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2006-01-30

O que é para nós Açorianos, uma baleia.

O post anterior, andou da direita para a esquerda neste meu blog e eu nunca soube exactamente onde o colocar, ou como estabelecer as ligações correctas. Tive 7 dias sem postes novos, tal como era estipulado no acordo da "Vergonha da Humanidade".

Apesar de concordar na integra com a campanha, acho que ainda não disse tudo sobre as baleias, especialmente as da minha terra, e resolvi continuar com este novo post a Campanha anterior, com outra lógica, explicando o que é uma baleia para um açoriano e porque razão ele a defende.
Peço-lhe que adira à Campanha do post seguinte, se ainda não o fez.
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O que é para nós Açorianos, uma baleia.
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- Baleia à vista.
- Baleia à vista. Gritava o Vigia da Baleia do seu posto, numa das muitas Vilas piscatórias Açorianas quando avistava, à vista desarmada, aquilo que lhe parecia ser o repuxo de um cachalote próximo de terra.
O Vigia da Baleia tinha uma janela privilegiada sobre o Atlântico. Cabia-lhe observar e descortinar todo e qualquer movimento naquele quadrante de mar, onde catava diariamente o pão para as suas gentes. Da sua visão dependia a sobrevivência de famílias inteiras, que as ilhas não conseguiam alimentar.
Nessas ilhas, os Invernos eram húmidos e frios, as plantas endémicas, embora bonitas, não serviam para comer, e a agricultura não se praticava porque parecia que a chuva constante daria para encher outro mundo de água, como acontecera nos tempos bíblicos de Noé.
Madeira seca não existia nas ilhas para aquecer os pobres mesmo em vésperas de Natal, e as dificuldades eram tantas, que até os mais crentes acreditavam que Deus se tinha esquecido deste “Cantinho do Céu”.
Uma baleia era o sustento de toda uma Vila.
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A carne era salgada, para nos garantir o alento e o sustento nos períodos mais difíceis. A gordura de baleia era o petróleo dos ilhéus perdidos do mundo, era a luz dos nossos olhos ao anoitecer.
Vivíamos simplesmente assim.
Nesta terra, nunca se apanhou mais do que uma dúzia de baleias por ano. A baleia foi sempre a amiga que nos permitiu que aqui ficássemos e com a sua vida nos permitiu que nos alimentássemos.
Os homens desta terra quando ouviam “Baleia à Vista”, “Baleia à Vista”, mergulhavam num bote a remos, deslizavam por vezes nas águas tumultuosas do Atlântico, como quem dança “balet” sobre um silvado bravo, para medir e avaliar o cachalote que da sua ilha se quisera aproximar, como que para oferecer-se em sacrifício. O dilema automaticamente surgia: É grande ou pequena? Apanhamo-la ou não?
Nesse tempo, algum tempo antes da canção do Roberto Carlos, havia muitas baleias a cruzar os Oceanos. Para nós só algumas interessavam: as maduras.
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Hoje em dia, arrojam à costa das nossas ilhas quase tantas baleias como aquelas que caçávamos. Deixámo-las de comer, porque fomos considerados assassinos de baleias, e passámos então a autopsiá-las. Esta nova função de médico legista, investigador e cangalheiro, é mais bem vista aos olhos do mundo. Podemos afirmar que não há arrojo, nem vontade que se entenda, para que as baleias se atirem contra as nossas rochas. Continuamos sem perceber porque razão o fazem. Entristecemo-nos quando as nossas amigas baleias se arrojam contra a costa. Investigamos porque se suicidam as baleias. Não as matamos para as investigar.
Antes de sermos apelidados de assassinos de baleias, por gentes dos mares do Norte que caçavam centenas delas por dia, até os dentes e os ossos lhes guardávamos. Pintávamo-los, não como trofeu, mas como endeusamento da sua espécie.
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Gravávamo-nos conjuntamente com a baleia e a ilha, porque sentíamos que estávamos todos juntos nessa grande encruzilhada da vida. Por vezes a baleia era muito maior do que a ilha, porque possuía um maior coração: "ofertava-se". Conhecíamos tão bem o seu corpo, tal como conhecemos os das nossas mulheres ou dos filhos que criamos.
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Por isso confundimo-la, e fundimo-la com o símbolo da nossa Região:
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Por mais que nos copiem os hábitos, só aqui nesta terra, faz sentido desenhar touros nos dentes de baleias. Só aqui faz sentido preservar a fauna e a flora nos dentes das baleias.
Hoje, já não se morre se não se comer carne de baleia, mas a baleia mesmo assim continua a alimentar-nos, a carne e o espírito.
O Vigia da Baleia já tem binóculos para ver melhor o seu quadrante do Atlântico.
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O Vigia da Baleia já não grita: “Baleia à Vista”, “Baleia à Vista”.
O Vigia da Baleia marca no seu telemóvel o número da Agência de Wale Watching e espera que o atendam:
- Sim, tá lá? Daqui o Vigia da Baleia. É para informar que a três léguas da Costa, na direcção da Ponta da Rocha do Morião se encontra uma família de baleias. Têm que se apressar.
Os novos baleeiros deslizam para os botes que mergulham estrondosamente nas águas, numa busca psicótica da família das baleias detectada.
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Os novos baleeiros, vêm da Costa Leste dos Estados Unidos, do Canadá, dos Países Nórdicos, do Japão, e outros que tais, trazendo nos bolsos ainda réstias da herança deixada pelos seus pais e avós, também eles baleeiros profissionais de outras paragens, com outras armas que aqui nunca tivemos. Talvez seja por isso que os cachalotes aqui se refugiaram. Para fugir deles. Mas eles, voltaram. Agora são pacíficos. Esperamos que assim se mantenham, porque quanto a nós, sendo tão poucos, só teremos boa vontade para as defender.
A baleia foi a amiga que nos deu a sua vida para nos alimentar.
A baleia é a amiga que investe no turismo desta região.
Aqui, se calhar, olhamos de forma diferente para as baleias: nunca foi um recurso, foi sempre uma amiga, mesmo quando não tínhamos outra solução senão comê-la.
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Félix Rodrigues
O que é para ti uma baleia?
Nota- Mais uma vez as magníficas fotos das baleias açorians foram gentilmente cedidas pelo fotógrafo da natureza João Quaresma, a quem agradeço a colaboração.
Esta temática foi sugerida pela amiga Teresa Faria.

