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2010-08-28

Enunciados

Enumeram-se princípios, postulados e leis;
Ditam-se provérbios, argumentos e façanhas;
Celebram-se épocas, datas e momentos;
Tudo isso,
Entre o caos sensível do universo e a matéria perecível da vida.

Em nada são idênticos os tornados de fogo e vento,
Excepto nos princípios.
Distantes ficam os incêndios de Verão das inundações de Inverno,
Excepto no postulado da localização geográfica.
Dissemelhante é a vida,
Valorizada com o argumento da morte.

Há histórias que contam as façanhas daqueles,
Que instantaneamente,
Enganaram a morte.
Mas a lei,
A grande lei do universo,
É que cada átomo que o constitui será reciclado até ao fim do tempo,
Onde o espaço se quedará congelado,
Organizado,
Sem leis ou princípios,
Provérbios ou façanhas,
Numa ausência total de caos,
Ou da consciência dele.

Se por acaso não for o tempo a esgotar-se,
Mas o espaço,
E a alma gozar do argumento da eternidade,
Num neo-big-bang,
Todas as consciências se juntarão num instante,
Formando Deus,
Aquele que tudo vê,
Que tudo sente e pressente,
Omnipotente e omnipresente.

As leis tendem a oscilar entre a física e a metafísica,
Porque a nossa compreensão também vacila,
Entre a razão e a emoção.

Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 28 de Agosto de 2010.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (10 kobo da Nigéria de 1973)

As moedas de 10 kobo da Nigéria, como a de 1973, têm gravadas um dendezeiro ou palmeira-de-óleo-africana (Elaeis guineensis).
As palmeiras-de-óleo (género Elaeis) compreendem duas espécies da família Arecaceae (família das palmeiras). São plantas cultivadas para a produção de óleo de palma. O dendezeiro ou palmeira-de-óleo-africana, Elaeis guineensis, é espontânea na África ocidental, ocorrendo na Guiné daí o nome guineensis, entre Angola e Gâmbia, enquanto que a palmeira-de-óleo-americana (Elaeis oleifera) é espontânea nos habitats tropicais da América Central e da América do Sul.
A palmeira chega a atingir 15m de altura. Os seus frutos são de cor alaranjada, e a semente ocupa totalmente o fruto. O seu rendimento, em termos de produção de óleo, é muito grande, produz 10 vezes mais óleo do que a soja, 4 vezes mais do que o amendoim e 2 vezes mais do que o coco.
Da amêndoa do fruto extrai-se também um óleo usado em cosmética e na fabricação de chocolate.
Os frutos, nozes pequenas e duras, possuem polpa (mesocarpo) fibroso que envolve o endocarpo pétreo. Nascem negros e quando estão maduros adquirem uma cor que varia entre o amarelo forte e o vermelho rosado.
A Elaeis guineensis, segundo a espessura do endocarpo do fruto, é classificada em:
Macrocaria: possui frutos com endocarpo com espessura acima dos 6mm; sem importância económica.
Dura: fruto com endocarpo de espessura entre 2 e 6mm, com fibras dispersas na polpa. Usado como planta feminina na produção de híbridos comerciais.
Psífera: frutos sem endocarpo, usada como fornecedora de pólen na produção de híbridos comerciais.
Tenera: híbrido do cruzamento da Psifera e Dura; tem endocarpo com espessura entre 0,5mm e 2,5mm e com anel de fibras ao redor do endocarpo. As suas sementes são recomendadas para plantios comerciais. Tem uma vida económica entre 20-30 anos, produz 10-12 cachos anualmente, que pesam entre 20 a 30 kg (cada), com cerca de 1000 a 3000 frutos (cada cacho). É boa produtora de inflorescencias femininas. A semente ocupa totalmente a cavidade do fruto e contém o óleo de palmiste (palm kernel oil) que é esbranquiçado e quase sem cheiro e sabor.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (20 rappen da Suíça de 1950)

As moedas de 20 rappen da Suíça, como a de 1950, têm cunhada uma coroa de flores dos Alpes. Essa coroa de flores está associada ao folclore suíço. Os Alpes suíços possuem extensos prados que são explorados pelos agricultores suíços, especialmente nos meses de Verão. Na Primavera, nas proximidades de Whitsuntide, ocorre o “Alpauftrieb” (altura em que o gado é levado a pastar nos prados alpinos). É no “Alpabtrieb” (quando o gado é reolhido aos estábulos), no Outono, que se observa a manifestação cultural de enfeitar o gado que esteve a pastar nos Alpes.

