, em especial das Canárias, um importante produto de exportação.
Nas Canárias o dragoeiro era considerado uma árvore sagrada pelos povos guanche, servindo alguns exemplares de ponto de referência e assinalando locais de reunião e de significado religioso. É célebre o dragoeiro de Icod de los Vinos, árvore sagrada das populações guanche de Tenerife.
Nos Açores os dragoeiros habitam a baixa altitude, existindo alguns exemplares famosos, tendo os existentes na zona da Praia de Água de Alto sido classificados por decreto do parlamento açoriano como árvores protegidas. No Museu do Pico (pólo do Museu do Vinho, Madalena) existe um bosque de dragoeiros centenários. No entanto, algumas dúvidas permanecem sobre se estes exemplares serão descendentes de exemplares nativos ou se esta espécie foi introduzida pelo ser humano.
No arquipélago da Madeira esta espécie, apesar de muito cultivada como ornamental em jardins, encontra-se extinta na natureza na ilha do Porto Santo e na ilha da Madeira sobrevive apenas um exemplar considerado selvagem numa escarpa sobranceira à vila da Ribeira Brava. Um segundo exemplar perto deste primeiro foi derrubado pelos fortes temporais que assolaram a ilha em Fevereiro de 2010, tendo os seus troncos sido recolhidos pelo Jardim Botânico da Madeira para uma tentativa de propagação vegetativa. Um terceiro exemplar selvagem existente numa escarpa da Ponta do Garajau a Este do Funchal caiu ao mar no Outono de 1982 durante uma tempestade. Existe ainda alguma polémica sobre se o núcleo de dragoeiros das Neves, local na periferia da cidade do Funchal onde se situa a sede do Parque Natural da Madeira, será ou não selvagem, apesar da maioria das opiniões serem de que se trata de um conjunto aí plantado por mão humana. A utilização desta planta no fabrico de sangue-de-dragão e especialmente a destruição e ocupação do seu habitat por motivos agrícolas e urbanos, são os principais responsáveis por esta situação.
Em Cabo Verde, o dragoeiro existe quase exclusivamente na ilha de São Nicolau, sendo uma árvore característica da ilha, e na Ilha Brava. Existem também alguns exemplares na costa sul de Marrocos, em locais pouco acessíveis e de maior humidade.
Em território continental português, existe um dragoeiro no Jardim Botânico da Ajuda, Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, sendo este o único jardim Botânico do Mundo com um dragoeiro, com mais de trezentos anos.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (1 schilling da Áustria)

As moedas de 1 schilling da Áustria, antes do Euro, tinham cunhadas a flor dos Alpes, Edelvais (Leontopodium alpinum).
O edelweiß ou edelweiss ou edelvais (Leontopodium alpinum) é uma espécie vegetal da família Asteraceae.
Existem muitas lendas relacionadas com essa flor, por exemplo, que ela surgiu das lágrimas de uma jovem virgem. Existe também lendas que referem que as pessoas caem de abismos quando tentam colher uma edelweiss.
Nas lendas austríacas diz-se que constitui uma grande prova de amor, quando um rapaz sobe os Alpes para apanhar essa linda flor para sua amada, pois é um percurso muito perigoso, e somente tendo muito amor se arrisca a vida dessa forma. Ainda hoje, no folclore austríaco, as danças e músicas tirolezas fazem referência a esta lenda.
A edelweiss é uma planta protegida por lei. Surge também nas moedas de 50 cêntimos do euro austríacas. É a flor nacional da Áustria e Suíça.
Os generais suíços exibem edelvais em vez de estrelas para assinalar o seu estuto.
Historicamente, o Edelweiss foi usado nos anos 30, como símbolo do jovem movimento anti-nazi chamado "The Edelweiss Pirates".
Em 1959, foi produzido nos Estados Unidos da América o musical "The Sound of Music" (Música no Coração), que conta a história da nobre família Von Trapp no período de avanço do III Reich. As canções são de Richard Rodgers e as letras de Oscar Hammerstein II, onde uma das músicas da peça é denominada de Edelweiss.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (200$00 de Portugal de 1998)