Qual a frase a ser colocada debaixo de um logotipo de protecção às baleias (sugestão da Azoriana)?
"Estamos contigo, Amiga Baleia!" - Azoriana
"Baleia à vista é amiga reencontrada" - Félix
"Baleias...toneladas de vida!" - Ana Isabel
COMUNIKAÇÃO
.
Ah ,não me tragam jornais !
nem discursos nem notícias !
nem ciências d’empilhar astros !
Sou filha de todo o mundo
e escrevo versos de rastos !
----------------------------------
E do Espaço comuniko ,
no Espaço digo a meu Pai :
.
Tempo nublado no Mundo !
Buenos Aires ,
nenhuma Consolação
Rio ,
1992 , Mar de Junho ,
Nova Iorque ,
Ladrão .
Europa!
Sábado!
Domingo !
A Grande e Monumental Prisão~
no almofariz-atómico da Terra!
No Espaço comuniko :
digo pobre ,
digo rico ,
a calça negra do PIB
o quarko IP : ou seja :
o índice de Poluição ,
o Buraco-Negro ,
a crise do Relâmpago ,
a chuva na Jugoslávia ,
IELTSIN ,
os sete países mais ricos ,
milhares de hectares produzidos
por novos escravos
em novo estilo marquês-de-sade ,
projectado em iates ,
onde cromossomas azuis de fino trato
são exportados diariamente
para a Produção
para a Perfeição-Extrema-do-Corpo ,
para todas as Ideologias de Conforto ,
para os eclipses ,
para o Morto ,
para a Notre-Dame-da-Vida ,
para o Catolicismo-do-Ozono ,
para a Comunicabilidade diária ,
para o Esgoto .
para quem sabe no governo traficar
um Kilo de Cocaína ,
um metro de papoilas ,
um carro ,
uma camioneta de moscas ,
um camião de políticos ,
doze facadas ,
embriões humanos in vitro ,
uma colecção de narcóticos ,
um tubo de ensaio de Baleias ,
homens e mulheres irreconhecíveis
e ainda
um museu de Presos trucidados
enquanto uma Laranja adormecida
se penteava .
tudo isto participa
dum meti-cu-lo-sí-ssimo Plano !
tudo isto é o Grande Circo da Propriedade Humana !
tudo isto funciona como um Carnaval avariado
pela Esfinge do Caos ,
pelo código das Esculturas da Noite
que em nome da Santa-Fome
em nome de todo o globo ,
vão construindo
milhões de dormitórios para não-haver-sono ,
supermercados para o Consumidor ,
hipermercados para o Hiperconsumidor ,
cartões de Crédito para o Devedor,
Sistemas telefónicos internos
Para
CO
MU-
NIKAR nenhum fogo
avenidas –sem-ruído para não-ser amor
professores para o não-pensador ,
computadores
para CO
MUNI-
KAR
.
e no centro do globo ,
a Consciência
Cósmica sem ter um lugar !
.
E ainda ,
num raio de 70 metros aproximadamente
todas as ruas arborizadas milimetricamente
com moscas voadoras,
árvores de plástico,
varejeiras,
flores,
e
as montanhas
não vão aumentar de preço !
.
a cada mugido de uma vaca
é logo separada a Cria !
.
e tudo isto ,
pela cor-verde-mar
dos pecados de Roma
e
das Flores putrefactas .
Tudo isto como um jogo de Deus e do Diabo
num supermercado vazio !
Tudo isto porque Adão e Eva
não conhecem a Poesia de Vanguarda !
.
Em minha opinião
os Donos do Mundo e os seus Revendedores
alcançaram a graça recebida
pelo espírito do Lodo
no plano astral da Vida .
.
mas eu digo :
Nós não somos Gado !
Nós somos Criadores !
e por tal motivo ,
em vez de Pássaros e Ruídos ,
traremos para a Conferência do Mundo
o chão varrido pelos lábios destes Senhores ,
e em nome do Cosmos ,
em nome da essência do Homem ,
da nova Atlântida do mundo ,
semearemos acácias
no
ventre dos meninos !
.
Folhearemos mais tarde
o
Álbum da Terra
e
os cinco continentes de ouro
serão
to-
dos
UM !