Nalgumas ilhas açorianas, existe tradição próxima dessa tradição suíça, mas ligada ao culto do Espírito Santo, que consiste em enfeitar com flores os carros de bois que transportam o pão e o vinho para as "funções" ou bodos.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (10 haleru da Checoslováquia 1968)

As moedas de 10 haleru da antiga Checoslováquia, como a de 1968, tinham cunhado um ramo de Tilia cordata (tília).
Trata-se de uma espécie onde as flores de tília libertam um aroma muito odorífico.
A folhagem: Verde-escuro na Primavera e Verão e verde e amarelo no Outono. Apresenta cor verde mais clara na página inferior das folhas. As suas flores são brancas e amarelo pálido.
As árvores de Tilia cordata podem atingir os 30 m de altura.
A Tilia cordata pode ser utilizada como árvore ornamental e de sombra. As suas flores, depois de colhidas em Junho e secas à sombra, são usadas para fazer a tradicional infusão de tília, conhecida pelas suas propriedades calmantes e refrescantes.
Existem outras espécies de tília, como a Tília-de-Folhas-Pequenas que é uma árvore caducifólia oriunda da Europa e dos Balcãs. Apresenta uma forma compacta com folhas pequenas e cordiformes com cerca de 6 cm. As flores são muito fragrantes e bastante procuradas pelas abelhas. A floração é tardia, surgindo entre Julho e Agosto, e seguida do aparecimento de um fruto do género da noz. Esta é uma espécie de crescimento lento e de longa longevidade, podendo atingir 500-800 anos de vida. As flores e o característico verde mais claro e os pequeninos tufos de pêlos avermelhados na página inferior das folhas tornam esta espécie muito decorativa nos espaços verdes.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (10 millim do Sudão)

As moedas de 10 millim do Sudão tem cunhado numa das suas faces um camelo (Camelus dromedarius).
O dromedário ou camelo árabe distingue-se do camelo bactriano, nativo da Ásia Central, pela presença de apenas uma bossa, contra duas do último. A bossa do dromedário não é composta de água (ao contrário da lenda popular), mas sim de gordura acumulada pelo animal em períodos de alimentação abundante, que lhe permite sobreviver em condições de escassez. Sendo que a água é acumulada na sua corrente sanguínea, onde seus glóbulos vermelhos podem aumentar em volume, até 250%, para acumulá-la. Outras adaptações à vida no deserto incluem: uma pelagem esparsa e suave que permite refrigeração, que varia do branco-sujo ao bege-claro ou castanho-escuro. As suas patas tem base larga, com uma área que impede que se enterrem na areia; além de longos cilios que protegem os olhos do animal durante tempestades de areia.
O dromedário encontra-se extinto na Natureza e a totalidade da população existente no Médio Oriente vive domesticada. O único local do mundo onde ainda restam populações selvagens é nas zonas áridas da Austrália, que tem condições de clima e paisagem relativamente semelhantes. Os dromedários australianos são descendentes de animais introduzidos pelos pioneiros que exploraram o centro do país e que depois passaram ao estado selvagem. O dromedário foi domesticado como meio de transporte à semelhança do cavalo. Na Arábia Saudita e Norte de África os dromedários são montados com a rahla, uma sela especial adaptada às características do dorso do animal.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (20 liras de Itália 1957)

As moedas de 20 liras italianas, como a de 1957, antes da entrada da moeda única, euro, tinham cunhado no verso um ramo de Quercus suber (sobreiro), espécie a partir da qual se produz a cortiça.
A cortiça é um material de origem vegetal da casca (súber) dos sobreiros (Quercus suber), com grande poder isolante.
A primeira extracção da cortiça ocorre, normalmente, quando a árvore atinge entre 25 a 30 anos, sendo que a extracção ocorre nos meses de Junho a Agosto. Essa cortiça, por vezes com espessura considerável, recebe o nome de virgem e distingue-se substancialmente da cortiça de reprodução extraída nos períodos seguintes: é designada por secundeira na segunda tiragem e por amadia nas tiragens ou extracções subsequentes. A cortiça amadia é a de maior qualidade, sendo por isso a mais valorizada, e a única que pode ser utilizada para o fabrico de rolhas. A partir desta fase, a cortiça é extraída a cada nove anos.
Actualmente, a cortiça é uma matéria-prima nobre cuja utilização se estende a variadas utilizações como sejam os revestimentos de solos, os isolamentos (térmicos e acústicos), na fabricação de instrumentos musicais, em artigos de decoração, nos componentes para calçados e para o setor indústrial de diversos segmentos automóvel, bebidas, construção alvenaria, decoração, entre outros.
Portugal, com uma área de 730 mil hectares de montado de sobro, é responsável por mais de 50% da produção mundial de cortiça. Outros produtores são Espanha, sul da França, sul da Itália e mais recentemente Marrocos, Argélia e Tunísia.
O desenvolvimento tecnológico e a aplicação de novas técnicas, incluindo de gestão, levaram à integração vertical de algumas operações de transformação da cortiça.
A cortiça também ja foi usada para o descobrimento da célula (somente para o descobrimento da palavra célula, pois o que o cientista viu, não era na verdade a célula). Em 1665, Robert Hooke utilizou finos cortes de cortiça e visualizou em seu microscópio algo parecido com "favos de mel", e deu-lhe o nome de cécula, jurando ter visto "a célula".