A moeda de 200$00 de Portula, de 1998, tem cunhada umacoroa de peixes e uma Sardinha (Sardina pilchardus).
A sardinha tem a seguinte distribuição: Rara na Islândia, mas presente desde o Mar do Norte até Senegal; Mediterrâneo, Mar de Marmara e Mar Negro.
A Morfologia: Peixe comprido e cilíndrico. Mandíbulas de igual comprimento. Opérculo com estrias radiais. Dorso azul-esverdeado, parte ventral prateada.
Biologia: São gregárias e formam grandes cardumes. São filtradoras e vivem entre 10 e 100m de profundidade. Quando jovens migram para a costa e águas pouco profundas; quando adultas, águas oceânicas e mais profundas.
Reprodução: Desova em primavera e perto da costa.
A sardinha, Sardina pilchardus, é a espécie mais abundante da costa portuguesa, cujos lípidos apresentam características interessantes sob o ponto de vista nutricional, devido ao facto de conterem uma percentagem elevada de ácidos gordos do tipo omega 3, frequentemente referenciados como hipocolesterolémicos. Os triglicéridos constituem a classe dominante, sendo mais abundantes quando a sardinha está mais gorda. Os ácidos gordos polinsaturados estão inversamente correlacionados com o teor lipídico, enquanto que a percentagem dos monoinsaturados é inferior nos meses em que a sardinha está mais magra. A percentagem dos saturados, por seu lado, parece ser pouco afectada pela época do ano.
Entre a percentagem de polinsaturados, monoinsaturados, saturados, EPA e DHA e o teor em lípidos foram estabelecidas várias correlações significativas bem como entre a percentagem dos polinsaturados e a dos moaoinsaturados.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (200$00 de Portugal de 1997)

A moeda bimetálica de 200$00 de Portugal de 1997 tem cunhado um Golfinho comum (Tursiops truncatus).
O golfinho-comum, golfinho-nariz-de-garrafa, golfinho-roaz, roaz-corvineiro ou toninha (Tursiops truncatus) é talvez a mais famosa e conhecida espécie de golfinho no mundo inteiro. Não somente por ser a espécie do famoso golfinho da série de televisão Flipper, mas também em função de sua distribuição ao longo de águas costeiras e oceânicas em todos os mares do planeta com excepção dos mares polares. Desde 1920 que esta espécie passou a ser capturada para estudos e espectáculos em zooa-marinhos, e é a espécie mais comum nos parques temáticos.
Em Portugal, é comum avistar-se roazes-corvineiros nas águas do Rio Sado, ao largo de Setúbal.
O golfinho-nariz-de-garrafa possui o corpo robusto, a cabeça robusta e o bico curto, largo e nitidamente distinto da cabeça. A sua nadadeira dorsal é alta e falcada. Nascido para deslizar os golfinhos-nariz-de-garrafa possuem corpos hidrodinâmicos, em forma de torpedo, que lhes permitem deslizar rapidamente através das águas do oceano. A sua gama de cores vai desde creme a cinza ou mesma preta. Geralmente, a barriga é mais clara que o dorso. As comunicaçõs são efetuadas através da emissão de uma gama de sons emitidos a partir da bolsa nasal localizada na testa. Com dentes fortes, os golfinhos agarram o peixe com os seus 18-27 pares de pequenos dentes cónicos, em ambas as mandibulas. As marcas especiais na pele ajudam os golfinhos a camuflarem-se de potenciais predadores. A cauda tem dois remos, denominados lobos, que o impulsionam através da água.
O Tursiops truncatus, apresenta duas formas, uma costeira e outra pelágica, que deverão diferir principalmente quanto às estratégias alimentares. A forma costeira é representada por animais que frequentemente são residentes, isto é, ocupam uma área restrita, e em oposição a forma pelágica é constituída por animais que não apresentam fidelidade a áreas restritas, ocupando zonas muito mais vastas de oceano. Há evidência de que estas duas formas estejam presentes nos Açores.
Os golfinhos desta espécie são facilmente identificáveis devido à sua coloração homogénea, cinzento-azulada dorsalmente e branca ventralmente, e ao seu bico que é mais proeminente na mandíbula inferior. No entanto podem ser confundidos com golfinhos-pintados que têm uma coloração bastante parecida com a dos roazes no estado juvenil.
A sua alimentação é muito variável, sendo composta por peixes, cefalópodes (lulas, polvos e chocos) e invertebrados, e como as outras espécies de odontocetes utilizam o seu sistema de ecolocação para procurar alimento.
Os roazes adultos têm em média entre 2.7m e 3m, e a maturidade sexual é atingida entre os 11 e 12 anos, o que equivale a um tamanho médio aproximado de 2.4m. A gestação dura um ano e as crias nascem com um comprimento compreendido entre 1 e 1.3m.
Formam grupos pequenos com menos de 10 animais na forma costeira. Embora os grupos formados sejam pequenos, têm uma organização social complexa e coesa. O seu comportamento gregário e cooperativo em alguns casos foi estendido para relações de cooperação com os seres humanos, como é o caso na Mauritânia e no Brasil onde existe uma pesca cooperativa em que os golfinhos encaminham o peixe para a rede dos pescadores e em troca estes dão uma parte do produto da pesca aos golfinhos.
Em outros lugares grupos ou indivíduos isolados desta espécie procuram espontaneamente o convívio com os seres humanos, mas isso contribuiu para que a maior percentagem de acidentes envolvendo golfinhos em liberdade, que de alguma forma puseram em risco vidas humanas, fossem com roazes.
Nos Açores a espécie ocorre durante todo o ano e durante os meses de Primavera/Verão têm sido vistos grupos com crias. Os estudos de foto-identificação efectuados à volta das ilhas do Faial e Pico ainda são preliminares, mas há indicações de que poderá haver residência destes animais nestas ilhas.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (1 dollar da Austrália)