Links interessantes:

Na Madeira também se caçaram baleias para sustento (Informação recolhida por Nanda).

Uma bofetada sem mão - Face oculta

Os Açores vistos em Under World

TopFive - Green Peace

Baleeiros em terra

Projecto Baleia Franca - Brasil

2006-01-29

A vergonha da humanidade


Por esta campanha este blog estará 7 dias sem post novos!!

Repassando o post de iniciativa dos blogs:



http://mundoanimal2.blogspot.com
http://guerreirosdoarcoiris.blogspot.com
http://guerreirosdoarcoiris.blogs.sapo.pt
http://therainbowwarrior.blogspot.com
http://www.blogueiros.com
http://muitofofo.blogspot.com
http://desambientado.blogspot.com
http://ambientehoje.blogspot.com
http://meuamigobicho.zip.net/
http://faveiroformacao.blogspot.com
http://nimbypolis.blogspot.com
http://eduambiental.blogspot.com/
http://amaroinfinito.blogspot.com/
http://bordadodemurmurios.blogspot.com
http://diariobitta.blogspot.com/
http://ardeoazul3.blogspot.com/
http://silvarosamaria.blogs.sapo.pt/
http://ambientenosbiscoitos.blogspot.com
http://www.adireccaodovoo.blogspot.com
http://jorgemoreirashakti.blogspot.com
http://flordojardin.blogspot.com
http://www.selmandrea.blogspot.com
http://etnobotanica-dos-acores.blogspot.com
http://imaginografias.blogspot.com
http://ponteemanuel.blogspot.com
http://plagiadissimo.blogspot.com
http://moriana.blogspot.com
http://mategoinmente.blogspot.com/
http://anticomputadorsentimental.blogspot.com
http://desabafosereflexoes.blogspot.com
http://zigdebeja.blogspot.com
http://flordojardin.blogspot.com
http://orestauradordaindependencia.blogspot.com
http://adesenhar.blogspot.com
http://percursoseducativosinovadores.blogspot.com
http://rosaleonor.blogspot.com
http://docemagiamary.blogspot.com
http://turmentusprincipadus.blogspot.com/
http://anagarcia.blogspot.com
http://sho-shana.blogspot.com
http://parquegorki.blogspot.com
http://saberebom.blogspot.com
http://tatueblue.blogspot.com/
Copie esse post e cole-o no seu blog como iniciativa em defesa das baleias quanto mais gente entrar nesta campanha, mais pessoas ficarão cientes do que está acontecendo. E quem sabe alguma coisa será feita? Uma corrente de união dos blogueiros na internet. Coloque o endereço do seu blog no post.(seu blog aqui). Se você aderir à campanha nos avise para visitarmos seu blog.

International — Os japoneses estão colocando vidas humanas em risco para caçar baleias, na região da Antártida. No último sábado, dia 14, um arpão foi disparado em direção às baleias e passou a aproximadamente um metro de distância dos ativistas do Greenpeace que estavam em um bote, tentando impedir a caça.
leia mais aqui


É a sua vez de salvar as baleias
International — Os botes infláveis já foram puxados para a terra. A tripulação está exausta, o barco precisa de combustível e é hora de levar a campanha para salvar das baleias dos oceanos para a rua principal. Veja a reportagem e o vídeo, conselho nao verem quem nao gosta de ver cenas fortes, a baleia leva mais de trinta minutos para morrer numa agonia constante!!
veja video fundo pagina aqui

comentários
Cada um ajuda como pode, não adianta você ficar aí sentada(o) sentindo pena das baleias e não fazer nada para ajudar, se você é blogueiro divulgue a notícia se todos blogueiros divulgarem será uma campanha grandissima e isso fará as autoridades tomarem providências. Copie o post no seu blog.
copie da caixinha a baixo no seu post e coloque o titulo acima:
"A vergonha da humanidade"

2006-01-19

Boas Notícias do Pico da Vara em São Miguel - Açores - Portugal - Europa


O Repórter no Pico da Vara na ilha de São Miguel foi o meu amigo Nelson Santos, e a imagem também foi da sua responsabilidade, excepto a primeira. A sugestão das notícias foi da Ana Isabel.

Meteorologia:



Prevê-se céu encoberto com algumas núvens e aguaceiros dispersos em todo o País. Alguns gotas atingirão os raros Juniperus brevifolia do Pico da Vara, podendo-se disfrutar nesse local de momentos de rara beleza. Aproveite então muito bem o seu próximo fim de semana, porque essa beleza encontrar-se-á em qualquer lugar do mundo.

Investigação:

Descobriu-se que existem demasiadas fracturas entre “ciências” e “humanidades”, como se umas e outras não fossem formas criativas de ver o mundo. Perante este facto, as pessoas começaram a colaborar mais e tem havido uma corrida enorme às reuniões dos Centros comunitários.