2010-08-22

Angra, Órgão de Tubos

Angra nasceu pró mar,
Como um órgão de tubos para uma catedral.

Das torres das suas igrejas
Jorram registros verticais de harmónicos sinos,
Nos fins das tardes,
Mas é na tubaria horizontal,
Que se revela a sublime capacidade de edificar.

Da lingueta de um monte de falso pau brasil,
Um pouco antes do amanhecer,
Soam clarins, para sinalizar,
Que por Si,
E só,
A cidade guardou o nome de Portugal.

Afinam-se as ruas, as marchas, as danças e as gentes,
Chegadas de Aquém e Além-Mar,
Para que o timbre da cidade, simples baía,
Seja o do heroísmo demonstrado no mar,
A bordo de uma nau acabada em bagacina.

Duas oitavas acima do mais longo dó,
Miram-na dois olhos pretos cheios de saudades,
Guardadas nas memórias de África, Ásia e Oceânia,
Pressagiando roças no novo mundo.

Há no ar,
Música com cheiro a amor,
Nesta cidade que pretendeu alcançar o céu,
Pela parte mais baixa do fole de um anticiclone.

Angra tem jogos de solos,
Como címbalos, nasardos e clarins.
Angra é um Órgão de tubos,
De arquitectura e vivência Ibérica.

Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 22 de Agosto de 2010.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (1 dollar do Canadá 1996)

As moedas de um dollar Canadianas, como a de 1996, têm cunhadas uma Gavia immer (Mobelha-grande).
A mobelha-grande (Gavia immer) é uma ave ciconiforme da família Gaviidae. Possui 90 cm de comprimento e pode mergulhar até 81 m de profundidade nas águas de lagos e rios. Com as suas patas implantadas bem atrás no corpo, abre caminho quando mergulha, mas é-lhe difícil andar em terra seca. Por vezes, emite um som, um chamamento ruidoso e lamentoso ou geme e ri loucamente, estranhos ruídos esses que com frequência se ouvem de noite.
Grande mobelha, do tamanho de um corvo-marinho. Distingue-se das outras mobelhas pelo seu bico relativamente forte e pelo meio colar negro a meio do pescoço.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (5 cents dos USA de 1937)

As moedas de 5 centimos dos Estados Unidos da América, como a de 1937, tinham cunhado um Bison bison (Bisonte).
Os bisontes-americanos, ou simplesmente, bisontes (Bison bison) pastam nas pradarias da América do Norte, em grandes manadas, migrando para sul durante o inverno e já foram extremamente abundantes. Antes da chegada dos europeus àquele continente, os bisontes eram caçados pelos nativos americanos, mas os colonizadores quase os exterminaram. No princípio do século XIX havia mais de 60 milhões de bisontes na América do Norte, mas em meados desse século o bisonte tinha desaparecido a leste do rio Mississippi e, em 1900 só existiam duas manadas selvagens, uma do "bisonte-das-planícies" (Bison bison bison) no Parque Yellowstone e outra duma variedade maior, chamada "bisonte-das-florestas" (Bison bison athabascae), no Canadá. No início do século XX, foram instituídas leis de protecção destes animais e a sua população subiu de poucas centenas para mais de 20 mil. O bisonte das florestas aparentemente desapareceu como raça distinta, provavelmente por hibridização com o das planícies.