As moedas de 1 dollar da Austrália , como a de 1984 têm cunhadas no reverso, Cangurus (Macropus sp.)
O canguru, é o mais famoso e o maior dos marsupais (mamíferos que completam o seu crescimento, após o nascimento, numa bolsa situada na barriga da mãe), vive na Austrália e é o mais conhecido de todos; é no entanto apenas uma de entre mais de 150 espécies (grupo de animais muito semelhantes entre si e com a capacidade de se reproduzirem) diferentes. Todos os marsupiais se reproduzem por um processo especial em que os filhos nascem numa fase de desenvolvimento muito prematura e são criados com leite, fora do corpo materno, por vezes no interior de uma bolsa. Embora geralmente se pense serem os marsupais tipicamente australianos, existem cerca de 70 espécies fora desse continente.
Canguru é o nome genérico dado a um mamífero marsupial pertencente a quatro espécies do género Macropus da família Macropodidae, que também inclui os wallabees. As características incluem patas traseiras muito desenvolvidas e a presença de uma bolsa (o marsúpio) presente apenas nas fêmeas na qual o filhote completa o seu desenvolvimento. O canguru é o animal-símbolo da Austrália.
A palavra canguru deriva de gangurru, do idioma arborígene Guguyimidjir, significando um canguru cinzento.
Este nome foi registrado pela primeira vez como Kangooroo ou Kanguru a 4 de Agosto de 1770 pelo tenente (posteriormente capitão) James Cook nas margens do rio Endeavour, no local da actual Cooktown, quando o seu navio HM Bark Endeavour permaneceu durante quase sete semanas para reparar danos sofridos na Grande Barreira de Coral.
Curiosamente, uma lenda, erroneamente associada a este facto, conta que o nome canguru deve-se a uma falha de comunicação entre os exploradores ingleses e os nativos da Austrália:
Na viagem de descoberta da Austrália, um grupo de marinheiros do capitão Cook capturou um bebé canguru, e trouxe a estranha criatura a bordo do navio. Ninguém sabia o que era aquilo, então alguns homens foram enviados à praia para perguntar aos nativos. Quando os marinheiros retornaram, disseram aos seus companheiros: "é um canguru". Muitos anos mais tarde, descobriu-se que quando os aborígenes disseram "canguru" significava "Não sei." na linguagem deles. Isto deve-se a que quando os ingleses voltaram à Austrália, vários anos depois, referiam-se a este animal como canguru. Uma vez que o idioma Guguyimidjir era falado apenas por algumas tribos aborígenes, os muitos nativos australianos que não falavam Guguyimidjir não entendiam a que se referiam os ingleses.
Os cangurus podem chegar a pesar 90 kg e atingir uma altura de 1,80 m ou mais. O quarto traseiro, grande, pesado e musculado, e a cauda, equilibram o quarto dianteiro, que é leve, pequeno e móvel. Os membros anteriores ficam distantes do chão durante a locomoção bípede e enquanto o animal se alimenta. O salto, adoptado pelos cangurus como meio de locomoção (são capazes de dar saltos com 9 metros de comprimento e de saltar cercas com mais de 3 metros de altura!) liberta-lhes as patas anteriores para outros fins. Usam-nas para arrancar vegetação e os machos para lutar entre si. Ninguém sabe porque motivo os cangurus utilizam o salto em vez de correrem nas quatro patas, como fazem praticamente todos os outros herbívoros que habitam as planícies no resto do mundo. Talvez o acto de saltar esteja associado ao facto de carregarem os filhos na bolsa, tentando-os manter em posição erecta, particularmente ao deslocarem-se com grande rapidez sobre terreno acidentado e pedregoso. Seja qual for a razão, os cangurus aprefeiçoaram extraordinariamente a capacidade de saltar. As suas patas traseiras são muitíssimo poderosas, a longa cauda musculada pode ser esticada para contrabalançar o peso e dar-lhe equilíbrio, e o animal, aos saltos, consegue atingir uma velocidade de 60 km/h.
Os dentes e o sistema digestivo são adaptados a uma dieta herbívora. Os dentes também são diferentes dos dentes dos outros herbívoros. Existem 4 pares de cada lado da mandíbula. Só os anteriores é que são usados na mastigação das rijas gramíneas que hoje crescem nas terras ressequidas da Austrália Central.
Quando se desgastam até à raíz, esses dentes caem e os posteriores deslocam-se para a frente para substituí-los. Quando o animal tem 15 ou 20 anos, os seus últimos molares estão em uso.
Erva, água e um bom abrigo é tudo o que precisa este magnífico animal, e por isso é perseguido pelo Homem, que o acusa de roubar a melhor erva às suas ovelhas.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (One dollar dos Estados Unidos da América, 2000)