Promoções:

O Sol pode brilhar mesmo por entre as núvens, oferecendo-se a quem o queira agarrar. Há descontos para os amantes da natureza e para aqueles que andaram estes anos todos a proteger a camada do ozono. Não pagará absolutamente nada, aquele que saia na companhia de um amigo, para ajudar a recuperar as florestas em todo o mundo. Este bónus é consequência da globalização.

Segurança:

Não existe qualquer risco de assalto, numa caminhada à noite ou durante o dia, neste local. Nalguns locais do mundo, a criminalidade também tem estado a diminuir.

Compraria um Jornal que só trouxesse Boas Notícias?

Links interessantes:

Luz (não) Vaga

Razões para sermos optimistas

2006-01-17

As minhas incertezas, e a de Heisenberg .

É impossível determinar com exactidão a posição e a energia de um corpo, diz Heisenberg.
É impossível identificar com precisão a origem e as consequências das nossas acções, digo eu.
Heisenberg baseia-se no facto de que a observação de um objecto resulta numa interferência sobre o mesmo, afectando quer a sua posição quer o seu estado energético. Eu baseio-me no facto de que para viver, ter que comer, e por isso, ter que matar ou explorar. Para garantir a vida crio-a a partir da extinção da própria vida ou a partir da sua submissão às minhas necessidades.
Não sei quem é mais paradoxal, se eu, se Heisenberg.
O mundo de Heisenberg, é microfísico,
o meu mundo é macrofísico.
Nem eu, nem ele conseguimos ver a totalidade dos nossos mundos.
Não deveria existir sintonia entre esses dois mundos, já que o primeiro está dentro do segundo?
No mundo microfísico os corpos movem-se por saltos quânticos, no macrofísico, são catapultados por um mecanismo, quase semelhante, onde alguns indivíduos não necessitam de fazer toda a caminhada, a esse mecanismo denomino de “Padrinho”.
No mundo de Heisenberg, a energia que alimentará um corpo, é exactamente igual aquela que ele mais tarde emitirá.
No meu mundo, há que saber suplicar, para receber umas migalhas.
Apesar da incerteza de Heisenberg, é certo que, esteja em que posição estiver um electrão, ou a partícula mais insignificante do átomo, recebendo a mesma quantidade de energia que outra idêntica, passará para igual estádio energético.
A incerteza no meu mundo, resulta do facto de ter observado que os seres mais insignificantes que lá vivem, regra geral, não atingem os mesmos patamares, quando sujeitos, aos mesmos processos.
No mundo microfísico, apesar da incerteza, os electrões que circulam nos grandes átomos, tem as mesmas regalias físicas que aqueles que circulam os pequenos átomos.
No meu mundo, os de África são pretos, os da Ásia Central são fanáticos, os orientados diferentemente são gays, os do interior são saloios, com um conjunto interminável de designações.
Qualquer que seja o mundo, é determinantemente impossível saber tudo, e é determinantemente impossível não fazer nada, mesmo que se esteja parado.
A inacção é uma posição, com consequências incertas.

Este Senhor é o Heisenberg,

E eu, sou o Desambientado, o que faz este blog.

Félix Rodrigues

ALFA E ÓMEGA

era quântica do universo ou do princípio

de heisenberg ou princípio da incerteza

de tudo quanto existe e ainda existirá

antes da luz das galáxias mais distantes

vaga radiação como um bater de asas

de quando o universo era louca agitação

antes do céu e terra tomarem forma

um enorme ovo cósmico dentro do qual

era o caos como no oratório de mozarte terra e céu estavam unidos

por uma alegria que não pesava nada

unidos pelo vazio para o cântico nupcial

a matéria era completamente desintegrada

e eu estava sentada no espaço invisível

não havia nada não existia o Nada

como alexandra kraft estava velada intemporalmente

e a realização eterna não tinha coordenadas

nem tempo nem espaço

tudo era escuro no cosmos uma noite profunda

antes da grande explosão

e os electrões não deixavam passar esta luz

e a luz era então a memória imprecisa da vida

e todas as coisas existiam em profunda Unidade

então numa caminhada vazia electrões e protões

uniram-se como num drama cósmico

pela via do verbo materia prima philosophorum

e o espaço opaco abriu-se em transparência

e luz e a luz apoderou-se dos interstícios

um límpido Som celebrou esta união cósmica

e todo o verbo saiu desta explosão

foi o primeiro êxtase da Criação as primeiras estrelas começaram a brilhar nas galáxias

depois do mundo ser invisível

depois de protões e electrões dançarem e formarem núcleos

como eternos amantes tornados visíveis

e o universo a uma temperatura de biliões de biliões

de biliões de milhões de graus a milionésimas de milionésimas de mícrons de segundo depois do princípio

depois de não ter havido galáxias nem estrelas

senão matéria e radiação

num sopro termonuclear mergulhado na volúpia dos átomos

num mágico círculo de fogo e de ritmo

no jogo das sete potências num jogo do Todo vivo

na Perfeição

era a imensidade celeste

as sementes dos átomos estavam espalhadas

e todo o Universo permanecia e permanece em expansão

e se a expansão aumentar aumentará a distância entre elas

e ao fim de toda a evolução as estrelas parecerão anãs

e os planetas terão cada vez mais espaço

tudo é processo

e o universo inteiro tenderá para um único acorde universal

um super organismo Total

ficará então na memória do big bang a recapitulação de todos os seres de todos os astros de todos os cálculos