2010-08-21

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (100$00 dos Açores- Portugal de 1986)

A moeda de 100$00, comemorativa do aniversário da Autonomia da Região Autónoma dos Açores dos Açores- Portugal, em 1986, possui cunhada uma hortense ou hortênsia (Hydrangea macrophylla).
A Hydrangea macrophylla é uma espécie de hortênsia nativa do Japão. A Hydrangea macrophylla tem flores rosa ou azuis dependendo do pH do solo, ou seja, da sua acidez. Em solos ácidos as flores são azuis, enquanto em solos alcalinos são cor-de-rosa.
Nos Açores é considerada uma planta invasora e perigosa para a flora nativa. No interior das ilhas debruam as estradas dando-lhe um colorido singular. Esses muros de hortenses, presentes em todas as ilhas impressiona os turistas pelo seu efeito.
No sul do Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, existe uma região denominada "Região das Hortênsias", caracterizada pelo ajardinamento de casas e estrada com esta espécie. O Clima do Rio Grande do Sul tem características próximas do clima dos Açores. Gramado, cidade mais representativa desta região turística brasileira, tem a hortênsia como a sua flor símbolo. Os Açores, são conhecidos por esta flor, mas nunca a adptotaram com símbolo oficial. As hortênsias possuem hidrangina, o que as torna venenosas. Este veneno causa cianose, convulsões, dor abdominal, flacidez muscular, letargia, vómitos e coma, todavia, alguns bovinos nos Açores ingerem-na e não parecem ter qualquer tipo de problema.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (5 millim da Tunísia)

As moedas de 5 millim da Tunísia, como a de 1996, tem cunhado um sobreiro (Quercus suber).
O sobreiro, sobro, sobreira ou chaparro (Quercus suber) é uma árvore da família do carvalho, cultivada no sul da Europa e a partir da qual se extrai a cortiça.
É devido à cortiça que o sobreiro tem sido cultivado desde tempos remotos. A extração da cortiça não é (em termos gerais) prejudicial à árvore, uma vez que esta volta a produzir nova camada de "casca" (súber) com idêntica espessura a cada 9 - 10 anos, período após o qual é submetida a novo descortiçamento. O sobreiro também fazia parte da vegetação natural da Península Ibérica, sendo espontâneo em muitos locais de Portugal e Espanha, onde constituía, antes da acção do Homem, frondosas florestas em associação com outras espécies, nomeadamente do género Quercus.
A finalidade da cortiça é o fabrico de isolantes térmicos e sonoros de aplicação variada, mas especialmente na produção de rolhas para engarrafamento de vinhos e outros líquidos. Portugal é o maior produtor mundial de cortiça.
As folhas do sobreiro medem 2,5 a 10 cm por 1,2 a 6,5 cm, e são de cor verde escura e sem pelos. Têm forma denticular, uma nervura principal algo sinuosa e 5 a 8 pares de nervuras secundárias.
O fruto, como em outros carvalhos (Quercus spp.) é a bolota, também conhecida por lande ou ainda (mais correctamente) glande.
Assim a área de ocorrência do Sobreiro é o Mediterrâneo ocidental. Distribui-se essencialmente pela Península Ibérica e por alguns locais mais húmidos do norte de África. Em Portugal predomina a sul do rio Tejo, surgindo naturalmente associado: ao pinheiro-bravo nos terrenos arenosos da Península de Setúbal, Vale do Sado e litoral sotavento algarvio; à azinheira (Quercus ilex) nalgumas regiões do interior alentejano, zona nascente da serra algarvia, Tejo Internacional e Douro Internacional; ao carvalho-cerquinho (Quercus faginea) na Estremadura, Alentejo Litoral e Monchique; ao carvalho-das-canárias (Quercus canariensis) na região de Odemira-Monchique; ao carvalho-negral (Quercus pirenaica) em alguns pontos da Beira Interior e Alto Alentejo, como as Serras da Malcata, São Mamede e Ossa. Surge ainda em alguns pontos de clima atlântico com pluviosidades extremamente elevadas, como na Serra do Gerês, onde predomina nas encostas mais soalheiras.
O sobreiro é uma espécie que requer humidade e solos relativamente profundos e férteis, embora também tolere temperaturas altas e períodos secos de três a quatro meses, típicos do clima do sul de Portugal. Nas regiões a sul do Tejo o sobreiro comporta-se como uma espécie de folhagem persistente e possui folhas mais pequenas, rijas e escuras; quando surge nas regiões do norte do país, onde é menos frequente, tem um comportamento ligeiramente marcescente, e folhas maiores, mais finas e claras.
De uma forma geral, em Portugal o sobreiro predomina no Alentejo litoral, Península de Setúbal, Baixa Estremadura, serras algarvias (com excepção das regiões próximas do Guadiana) e parte do Ribatejo, tendo núcleos dispersos no resto do país.
Na Tunísia, país de onde é originária a moeda que aqui se refere o sobreiro é uma árvore frondosa, mas rara, quando comparada com a sua distribuição em Portugal.

