As Irmãs, São só de Francisco?
-Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, Pi Pi, Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
O João como sempre pontual, e eu, como sempre atrasado.
Lavei os dentes à pressa, apanhei a pasta com os papeis e desci as escadas a correr para não o fazer esperar mais.
-Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, Pi Pi, Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, buzinava o meu condutor e amigo insistentemente.
Lá estava ela, no mesmo local onde a vira no dia anterior, na mesma reentrança da porta do sapateiro, como que esperando por mim. Não precisava falar, ou dizer fosse o que fosse, para perceber o atrevimento daquele olhar. Era quase certo que ela sabia que aqueles olhos me provocavam calafrios na “espinha”.
-Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, Pi Pi, Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
-Agora João, terás que esperar, porque nenhum dos teus Pi Pis, me fará desviar o olhar, ou até mesmo mover. Pensava eu a muito custo.
Ela tinha esse dom de me paralisar. Como é possível que conseguisse, inclusivamente, alterar-me os batimentos cardíacos e o ritmo respiratório?
Aquela espécie de magnetismo animal que parecia emanar, mantinha-me estático, debilitava-me, e por vezes, fazia-me corar de vergonha.
Não sei se esse meu comportamento é biofísico, emocional ou patológico!?
Vejo o João olhar-me pelo retrovisor. Está atónito. O que quer dizer, que não consegui disfarçar.
Ela faz-me esquecer que tenho que começar a trabalhar às 8:30, e inclusivamente, do local onde estou, catapulta-me para um espaço que provavelmente só haverá no imaginário de cada um.
Aquela ratazana era de facto poderosa.
O João como sempre pontual, e eu, como sempre atrasado.
Lavei os dentes à pressa, apanhei a pasta com os papeis e desci as escadas a correr para não o fazer esperar mais.
-Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, Pi Pi, Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, buzinava o meu condutor e amigo insistentemente.
Lá estava ela, no mesmo local onde a vira no dia anterior, na mesma reentrança da porta do sapateiro, como que esperando por mim. Não precisava falar, ou dizer fosse o que fosse, para perceber o atrevimento daquele olhar. Era quase certo que ela sabia que aqueles olhos me provocavam calafrios na “espinha”.
-Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, Pi Pi, Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
-Agora João, terás que esperar, porque nenhum dos teus Pi Pis, me fará desviar o olhar, ou até mesmo mover. Pensava eu a muito custo.
Ela tinha esse dom de me paralisar. Como é possível que conseguisse, inclusivamente, alterar-me os batimentos cardíacos e o ritmo respiratório?
Aquela espécie de magnetismo animal que parecia emanar, mantinha-me estático, debilitava-me, e por vezes, fazia-me corar de vergonha.
Não sei se esse meu comportamento é biofísico, emocional ou patológico!?
Vejo o João olhar-me pelo retrovisor. Está atónito. O que quer dizer, que não consegui disfarçar.
Ela faz-me esquecer que tenho que começar a trabalhar às 8:30, e inclusivamente, do local onde estou, catapulta-me para um espaço que provavelmente só haverá no imaginário de cada um.
Aquela ratazana era de facto poderosa.
Ouvi a voz do João quando me agarrou por um braço, quebrando o feitiço.
-Então! Que se passa?
Corri para o carro, abri a porta e sentei-me rapidamente. Comecei muito lentamente a recuperar o bioritmo, se é que o temos.
Penso muitas vezes que se não existe, deveria existir um processo qualquer que extreminasse por completo, e definitivamente, todas as ratazanas da face da terra.
Pergunto-me também muitas vezes se todos os animais que se encontram neste planeta terão alguma missão especial? Alguns até consigo imaginar, mas outros, como o caso das ratazanas, ......... nem por isso.
Que falta fazem as ratazanas no ecossistema terrestre?
-Então! Que se passa?
Corri para o carro, abri a porta e sentei-me rapidamente. Comecei muito lentamente a recuperar o bioritmo, se é que o temos.
Penso muitas vezes que se não existe, deveria existir um processo qualquer que extreminasse por completo, e definitivamente, todas as ratazanas da face da terra.
Pergunto-me também muitas vezes se todos os animais que se encontram neste planeta terão alguma missão especial? Alguns até consigo imaginar, mas outros, como o caso das ratazanas, ......... nem por isso.
Que falta fazem as ratazanas no ecossistema terrestre?
Os gatos que comiam ratos, dependiam deles, mas hoje em dia, somos perfeitamente capazes de os alimentar, e como tal, não precisam de ratos. Que magníficos animais são os felinos!