A moeda de 1 dolar dos Estados Unidos da América (One Dollar USA, 2000) tem cunhada a Águia-de-cabeça-branca (Halietus leucocephalus).
A águia-de-cabeça-branca, águia-careca, águia-americana ou pigargo-americano (Haliaeetus leucocephalus) é uma águia nativa da América do Norte e é o símbolo nacional dos Estados Unidos da América.
Pode-se afirmar que é um símbolo ameaçado. Apesar de ser o símbolo nacional dos Estados Unidos, a águia-americana corre o risco de desaparecer. A caça, o envenenamento por mercúrio e a destruição de seu habitat natural são as causas que contribuem para a sua extinção na América do Norte. Esta ave é actualmente protegida e a sua população está em recuperação.
Em 1784, discutia-se, nos Estados Unidos da América, qual deveria ser o símbolo a adoptar para este país da América: "o perú ou a águia, "a bald eagle".
Benjamin Franklin preferia o perú e apresentava as razões seguintes:
"The bald eagle ... is a bird of bad moral character; like those among men who live by sharping and robbing, he is generally poor, and often very lousy", cuja tradução é algo do género "A águia careca ... é um pássaro de mau carácter; como os trapaceiros e ladrões, normalmente medíocres". Defendia o perú dizendo:
"The turkey is a much more respectable bird and withal a true original native of America." , cuja tradução é algo do género " O peru é uma ave respeitável e acima de tudo é um autêntico nativo americano."
De facto, o Peru é o nome comum dado às aves galiformes da espécie Meleagris gallopavo com variantes selvagens e domesticadas, originária da América do Norte. O Perú foi domesticado, mas era e é impossível fazer o mesmo à águia-de-cabeça-branca.

2010-07-11

Sentido da vida

Todos os novos juízos,
São renovadas significações da vida:
Da minha,
Ou da nossa existência comum.