2010-08-15

Folclores

O medo transformou-se em cantiga,
A cantiga em bailarico,
A dança em tecno-via,
Infindável artificialização,
À base de alcatrão.


Não há flautas que imitem pássaros,
Ou tambores com som de trovão,
Porque os raios brilharam tanto,
Terminando em alumiação.

Debaixo da luz e cor,
Do néon e vapor de mercúrio,
Abanam linhos desbotados,
Traduzindo a superstição,
Da antiga geração.

São histórias de antigamente,
Fábulas e pura ilusão,
Que os citadinos esqueceram
E os rurais já não conhecem.

O que está na Sapateia,
Na sua música ou passos de dança?
- A falta de entendimentos modernos.


Quando as raízes das gentes,
Que quer dançar, desfilar,
Esbarram com a memória,
De identidade de um povo,
Não se podem aprofundar.

Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 15 de Agosto de 2010.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (20 cents de Singapura)

As moedas de 20 centimos de Singapura, têm cunhada a espécie Calliandra surinamensis.
Calliandra é um género botânico que compreende aproximadamente 200 espécies de plantas com flores que pertence à família Fabaceae, subfamília Mimosoideae. Essas espécies estão presentes na Ásia, África, América do Norte, América Central, América do Sul e Austrália. Podem ser arbustos ou pequenas árvores de folhas bipinadas. As suas flores tem um formato globoso e são formadas por inúmeros estames longos e finos.
A Calliandra surinamensis é nativa do Suriname, crescendo a altitudes superiores a 5 m de altitude. Essa espécie, comparada com outras do mesmo género, possui crescimento raído e folhagem densa. Pode ser cultivada para fins ornamentais e inclusivamente pode ser transformada em bonsai.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (50 tolar da Eslovénia)

As moedas de 50 tolar da Eslovénia, antes da entrada no Euro, tinham cunhada a espécie Bos Taurus Taurus.
Bos taurus (família Bovidae) é a designação científica do touro europeu, sendo também usado na denominação vernacular do indivíduo pertencente ao gado bovino.
O Bos taurus possui duas subespécies, a saber: Bos taurus taurus (gado taurino, de origem europeia) e Bos taurus indicus (gado zebuíno, de origem asiática).
Esta espécie foi domesticada pelo homem e é explorada para a produção de leite, carne e pele (couro) e também como meio de transporte e animal de carga. Também os ossos são aproveitados, para a fabricação de farinha, sabão e rações para animais. O casco e os chifres têm usos diversos e os pêlos das orelhas são usados para a confecção de pincéis artísticos.
Os machos de determinadas raças podem ser também usados como entretenimento nas touradas e nos rodeios.
A carne bovina por ser largamente consumida nas mais diversas partes do mundo, principalmente nos países de origem latina, é vendida em pedaços, bifes, moídas com as variantes de nomes dado a cada tipo de carne extraída de determinadas regiões do boi/vaca. A Região Autónoma dos Açores, explora quase em exclusivo esta subespécie para a produção simultânea de leite e carne, mas também, na ilha Terceira (gado bravo), para as touradas à corda e touradas de praça.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (5 cents da África do Sul de 1977)

As moedas de 5 cent da África do Sul, como a de 1977, tem cunhado no verso (coroa) o pássaro Anthropoides paradiseus (Grou do paraíso).
O Anthropoides paradisea (paradiseus ou paradisia) é a Ave Nacional da África do Sul, também chamado de Grou-azul.
Tem o seu habitat em África, com um população estimada de 20 a 21 mil indivíduos na África do Sul, e uma pequena população com cerca de 60 indivíduos no norte da Namíbia, em torno de Etosha Pan.
Esta ave tem um peso de 3 a 4 kg e alimenta-se de sementes, vegetais, insectos e invertebrados.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (25 cents do Canadá)