Nas cidades já não existem águias capazes de caçar e estraçalhar ratazanas, logo as ratazanas não fazem falta nenhuma. Que magníficos animais são as águias!
As ratazanas destroiem tudo o que construímos e produzimos.
Nas cidades já não existem águias capazes de caçar e estraçalhar ratazanas, logo as ratazanas não fazem falta nenhuma. Que magníficos animais são as águias!
As ratazanas destroiem tudo o que construímos e produzimos.
As ratazanas frequentam sítios imundos e são veículo de propagação de doenças entre humanos.
Será que servem mesmo para alguma coisa?
Será que servem mesmo para alguma coisa?
Por vezes dou por mim a pensar em sentido contrário e pergunto-me se a ratazana com quem me acabei de cruzar, não terá ficado tão paralisada quanto eu, pelo meu magnetismo animal?
Se sim, não quereria essa ratazana exterminar toda a espécie humana?
Que falta faz ao ecossistema terrestre, o ser humano? Se esse não existisse, certamente não teriam que viver escondidas nos esgotos mal cheirosos que este cria. Certamente não estariam contaminadas, infectando toda a sua raça. Não há predadores que o cacem. Ocupam todo o espaço que lhes aparece pela frente, deixando muito pouco para todos os outros animais.
Pondo-me na pele de uma ratazana, reconheço que esta poderá ter tantas razões como eu, para exterminar por completo a nossa espécie.
Decidi adoptar a seguinte regra na minha relação com as ratazanas:
Se me sentir ameaçado físicamente, ataco com todas as armas que tiver ao meu alcance, se não, sorrio.
O sorriso resulta de uma tentativa de ser coerente comigo mesmo: passo a explicar. Quando me encontro com uma pessoa insuportável, pergunto-me se também ela terá uma missão a cumprir!? Não quero saber qual é a missão, porque até nem sei qual é a minha, quanto mais saber qual será a dos outros. Acho que a melhor resposta a dar a um insuportável, é um sorriso.
Todos os dias vou fazer um esforço para sorrir às ratazanas, como se fosse um São Francisco do século XXI. Sei que recentemente a Revista Times elegeu São Francisco de Assis como o Homem do Milénio. Resgatar esse exemplo não será mau de todo.
-Vai em paz irmã ratazana, cumpre a tua missão, seja ela qual for. Moralmente respeito-te, porque respeito a vida... Pode ser que a ratazana também me dê um sorriso.
Se sim, não quereria essa ratazana exterminar toda a espécie humana?
Que falta faz ao ecossistema terrestre, o ser humano? Se esse não existisse, certamente não teriam que viver escondidas nos esgotos mal cheirosos que este cria. Certamente não estariam contaminadas, infectando toda a sua raça. Não há predadores que o cacem. Ocupam todo o espaço que lhes aparece pela frente, deixando muito pouco para todos os outros animais.
Pondo-me na pele de uma ratazana, reconheço que esta poderá ter tantas razões como eu, para exterminar por completo a nossa espécie.
Decidi adoptar a seguinte regra na minha relação com as ratazanas:
Se me sentir ameaçado físicamente, ataco com todas as armas que tiver ao meu alcance, se não, sorrio.
O sorriso resulta de uma tentativa de ser coerente comigo mesmo: passo a explicar. Quando me encontro com uma pessoa insuportável, pergunto-me se também ela terá uma missão a cumprir!? Não quero saber qual é a missão, porque até nem sei qual é a minha, quanto mais saber qual será a dos outros. Acho que a melhor resposta a dar a um insuportável, é um sorriso.
Todos os dias vou fazer um esforço para sorrir às ratazanas, como se fosse um São Francisco do século XXI. Sei que recentemente a Revista Times elegeu São Francisco de Assis como o Homem do Milénio. Resgatar esse exemplo não será mau de todo.
-Vai em paz irmã ratazana, cumpre a tua missão, seja ela qual for. Moralmente respeito-te, porque respeito a vida... Pode ser que a ratazana também me dê um sorriso.
Encontro tantos argumentos para deixar viver a irmã ratazana, o melhor deles quanto a mim, é pensar que estou a aplicar o Príncipio da Precaução, tantas vezes reclamado na defesa das questões ambientais.
Félix Rodrigues
Que ser vivo exterminaria? Porquê? Tem algum príncipo de precaução nesse caso?
Links interessantes:
Bichos mais odiados
Ratos e ratazanas- 5 votos.
Homem - 1 voto.
Cobras - 1 voto.