Se os pudesse formular com racionalidade plena,
Seria um deus,
Posicionado na origem de um sistema de referência absoluto,
Que tudo vê,
Com uma contingência que só a ele diz respeito,
Até o sentido da vida,
Mesmo que comparado com o de morte.

Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 11 de Julho de 2010.

2010-07-10

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (One dollar da Nova Zelândia)

A moeda de 1 dollar da Nova Zelândia, como a de 1990, tem cunhada um Kiwi (Apteryx australis) com um feto (Cyathea dealbata) no bico.
As aves de nome kiwi têm actividade nocturna e passam o dia a dormir em troncos ou buracos de árvores. A sua visão é fraca, mas a restante parte sensitiva está desenvolvida. As asas desse pássaro são rudimentares e não têm cauda.

Os kiwi são encontrados apenas na Nova Zelândia, ou seja, são endémicos dessas ilhas, e há duas espécies semelhantes: o comum, que está representado na moeda de "one dollar" (Apteryx australis) e o de Owen (Apteryx owenii). Em geral, esses pássaros medem entre 48 cm e 84 cm e pesam até 4 kg. Normalmente, as fêmeas são maiores do que os machos. Existem várias subespécies de kiwi.


Os kiwis alimentam-se de insectos, larvas, frutos e bagos. Para pôr os ovos, regra geral dois, o kiwi comum costuma escondê-los em buracos entre as raízes das árvores ou em buracos no solo. O kiwi tem algumas particularidades que o distingue da maioria das aves. As suas narinas localizam-se na extremidade do bico, e não na base, facto que favorece ainda mais o seu olfacto e ajuda-o a encontrar as suculentas minhocas que fazem parte da sua dieta. De aparência atarracada, o kiwi ao caminhar assemelha-se muito a um porco-espinho. É uma espécie monogâmica, sendo o macho quem choca os ovos – por sinal, os maiores do mundo em proporção ao tamanho da ave .
Sem dúvida que este é um dos mais curiosos membros do grupo das aves de solo. Esta ave é símbolo da Nova Zelândia tendo a sua imagem estampada nas moedas e selos do país. A espécie chama a atenção não só pela estranha aparência, mas também devido a outras características incomuns, diferente de todas as outras aves, tal como se referiu anteriormente. As excentricidades biológicas do kiwi não ficam por aí! A fêmea desta espécie faz uma árdua postura de um a dois ovos por ano os quais medem 14 cm x 7,5 cm, em média, e pesam quase meio quilograma, cada um deles.

O kiwi é uma ave tímida e esquiva. Durante o dia refugia-se num buraco no chão, ou abriga-se junto às raízes das árvores, onde costuma colocar os ovos. É um pássaro das florestas neozelandesas em vias de extinção.

Os primeiros colonos introduziram nas ilhas a doninha e o furão que causaram grande impacto na fauna local, principalmente, na população dos kiwis que, por não conseguirem voar se tornaram presas fáceis dos mamíferos invasores.
Como a sua visão é fraca, o kiwi orienta-se, sobretudo pelo olfacto e pela audição. A conformação do seu bico com as narinas na sua extremidade, auxiliam-no, na tarefa de encontrar e arrancar as minhocas do solo, todavia, também come aranhas, gafanhotos, larvas e, ocasionalmente, pequenos frutos.

O casal de kiwis permanece unido a vida inteira, sendo a fêmea ligeiramente maior do que o macho. Pra se ter uma idéia do seu tamanho, este pássaro é um pouco maior do que um galo comum.
O kiwi é chamado pelos nativos da Nova Zelândia de tokoeka.

A Cyathea dealbata, é um feto, comummente chamado de feto-prata-arbóreo, ou apenas feto-prateado. Na língua Maori é denominado de kaponga ou ponga. É uma espécie endémica da Nova Zelândia.

Este feto arbóreo pode atingir até 10 m de altura. A sua copa é densa e os ramos de coloração prateada na parte inferior, chegam a atingir 4 m de comprimento.
A Cyathea dealbata apareceu na Nova Zelândia e ilhas Catham,no Plioceno, entre 1,8 e 5 milhões de anos atrás.