As moedas de 25 centimos do Canadá, com a de 2003, têm cunhada uma Rena - Rangifer tarandus.
As Renas são mamíferos herbívoros que habitam na Tundra Árctica (Canadá, Alasca, Rússia, Gronelândia e norte da Europa). São animais de grande porte, podendo atingir os 1,80 - 2m de comprimento e uma altura, ao nível das espáduas, de 1,15 m. O macho, é mais pesado do que a fêmea e pode atingir os 136 Kg enquanto que a fêmea atinge os 90-113 Kg. Possuem cascos flexíveis e bastante largos que lhes permitem, por um lado, andar sobre a neve e sobre a lama sem se afundarem, e, por outro lado, escavar a neve à procura de comida. Têm os 5 sentidos muito apurados.
A pele é espessa e revestida por duas camadas de pêlos, uma mais exterior, de pêlos delicados, e outra mais interior muito densa. A cor varia, podendo ir do branco ao cinzento escuro, mas normalmente apresentam uma tonalidade acastanhada ou acinzentada, com partes mais claras.
É a única espécie de cervídeo em que os machos e as fêmeas têm chifres se bem que os das fêmeas sejam mais pequenos e simples do que os dos machos. Os machos utilizam-nos para competir com machos rivais na altura do acasalamento, no Outono, enquanto que as fêmeas usam-nos para proteger as crias dos predadores. Quando uma cria se encontra ameaçada, as fêmeas do grupo circundam-na virando os chifres para o predador, numa atitude nítida de intimidação. Os machos podem ou não participar dessa manobra, mas quando se trata de elementos do seu grupo familiar é mais provável que participem. Todavia a utilização dos chifres só é feita em último recurso. A primeira reacção é, normalmente, a de fugir do perigo.
Vivem em rebanhos liderados, geralmente, pelo macho que possui os chifres maiores. Estes rebanhos, no Verão, são formados principalmente por fêmeas e respectivas crias. No Outono os machos solitários juntam-se aos rebanhos e competem com machos rivais para reunir grupos de fêmeas e acasalar.
No Verão alimentam-se, sobretudo, de ervas; no Inverno comem líquenes que obtém escavando na neve.
Como forma de se adaptar às condições inóspitas da Tundra, no fim do Verão migram para regiões onde as condições climáticas são menos agrestes.

São animais com grandea habilidades físicas: bons nadadores e corredores velozes, o que lhes permite escapar aos predadores - lobos, linces e ursos. Os lobos são capazes de caçar um adulto, sobretudo se for fraco ou velho e algumas águias e ursos devoram as crias. São também atacados por mosquitos (e outros insectos) que chegam a ingerir 100 gramas de sangue de um animal por dia.
Acasalam em Setembro/Outubro e a gestação é de 33 a 35 semanas. Em Maio/Junho, quando a neve se encontra já parcialmente derretida, nascem 1 ou 2 crias, que são capazes de correr logo a seguir. Nessa altura há mais alimento para as mães, o que lhes permite amamentar as crias.
Estes animais encontram-se muito bem adaptados ao Ártico, o que faz com que sejam considerados uma espécie bem sucedida. Podem ser encontrados em várias regiões do planeta junto ao Círculo Polar Ártico, não obstante poderem tomar diferentes designações, como por exemplo Caribus, na América do Norte. No entanto, apesar de designações diferentes, trata-se de uma única espécie.
Em algumas regiões são domesticadas pelo Homem e utilizados como animais de carga, puxando trenós e carros, para transporte de mercadorias e de habitantes das regiões árcticas. Por vezes são também criadas ou caçadas devido à sua carne, leite, pele (usada para fabricar tendas, botas e peças de vestuário) e chifres (para cabos de facas,colheres, etc; os dos animais mais jovens são usados para extrair gelatina).

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (5 cents do Canadá de 1968)