Aranhas - 1 voto.
Baratas - 1 voto.
46 Comments:
Obrigado pela visita, mas não sei se viste que já lá está um post teu, (Na Cama da Ossono, mais conhecida pela Camada de Ozono).
Só para dizer que achei brilhante.
As nossas cidades seriam mais humanas se o sorriso fosse a nota dominante do trato social.
Não esquecendo que o melhor remédio para as doenças é o rir desalmadamente.
Ela irá desconcertadamente seguir o seu caminho e também ela aprenderá a sorrir para as outras ratazanas. E assim se faz um planeta de sorrisos.
Olá Zeak.
Sim, percebi que tinha lá o "Na cama da Ossono" e agradeço a gentileza. Estava lindo, tal como a nossas poesia comunitária, creio que agora sim, concluída.
Emanuel.
Obrigado pelo elogio.
Além de rir desalmadamente, deveremos aprender a rir-nos de nós mesmos. Não concorda?
Vocês vão me desculpar, mas rato, para mim, só este do computador...
Amiga e longinqua Ruth.
Obrigado pelo epiteto, mas efectivamente não sou escritor.
Conseguiste apanhar toda a mensagem que pretendia passar. Muito obrigado pela tua presença constante neste espaço, é sempre muito gratificante,saber o que pensas.
Um beijinho.
Nuno.
Muito obrigado pela tua visita. Podes crer que é uma honra e serás sempre bem vindo a este espaço.
Frosado.
Diga-se de passagem, que em casa, também só os de computador.
Relativamente às tuas questões...
1) Que animal extreminaria?
O Homem...definitivamente. É o superpredador que prejudica mais espécies.
2)o que é que o tsunami do Indico tem a ver com alterações climáticas globais?
Directamente não tem a ver, mas relacionei com o facto de, sendo um fenomeno ambiental, ter contribuido para o numero assustador de "Refugiados do ambiente". Abraço
Este post está o máximo...começa ao estilo Agatha Christie e termina evocando as teorias franciscanas.....
Fala do principio da precaução...eu acho que concordo mais com o principio da responsabilidade e com a capcidade para agir em função do mais frágil de acordo com Hans Jonas!
O Sorriso da ratazana: Os cientistas, que tanto gostam de fazer estudos laboratoriais em animais, descobriram também que eles têm: ossos, músculos, nervos, cérebro, hormonas, que os animais também sentem dor e, tal como o Homem, têm sentimentos! Quem sabe se sorriem? De qualquer outra forma, diferente da nossa, não perceptível ao ser humano? eles entendem-se tão bem por sinais .... porque não sorrirem também, uns para os outros?
Será que o Homem, acostumado a afirmar que os animais não pensam nem têm sentimentos, resolveu também destitui-los também do sorriso?
Ana Isabel
Não tem de agradecer o elogio.
Como disse um meu ex-colega de trabalho "o que é devido não se agradece".
Sim, a capacidade de rir de nós mesmos só a tem quem é seguro de si mesmo. E isso leva tempo a aprender (às vezes demasiado).
O texto está fabuloso! Ainda este fim de semana me confrontei com as consequências das acções de ratazanas ou de alguém da sua família. Roeram uns sacos de figos secos que existiam num armazém lá de casa, à espera de serem vendidos. Não tiveram mau gosto! os figos secos são um alimento doce, sucolento e muito energético. Há quem os use no Natal e comem-se muito bem com nozes ou amêndoas.
Pensei que durante a operação de retirada dos sacos ia ter um agradável encontro com aquela família mas não, isso não aconteceu. Onde diabo se terão metido?
Se calhar já estavam enjoados e decidiram mudar de casa e de alimentação. Não devem ter ido para longe. Um dia destes vou encontrá-los!
Hugo.
Não sei se deveremos ser suicidas. Temos tantos direitos como as ratazanas. Na pior das hipóteses deveriamos esperar que os animais se comportassem connosco, como nos comportamos com eles, e se nos baseassemos exclusivamente no princípio moral de "olho por olho, dente por dente".
Quanto aos refugiados ambientais, percebo perfeitamente a pertinência do comentário.
Um abraço.
Ana Isabel.
Ainda não consegui encontrar nada do Hans Jonas, por isso,nem concordo nem deixo de concordar, mas garanto debruçar-me sobre essa perspectiva bioética.
Melena.
É verdade. Não vale a pena comentar aquilo que afirmas de forma clara e redondante.
Um abraço.
Olá Teresa.
Com este texto pretendi levantar algumas questões bioéticas e verifico que já estás a tratar dos teus ratinhos com muito carinho.