para o aperfeiçoamento do Universo

e de novo recolherás à concentração

isto é à expansão ao invés e eu como alexandra kraft recolherei aos poemas científicos de heisenberg ao princípio universal do alfa e do ómega

decompondo-me em partículas e núcleos atómicos

em total comunhão cósmica em total desintegração

eu como alexandra kraft ficarei de novo no depósito do Ser Impessoal

(Poema de Alexandra Kraft,heterónimo de Maat, nascida a 2025. Publicou " Concerto para o fim do Futuro" - gentilmente oferecido por Maat)

Que semelhanças existem entre o teu mundo e o mundo microfísico?

Outras formas de ver o Princípio da incerteza de Heisenberg:

O Princípio da Incerteza - Macroscopio.

Histórias do Metro - O erro de Heisenberg.

O que Heisenberg disse - Caos Criativo

2006-01-14

Das Amazonia, le poumon du monde, es verdaderamente internacional, or it is in internationalisation phase?


Cruzo-me com alguma frequência com a discussão em torno da Internacionalização da Amazónia.
A minha nova amiga Ruth Iara de Porto Alegre no Rio Grande do Sul, que publicou recentemente um post Muito Fofo sobre essa temática, o meu grande amigo José Matarezi da Universidade do Vale de Itajaí - Santa Catarina, que é para mim um dos grandes pulmonologistas da Amazónia pela garra com que defende a Educação Ambiental no Brasil, o meu amigo Luis Maciel Silva, da Secretaria Regional da Educação e Ciência dos Açores, que me obrigou já pela segunda vez a ler o discurso do Ministro da Educação Brasileiro, proferido numa Universidade Americana sobre essa temática e o meu amigo e colega João Pedro Barreiros que de vez em quando identifica peixes da Amazónia e me os mostra, sempre com grande paixão, são os responsáveis em primeira instância por este post.
Disponibilizo aqui o brilhante discurso do Ministro de Educação Brasileiro Cristovam Buarque, que também motivou este post. Vale a pena ler.
Independentemente de pensarmos no que será o Brasil sem a Amazónia, deveremos ser obrigados a pensar o que será do Mundo sem esta floresta tropical.
O que eu penso, é que a Amazónia é inequivocamente dos Índios, com uma cota maioritária dos Brasileiros, essencialmente Americana e totalmente mundial.
A internacionalização da Amazónia faz sentido, porque o Mundo está interessado na sua preservação, sendo assim, o maior preço a pagar para atingir esse objectivo deverá ser do Mundo, com uma gestão brasileira onde se garanta inequivocamente a sobrevivência dos Índios.


Se a ordem de posse da Amazónia é, por ordem decrescente:
Índios -> Brasil -> América -> Mundo, a ordem dos esforços para a sua preservação deverá ser inversa: Mundo -> América -> Brasil -> Índios.

O mundo será incapaz de garantir essa esforço se o Brasil for incapaz de respeitar os índios, e o Brasil será incapaz de aceitar a posição do mundo, se este não for justo com as suas lícitas aspirações de desenvolvimento, como País.

Todos sabemos que:
a) a Amazónia é rica; em recursos naturais
b) que os brasileiros têm dificuldades em administrar a região e preservá-la,
c) que existem países com maior capacidade económica, científica e de gestão da natureza do que o Brasil, para a gerirem.


Sejamos honestos:
a) Eu não quereria, o cidadão mais competente e rico da minha cidade, a viver na minha casa para a administrar,
b) Eu não negaria ajuda para resolver um problema, relativamente ao qual tivesse consciência que era muito difícil,
c) Eu não aceitaria que me impedissem de utilizar os meus recursos em benefício pessoal, pelo facto de interessarem a muita gente, que está disposta a utilizar os seus, sem me dar contrapartidas pela não utilização dos meus.

A Amazónia global deverá ser cada vez mais a justiça e a justeza das acções de cada um.

Se todas as terras

se fossem juntar

mas que grande monte

iriam formar.

Se todas as águas

se fossem juntar

mas que grande mar

iriam formar.

Se os homens de paz

se fossem juntar

mas que grande exército

iriam formar.

E sobre a terra

e por sobre o mar

então é que as guerras

iam acabar.

(Poema de Luísa Ducla Soares- oferta de Bitta)


... E veio o Amor, este Amazonas

fibras febres

e mênstruo verde

este rio enorme, paul de cobras

onde afinal boiei e enverdeci

amei

e apodreci.

(Max Martins,Travessia I, 1966 - oferta de frosado)


Qual a sua posição acerca da Internacionalização da Amazónia?

Félix Rodrigues

Links interessantes:

A Amazónia é nossa. De Nós, Quem?

A Amazónia já foi internacionalizada?

Floresta Amazônia.

Nossa Amazónia.

A Amazônia não é o pulmão do Mundo.