As moedas de 5 centimos do Canadá, como as de 1968, tem gravado um Castor americano (Castor canadensis).
O Castor é um género de roedores semi-aquáticos, da família Castoridae, nativo da América do Norte e da Europa, sendo o único género ainda existente dessa família, com duas espécies remanescentes: o Castor fiber (castor-europeu) e o Castor canadensis (castor-americano). Existiu também o castor-de-kellogg (Castor californicus), que está extinto desde o Pleistoceno. Todas eles habitam exclusivamente o Hemisfério Norte, excepto alguns castores americanos, que chegaram à região sul-americana da Terra do Fogo, introduzidos artificialmente. Também introduziram-se indivíduos desta espécie em certas regiões da Europa. Com estas exceções, o Castor canadensis habita unicamente a América do Norte, e o Castor fiber, regiões da Europa e da Ásia. O extinto Castor californicus estendia-se, pelo que hoje em dia é o oeste dos Estados Unidos. As espécies vivas são muito similares entre si, mas investigações genéticas demonstraram que as populações europeias e norte-americanas são duas espécies distintas, sendo a principal distinção entre elas o diferente número de cromossomas.
Estes animais são conhecidos pela sua habilidade natural para construir diques em rios e riachos que são os seus lares — chamados tocas — criando assim represas que bloqueiam a corrente de água. Para a edificação destas estruturas utilizam principalmente troncos de árvores, que derrubam com os seus poderosos dentes incisivos. Apesar da grande quantidade de árvores que devastam, os castores não costumam prejudicar o ecossistema em que vivem: pelo contrário, mantêm-no saudável, pois os seus diques têm um grande quantidade de benefícios: estas barreiras propiciam a criação de zonas húmidas, ajudam a controlar inundações e eliminam contaminantes da corrente. Porém, em ecossistemas estranhos para eles, estas modificações no ambiente podem ser prejudiciais, como aconteceu, por exemplo, com os castores introduzidos na Terra do Fogo e nas comunidades espanholas de Navarra e La Rioja.
Desde há centenas de anos os castores fazem parte da cultura popular e, em alguns casos, tiveram uma grande influência no desenvolvimento das sociedades humanas. Um exemplo disto é a sua importância na colonização europeia da América, pois a procura das suas peles foi um dos factores que impulsionaram a exploração e o posterior desenvolvimento económico da América do Norte. Isso deveu-se ao valor comercial de suas peles e de outros produtos obtidos deles, como o castóreo.
O casro também é um elemento muito representativo na cultura do Canadá, a tal grau que é o animal-símbolo nacional daquele país. A influência dos castores no Canadá não se limita ao sector económico e comercial, também abarca campos variados como a literatura, a religião e o desporto.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (1 Cruzeiro do Brasil de 1976)

As moedas de 1 cruzeiro de 1976, do Brasil, tem cunhado um ramo de café (Coffea arabica).
O Coffea arabica é uma espécie de café natural da Etiópia, supostamente uma das primeiras espécies de café a ser cultivada. O Coffea arabica produz cafés de qualidade, finos e requintados, e possui aroma intenso e os mais diversos sabores, com inúmeras variações de corpo e acidez.
A Coffea existe em diferentes espécies, mas as mais difundidas são a arabica e a canephora (na variedade denominada robusta). A primeira é também a mais apreciada, e representa ¾ da produção mundial de café. Nascida nas regiões montanhosas da Etiópia, sensível ao calor e à humidade, a arabica cresce em altitudes superiores a 900 metros: Quanto mais alta for a cota, melhores serão as qualidades organolépticas do grão do café tostado.
O robusta, como o seu nome indica, resiste bem ao clima quente e aos parasitas. Difundida nas terras baixas tropicais, cresce inclusive a 200/300 metros, em zonas às quais é mais fácil aceder e onde é possível gerir melhor uma plantação.
Os cafés Arábica são muito perfumados, doces, plenos, ligeiramente ácidos e frequentemente achocolatados, com um creme cor de avelã claro tendendo para o avermelhado e um agradável toque amargo. Os cafés Robusta são, pelo contrário, ásperos, adstringentes, pouco perfumados e mais amargos, com um creme castanho tendendo para o cinzento.
O grão de Arábica é alargado com um sulco sinuoso; o de Robusta é arredondado, com um sulco recto.
Se Arábica e Robusta apresentam leves diferenças de aspecto, do ponto de vista genético são profundamente diferentes: a primeira tem 44 cromossomas, a segunda só 22. Do ponto de vista químico, só muda o conteúdo de cafeína: de 0,9% a 1,7% no Arábica, de 1,6% a 2,8% na Robusta.

2010-08-14

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (1 cent da Austrália)

As moedas de 1 cent da Austrália, como a de 1977, tem cunhada no reverso (coroa) a espécie endémica da Austrália Acrobates pygmaeus.
O Acrobates pygmaeus é uma espécie de marsupial da família Acrobatidae. É a única espécie descrita para o género Acrobates.
Também conhecido como "rato voador", este é o mamífero mais pequeno do mundo. As suas dimensões variam entre 65 mm e 80 mm, com um peso que varia entre 10 e 14 g.
O "rato voador" tem uma pele-menbrana entre os braços e as pernas que lhe permite, quando abertas, planar.
A sua cauda tem uma dimensão equivalente à do tronco, incluindo a cabeça.
O habitat natural do Acrobates pygmaeus é "Feathertail Glider", na costa esta da Austrália, com uma distribuição que vai desde o norte de Queensland até à cidade de Victoria. A sua alimentação é feita à base de nectar de plantas, pólen e insectos (artrópodes).
O Jardim zoológico de Poznań, na Polónia, foi o primeiro jardim zoológico do mundo a conseguir reproduzir, há mais de 25 anos, o "rato voador". Foi deste Jardim zoológico que sairam os animais desta espécie para outros Jardins zoológicos da Europa.

