Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (5$00 de 1983 de Portugal)
O gado bovino é composto por bois - termo que, em sentido amplo, dá nome ao animal mamífero, ruminante, artiodáctilo, com um par de chifres não ramificados, ocos e permanentes, do género Bos em que se incluem as espécies domesticadas pelo homem.
O boi, em sentido estrito, é o macho castrado, sem possibilidade reprodutiva da espécie Bos taurus (família Bovidae), sendo também usado na denominação vernacular do indivíduo pertencente ao gado bovino.
A vaca é a fêmea desta espécie e o touro é o macho com os testículos intactos, com aptidão reprodutiva.
O gado doméstico descende do auroque na Europa e do gauro na Ásia, começou a ser domesticado entre 5.000 e 6.000 anos atrás, servindo como animal de carga ou fornecendo carne, leite e couro. Era pouco comum criar gado para alimentação. O animal era comido apenas se morresse ou não fosse mais útil para carga ou para fornecer leite. Assim como a cabra, também servia como animal de carga, mas precisava de pastagens maiores. Hoje em dia, no entanto, os bovinos são largamente utilizados para a produção de carne. A cadeia produtiva da carne engloba vários ramos de negócios, que vão desde a fabricação de ração e o ensino de profissionais qualificados (Médicos veterinários, Engenheiros zootécnicos, Engenheiros agrícolas e Agrónomos) até empresas de consultoria em sistemas de comércio exterior.
Existem várias raças autóctones portuguesas:
-Raça Ramo Grande da ilha Terceira nos Açores,
-Raça Alentejana, do Alentejo,
-Raça Arouquesa, de Aveiro,
-Raça Minhota ou Galega,
-Raça Maronesa, região da Serra do Marão, Trás-os-Montes,
-Raça Barrosão, região do Barroso,
-Raça Cachena, da zona do Parque Nacional da Peneda-Gerês,
-Raça Gravonesa,
-Raça Brava,
-Raça Mirandesa,
-Raça Jarmelista ou Jarmeleira, região da Guarda,
-Raça Mertolenga, Mértola.
O gado Ramo Grande era primitivamente utilizado no trabalho agrícola e na tração de cargas, embora fosse também explorado para a produção de carne e de leite. Até ao início da década de 1970 era a raça dominante na bovinicultura da Terceira e ilhas vizinhas.
Com a disseminação da mecanização dos trabalhos agrícolas, este gado perdeu as suas funções de tração, embora alguns criadores ainda ensinem o trabalho aos animais, sobretudo com o intuito de os apresentar em desfiles etnográficos. Por outro lado, a opção pelo sector leiteiro, bem como a introdução de raças exóticas especializadas quer na produção de leite, quer na produção de carne, contribuiu para que o seu plantel actualmente seja muito reduzido. Desse modo, com o objectivo de proteger e preservar a raça, e após ter sido definido o respectivo padrão, foi criado, em 1996 o seu Registo Zootécnico.
Com a sua definição como raça autóctone, houve um ressurgimento do interesse pela preservação deste património genético açoriano, estando em curso a avaliação das capacidades produtivas da raça e do seu interesse em alguns sistemas de produção de carne em zonas mais inóspitas de algumas ilhas do arquipélago Açoreano.