O Mundo precisa pagar pelos serviços ambientais da Amazônia.

Amazônia again

2006-01-11

É esta a língua em que luto pelo ambiente.


Sabemos que não se pode crescer no ventre de uma mulher se lhe rasgarmos a placenta. Crescer neste planeta, até agora o único suporte de vida conhecido em todo o Universo, será equivalente ao respeito de um filho pelo útero que o aconchega e protege. Há que gritar bem alto para avisar.

Sabemos que não se pode gritar bem alto sem voz, nem verbalizar ideias sem língua.
A minha língua expressará claramente o meu ambiente.

Devemos crescer levados pela nossa própria vontade, com uma sensação de um tempo que nunca acaba, lançando pontes que atingem todas as cidades, todos os recantos e paisagens do mundo. Podemos efectivamente pensar e falar globalmente: Aqui, Ali e agora.
Podemos fazê-lo em Português.
Félix Rodrigues
Angola
Brasil
Cabo Verde
Guiné
Macau
Moçambique
Portugal
São Tomé e Príncipe
Timor
Goa
No mundo
Em cada canto, há um recanto de Língua Portuguesa.
Língua
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódias
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala mangueira!
Fala!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua?
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas
Vamos na velô da dicção choo choo de Carmen Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E - xeque-mate - explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homen
Adoro nomes
Nomes em Ã
De coisas como Rã e Imã
Nomes de nomes Como Scarlet Moon Chevalier
Glauco Matoso e Arrigo Barnabé e maria da Fé e Arrigo barnabé
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua?
Incrível
É melhor fazer um canção
Está provado que só é possível
Filosofar em alemão
Se você tem uma idéia incrível
É melhor fazer um canção
Está provado que só é possível
Filosofar em alemão
Blitz quer dizer corísco
Hollyood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo
Meu medo!
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria: tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta e prosa caótica
Ótica futura
Samba -rap, chic-left com banana
Será que ela está no Pão de Açúcar?
Tá craude brô você e tu lhe amo
Qué queu te faço, nego?
Bote ligeiro
Nós canto-falamos como que inveja negros
Que sofrem horrores no gueto do Harlem
Lívros, discos, vídeos à mancheia
E deixe que digam, que pensem e que falem.
(Letra de Canção de Caetano Veloso-Oferta de frosado)
Links interessantes
São tantos os locais por este mundo fora, onde se fala de forma não oficial o Português, que aqui vou só registar aqueles que me vão sendo sugeridos:
-Goa, Damão e Dio na Índia (Ana Isabel).
-Toronto - Canadá (Rosa Flores)
-Boston - Estados Unidos da América (Filomena Alves)
-Fall River - Estados Unidos da América (Fsilva)
-Olivença - Espanha (Ana Isabel)

2006-01-09

As Irmãs, São só de Francisco?

-Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, Pi Pi, Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
O João como sempre pontual, e eu, como sempre atrasado.
Lavei os dentes à pressa, apanhei a pasta com os papeis e desci as escadas a correr para não o fazer esperar mais.
-Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, Pi Pi, Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, buzinava o meu condutor e amigo insistentemente.
Lá estava ela, no mesmo local onde a vira no dia anterior, na mesma reentrança da porta do sapateiro, como que esperando por mim. Não precisava falar, ou dizer fosse o que fosse, para perceber o atrevimento daquele olhar. Era quase certo que ela sabia que aqueles olhos me provocavam calafrios na “espinha”.
-Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, Pi Pi, Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
-Agora João, terás que esperar, porque nenhum dos teus Pi Pis, me fará desviar o olhar, ou até mesmo mover. Pensava eu a muito custo.
Ela tinha esse dom de me paralisar. Como é possível que conseguisse, inclusivamente, alterar-me os batimentos cardíacos e o ritmo respiratório?
Aquela espécie de magnetismo animal que parecia emanar, mantinha-me estático, debilitava-me, e por vezes, fazia-me corar de vergonha.
Não sei se esse meu comportamento é biofísico, emocional ou patológico!?
Vejo o João olhar-me pelo retrovisor. Está atónito. O que quer dizer, que não consegui disfarçar.
Ela faz-me esquecer que tenho que começar a trabalhar às 8:30, e inclusivamente, do local onde estou, catapulta-me para um espaço que provavelmente só haverá no imaginário de cada um.
Aquela ratazana era de facto poderosa.
Ouvi a voz do João quando me agarrou por um braço, quebrando o feitiço.
-Então! Que se passa?
Corri para o carro, abri a porta e sentei-me rapidamente. Comecei muito lentamente a recuperar o bioritmo, se é que o temos.
Penso muitas vezes que se não existe, deveria existir um processo qualquer que extreminasse por completo, e definitivamente, todas as ratazanas da face da terra.
Pergunto-me também muitas vezes se todos os animais que se encontram neste planeta terão alguma missão especial? Alguns até consigo imaginar, mas outros, como o caso das ratazanas, ......... nem por isso.
Que falta fazem as ratazanas no ecossistema terrestre?
Os gatos que comiam ratos, dependiam deles, mas hoje em dia, somos perfeitamente capazes de os alimentar, e como tal, não precisam de ratos. Que magníficos animais são os felinos!
Nas cidades já não existem águias capazes de caçar e estraçalhar ratazanas, logo as ratazanas não fazem falta nenhuma. Que magníficos animais são as águias!
As ratazanas destroiem tudo o que construímos e produzimos.
As ratazanas frequentam sítios imundos e são veículo de propagação de doenças entre humanos.
Será que servem mesmo para alguma coisa?
Por vezes dou por mim a pensar em sentido contrário e pergunto-me se a ratazana com quem me acabei de cruzar, não terá ficado tão paralisada quanto eu, pelo meu magnetismo animal?
Se sim, não quereria essa ratazana exterminar toda a espécie humana?
Que falta faz ao ecossistema terrestre, o ser humano? Se esse não existisse, certamente não teriam que viver escondidas nos esgotos mal cheirosos que este cria. Certamente não estariam contaminadas, infectando toda a sua raça. Não há predadores que o cacem. Ocupam todo o espaço que lhes aparece pela frente, deixando muito pouco para todos os outros animais.
Pondo-me na pele de uma ratazana, reconheço que esta poderá ter tantas razões como eu, para exterminar por completo a nossa espécie.
Decidi adoptar a seguinte regra na minha relação com as ratazanas:
Se me sentir ameaçado físicamente, ataco com todas as armas que tiver ao meu alcance, se não, sorrio.
O sorriso resulta de uma tentativa de ser coerente comigo mesmo: passo a explicar. Quando me encontro com uma pessoa insuportável, pergunto-me se também ela terá uma missão a cumprir!? Não quero saber qual é a missão, porque até nem sei qual é a minha, quanto mais saber qual será a dos outros. Acho que a melhor resposta a dar a um insuportável, é um sorriso.
Todos os dias vou fazer um esforço para sorrir às ratazanas, como se fosse um São Francisco do século XXI. Sei que recentemente a Revista Times elegeu São Francisco de Assis como o Homem do Milénio. Resgatar esse exemplo não será mau de todo.
-Vai em paz irmã ratazana, cumpre a tua missão, seja ela qual for. Moralmente respeito-te, porque respeito a vida... Pode ser que a ratazana também me dê um sorriso.
Encontro tantos argumentos para deixar viver a irmã ratazana, o melhor deles quanto a mim, é pensar que estou a aplicar o Príncipio da Precaução, tantas vezes reclamado na defesa das questões ambientais.
Félix Rodrigues
Que ser vivo exterminaria? Porquê? Tem algum príncipo de precaução nesse caso?
Links interessantes:
Bichos mais odiados
Ratos e ratazanas- 5 votos.
Homem - 1 voto.
Cobras - 1 voto.
Aranhas - 1 voto.
Baratas - 1 voto.

2006-01-05

Na Cama da Ossono, mais conhecida pela Camada de Ozono.




Com três letrinhas apenas
Se escreve a fórmula do ozono
É das moléculas pequenas
A que mais precisa patrono.

O3

O de Obstáculo à má luz.
O de Origem da vida
O de Ofício que reproduz,
A saúde cada vez mais perdida.

O três ou três O’s,
Não são três O’s apenas,
São O’s agarrados por Nós,
Porque os da química não tem dilemas.
Félix Rodrigues


Façamos um poema cumunitário, em que cada um acrescenta um verso:

Para salvar o Planeta

Há que alterar atitudes (Félix),

Não nos basta a caneta,(José Aurélio)

Pr' apregoar mil virtudes (Luzia Rodrigues)

É preciso também união,

E cuidado com tudo o que vive!

Que não nos falhe a comunicação! (Ruth Iara)

Tão pouco desejar um cometa,

Na esfera do talvez,

No domínio da ilusão.

Basta voltar à razão,

Com mistura de emoção,

Ser tudo e nada ser,

Ter vontade de mudar,

Pensar relações diferentes,

Num desafio sem precedentes (Eva Vidal)

É preciso salvar o planeta,

Talvez ser sua muleta.

Há que ser bons curandeiros,

Evitar fins derradeiros. (fsilva)


E voltar a sorrir

Com verdadeira alegria

Olhando para nós mesmos

E sentir harmonia. (Hugo)

Humanidade em extinção?! Não.

De mente bem desperta e consciente,

De coração transbordante de paixão,

Fazendo novas pontes até à perfeição! (Cristina Mendonça)

Este poema feito de outros tantos (Bitta)

Cruza mares e Oceanos,

Junta seres humanos.

Na procura de um destino de eleição.(Félix).

O destino está traçado,dizem alguns fatalistas,

nada há mais a fazer!

o ambiente está marcado,

degradado,

desgastado!

Vamos todos dar as mãos:

pensantes,

não pensantes,

minusculos e gigantes,

Doutores,

lavradores,

investigadores,

professores,

todos juntos mão na mão,

prosseguindo com esperança,

sentindo com o coração,

que nada está perdido...

apelando à razão,

para lutar e acreditar,

que melhorar o ambiente:

é urgente,

...é vital! (Ana Isabel)

...mas para isso não é preciso ter uma ideia genial...

que influencie com encanto toda e qualquer mente.