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (10 centavos portugueses de 1975)

A moeda de 10 centavos portugues de 1975, em alumínio, tem cunhada, como era habitual nas moedas de centavos da segunda ´repúblivca, um ramo de oliveira (Olea europaea).
Na Grécia antiga já se falava das oliveiras. Contam eles que durante as disputas pelas terras onde hoje se encontra a cidade de Atenas, Poseidon teria, com um golpe de seu tridente, feito surgir um belo e forte cavalo. A Deusa Palas Atenas, teria então trazido uma oliveira capaz de produzir óleo para iluminar a noite e suavizar a dor dos feridos, fornecendo alimento rico em sabor e energia. Do outro lado do mediterraneo, os italianos contam que Rómulo e Remo, descendentes dos deuses fundadores de Roma viram a luz do dia pela primeira vez sob os galhos de uma oliveira.
Os historiadores concluem que o azeite, óleo advindo das oliveiras, faz parte da alimentação humana há muito tempo. Concluem que a oliveira é originada do sul do Cáucaso, das planícies altas do Irão e do litoral mediterraneo da Síria e Palestina, expandindo-se posteriormente no restante do mediterraneo.

Ano Internacional da Biodiversidade (1 cent do Canadá de 1967)

As moedas de 1 cent do Canadá de 1967, tem cunhadas uma "Pomba-da-manhã – Zenaida macroura"
A pomba-da-manhã, Zenaida macroura é membro da família dos pombos (Columbidae). Esta ave também é denominada de "Western Turtle Dove" (Pombo-tartaruga-ocidental) ou "American Mourning Dove" (Pombo-da-manhã-americano) ou "Rain Dove" (Pomba-da-chuva). Trata-se da ave norte-americana com maior distribuição. Cerca de 70 000 000 destas aves são caçadas anulamente nos Estados Unidos da América, tanto como caça desportiva como para alimentação.
Esta ave consegue voar a velocidades próximas dos 90 km/h .

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (1 cent das Bermudas)

As moedas modernas de 1 cent das Bermudas, tem cunhadas no reverso um Porco selvagem (Sus scrofa).Estas moedas começaram a ser cunhadas em 1970, estando na face (cara) o retrato da Monarca britânica Elizabeth II, enquanto que a reverso (coroa) contem a imagem de um porco das "Sommer Island".
Os porcos selvagens das Bermudas estão ligados à história da ocupação dessas ilhas. Ao que consta, os primeiros porcos foram levados para esse arquipélago, pelo navegado espanhol Don Pedro Menendez de Avila que aí chegou em 1563.
O Porco (Sus domesticus ou Sus scrofa domesticus) é um mamífero bunodonte não-ruminante, da família dos suidae. A denominação para as fêmeas é porca, para os porcos machos não castrados varrão ou varrasco e para os filhotes a denominação é leitão. A espécie evoluiu a partir do javali selvagem, embora haja controvérsia quanto à subespécie exacta: há quem acredite que descendem do Sus scrofa scrofa, que habita grandes regiões da Eurásia, e também quem acredite que sua origem é o Sus scrofa vitatus, que vive na Ásia e na bacia do Mar Mediterrâneo.
É um animal maciço, de patas curtas terminadas por quatro dedos completos munidos de cascos. Sua cabeça tem perfil triangular e tem um focinho cartilaginoso. A dentadura, de tipo primitivo (44 dentes molares) apresenta caninos fossadores revirados e incisivos inferiores alongados (em forma de pá). Sua pele, de pelagem espaçada (e cor geralmente rosada) recobre uma espessa camada de toucinho.
Os porcos são animais omnívoros. Digerem bem todos os alimentos, excepto os celulósicos. Embora o consumo de sua carne seja proibido por algumas das principais religiões (como o Islamismo e o Judaísmo), a carne suína é a mais consumida no mundo (corresponde a 44% do mercado de carnes), sendo considerada saborosa pela maioria dos gastrónomos.