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2010-07-24

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (25 Ore da Dinamarca)

A moeda de 25 ore da Dinamarca tem numa das faces cunhada Espigas de cevada (Hordeum vulgare) e na outra Ramos de folhas de castanheiro (Castanea sativa), espécies de elevada importância na alimentação humana.
A cevada (Hordeum vulgare) é uma gramínea cerealífera e representa a quinta maior colheita e uma das principais fontes de alimento para pessoas e animais. Pertence à família das gramíneas e a área cultivada no mundo chega a 530000 km². O seu período de germinação é de 1 a três dias. As suas flores são dispostas em espigas, na extremidade do colmo, e os frutos, amarelados e ovóides, fornecem uma farinha alimentícia, a germinação dos grãos (malte) da espécie (Hordeum distichum) é utilizada na fabricação da cerveja, e os grãos torrados e moídos são usados na fabricação de uma bebida sem cafeína de aspecto semelhante ao café.
O castanheiro, castanheira, castanheiro-bravo, ou castanheira-portuguesa (no Brasil), castinheiro ou castiro (na Galiza) (Castanea sativa) é uma árvore de grande porte, muito abundante no interior norte e centro de Portugal, cujo fruto (ouriço) contém a castanha, que formou, juntamente com o trigo, cevada e centeio, a base da alimentação em Portugal até ao século XVII. No sul e ilhas é rara, apenas aparecendo em áreas muito elevadas como a Serra de São Mamede (Marvão) ou em freguesias rurais como na Terra-Chã, Ilha Terceira, no Arquipélago dos Açores. O castanheiro produz também madeira de excelente qualidade, o castanho. Desde tempos remotos que é conhecida na Península Ibérica.
Alberto Sampaio, referindo-se à alimentação do camponês nortenho na Idade Média, diz: «Os frutos, sobretudo as castanhas, encontravam-se num dia ou noutro na mesa do lavrador». As castanhas menores e tocadas pelos bichos serviam de ração para porcos. A partir da Idade Média, a introdução do pinheiro-bravo (Pinus pinaster) foi um dos grandes responsáveis pelo recuo desta espécie, bem como do carvalho. Mais tarde, a introdução do milho e da batata fizeram a castanha perder a importância que tinha na alimentação da população.
Hoje, a castanha está intimamente ligada às comemorações de São Martinho e ao magusto, sendo consumida durante o Outono, normalmente assada ou cozida. Apesar de a planta se encontrar em declínio, devido à concorrência de outras espécies florestais, à doença da tinta e ao abandono dos campos, o seu fruto ainda é uma exportação agrícola portuguesa importante (aproximadamente 4% da produção mundial).
Actualmente os cocelhos de Vila Pouca de Aguiar e Valpaços no Distrito de Vila Real são os maiores produtores de castanha, e embora este fruto não seja, nos dias de hoje, a base da alimentação da população transmontana, é uma enorme fonte de rendimento em termos monetarios, visto que o seu preço atinje muitas vezes valores supriores a 2,50 €uros por quilograma.
Nos Açores, do passado, a Terra-Chã herdou, em especial, pomares de castanheiros da variedade “Viana”, de excelente qualidade. No decorrer de mais de um século a produção da castanha viana foi sofrendo redução devido aos ciclos de doenças que atacavam os castanheiros, a ponto de grande parte destes serem abatidos e depois aproveitados para madeira. Por este motivo e com o objectivo de preservar e valorizar a castanha viana como fruto típico da Terra-Chã e até de reconverter terrenos abandonados em novos pomares de castanheiros, a respectiva Junta de Freguesia tem vindo nos últimos nove anos, juntamente com o Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, a promover acções de sensibilização junto dos propietários e das entidades responsáveis pelo sector.