Basta ser diferente.

....e dar valor intrínseco ao nosso ambiente. (Fátima Silva)


Se da camada de Ozono

Ninguém quiser cuidar

Ai quando o Sol incidir!!!

De certeza que se vai queimar.

Se tirarmos um O ao O3

Cada um de nós será responsável

Por uma grande alteração da química

E aguarde, um por um, a sua vez....(Soslayo)

O problema é o buraco que não pára de aumentar

Vamos lá mas é saber como o podemos tapar. (Teresa Faria)

É urgente, é necessário,

Qualquer coisa fazer,

Braços cruzados é que não,

Para o ambiente não sofrer.

Todos juntos de mãos dadas,

Uma solução vamos encontrar,

Este poema é um começo,

Para o AMBIENTE arrebitar! (Rute Umbelina)

Ó Ozono Ó Ozono

Ó Ozono protector

Vai colocar o teu manto

Em cima do meu Amor (frosado)

Quem não quer rimar,

Também pode comentar

Links interessantes:

Portugal não protege a camada de ozono.

Que fazer com a esferovite? (Opinião)

2006-01-03

Micromundo

E se alguém, um dia, decidisse oferecer-lhe um ramo de Cladonias! Saberia do que se trata? Saberia onde foram colhidas?
Se fosse de Cladonias cocciferas, provavelmente teriam sido colhidas no cimo da Montanha do Pico, no cimo da Serra de Santa Bárbara na Terceira ou no cimo do Pico da Vara em S. Miguel nos Açores, no Buçaco ou no Gerês em Portugal Continental ou algures perdida num sítio húmido no Rio Grande do Sul no Brasil. Aí, no mar de nuvens, os apotécios vermelhos, qual flor que se afirma no cinzento da bruma, denunciam a existência de uma espécie frágil.
A humidade que nos desconforta e o frio que nos ouriça, é estimulo para a fazer crescer. Cresce pouco. Talvez um par de centímetros num par de anos.
Faz parte das ilhas de bruma açorianas, escondida quase sempre dos olhares que buscam a imponência dos vulcões.
Se fossem Cladonias floerkeanas, viriam do interior das ilhas atlânticas, onde dormem nos tapetes de musgos. Os seus apotécios vermelhos sangue, qual fósforo que pretende incendiar de vida todos os pequenos pedaços de terra destas ilhas, são toscos, são frágeis, são sedutores. A Cladonia floerkeana é vida em miniatura, é deste mundo terrestre tão rico que nos empobrece o saber.
Em todo o lado, se colhem rústicas Cladonias coniocraeas, por entre matas e carreiros, por entre vales e montes.
Podécios pálidos e firmes, erguem-se de talos recortados, como que buscando os céus, que não ligam a tal insignificância. Polvilham-se com grãos verdes enigmáticos, como que para temperar a sorte de ser vida, mas..... muito pouca.
Quando a natureza borda como as gentes das ilhas, produz Cladonias azoricas, porque sabe que estas são habilidosas.
Os ilhéus sentem a terra de forma diferente, por isso se juntam para crescer e sentir. As Cladonias azoricas, convivem com as Cladonias macaronesicas dos Açores, Madeira e Canárias e teimam ser ilhéus, por sorte, por nascimento, por geneologia.
Enfeitam presépios no Natal das ilhas, porque aos olhos dos homens é presente próprio para Menino Deus.
Se lhe oferecessem Cladonias macilentas, criadas na laurissilva Madeirense, nas Lezírias Continentais ou na Mata Atlântica Brasileira, verificaria como são exóticas: apotécios vermelho sangue e podécios verde pálidos granulados.
A Natureza deu-lhes frutos sem forma própria, demonstrando que a ausência de simetria, também pode produzir beleza.
Já reparou quão belo é o mundo microscópico?
Félix Rodrigues

Outras visões:
Ofertas
Para frosado um ramo de cladonias botrytes e para Bitta um ramo de cladonias bacilliformis.
Para a Ana Isabel um ramo de Cladonias cariosas, típicas do Alentejo, e para a Fátima Silva um ramo de cladonias stellaris, colhidas no cimo da Serra de Santa Bárbara na ilha Terceira.





Um ramo de Cladonias phyllophoras para a Lua dos Açores colhidas no Pico Alto de Santa Maria e um ramo de Cladonias ramulosas, colhidas no Porto Moniz, para o Soslayo.












Um ramo de Cladonias furcata cultivadas nas margem do rio Guaiba, para a Ruth, e um ramo de Cladonias chlorophaeas, colhidas nos matos de São João do Pico para a fsilva.










Uma Cladonia belliflora que Tá difícil de encontrar, para um bloguista sempre apaixonado e uma cladonia cervicornis, provavelmente presente em Serra d'Aire, para a minha amiga Teresa Faria.

Uma cladonia rangiferina sobre fundo azul para a MAAT que arde no azul e um de cladonias fimbriatas, para a Rute Umbelina.

Um ramalhete de cladonias conitas, para o Nuno Guronsan e um ramalhete de Cladonias stygias, em troca de um Miosótis Marítimo, com a Eva Vidal.