Tem bom gosto, organizam-se socialmente em família, tem creche lá perto..
Estou a brincar claro.
Um beijinho.
Dr. Félix:
Se quer saber alguma coisa deste filósofo, dê uma espreitadela em
http://www.alcoberro.info/V1/jonas0.htm
Ana Isabel
Ana Isabel.
Não é uma leitura facil. Posso desde já diantar que estou 100% de acordo com Hans Jonas quando afirma que a responsabilidade emana da liberdade ou que a responsabilidade é o potencial da liberdade.
No entanto não estou completamente de acordo com a sua visão anti-utópica, oq ue não quer dizer que concorde com parte da sua visão anti-Nietzsche.
Pois que gostei muito do texto, meu caro Desambientado, especialmente por causa do final, uma vez que também sou um advogado indiscutível da lei do sorriso. Acho que hoje em dia as pessoas sorriem cada vez menos, e cada vez menos lhes dão razões para sorrir. Talvez o esforço deva partir de nós, mas às vezes é mesmo muito dificil...
Cristina.
A intenção era exactamente esta discutir em termos de ética, ou bio-ética, a nossa relação com os seres vivos e levar-nos a pensar até que ponto as nossa fobias nos dão direito a exterminar os outros seres vivos e até que ponto tudo o que nos rodeia terá que ter um carácter utilitário!?
Também pretendia discutir e lançar questões sobre os "animalocídeos" que fazemos, sem termo um pingo de remorso..... Eram estas as questões mais importantes que indirectamente propus que discutissemos.
Bitta.
A intenção era essa: Falar de algo arrepiante como se de uma relação de amor se tratasse, e na parte final, falar de amor de algo arrepiante.
É sempre um prazer visitar o teu blog.
Nuno.
Concordo contigo, mas alguém tem que começar a fazer esse esforço. Que tal sermos nós, os que passaram por este post e concordaram com esse princípio.
Pois, pois.... adiemos a filosofia!
Eu por mim detesto aranhas...mas que direito tenho de matar uma pobre desgraçada, que passa à minha frente (não sei se sorri ou não) só porque me causa replulsa?
Ána Isabel
Ana Isabel.
Daqui fala o psicólogo Félix.
" a repugnância por aranhas é muito comum. Não se sinta inferiorizada por isso. Você será capaz de ultrapassar esse medo". Já José Saramago dizia:
"Acho que não tenho medos, tenho apenas repugnâncias. Aversão, por exemplo, a certos bichos. Tenho repulsa a aranhas. No entanto, lembro-me que, quando era menino, carregava-as na mão, brincava com elas."
Deixo-te uma pergunta: Porque razão só a partir de determinada altura passamos a ter determinadas fobias?
Fobias, questões éticas e bioéticas com arrepios a condimentar.
Comecei a ler com avidez, pensei: "Professor Félix quem se terá atravessado no seu caminho e paralisado a sua "espinha"? Será uma pintura de mulher? Uma mulher ao vivo? Impossível assim... não, ele está a preparar-se para nos pregar alguma... e... que susto! Fiquei mesmo arrepiada, se é que já não estava à bocadinho com as discrições.
Possui a arte de comunicar e de nos fazer entender o outro lado da questão.
Confesso que as ratazanas e as baratas me provocam pavor.
Vou tentar sorrir da próxima vez que vir um desses animais (fora de casa, é claro), mas sei que vai ser um sorriso bem amarelo.
Talvez com a prática se torne mais rosado.
adorei o post e a mensagem que encerra.
Fátima.
Dei uma boa gargalhada com o teu comentário. Está cheiinho de humor.
Sorria sempre, como diz o poeta...
Porque mais triste que um sorriso triste, é a tristeza de não saber sorrir.
Entenda-se aqui sorriso triste como sendo um sorriso amarelo.
Olhem minha gente,
Para falar de rato nada como estar-lhe na pele. Tive recentemente uma experiência de 1º grau na festa da Escola. Quem se havia de lembrar de enfiar um rato na história e ainda para mais resolveram escolher-me para o papel. Bem, fui perseguida pelo Gato das Botas, pela lavadeira:
- Um Rato, Deus meu
Que me estraga o dia!
Que alguém o agarre
Com grande valentia.
...e pela moleira que me expulsou detrás do saco de trigo e farinha onde procurei refúgio.
Como é difícil a vida de rato!... mas foi muito divertido.
Porque afinal este animal entra em várias histórias infantis que as crianças adoram: o João Ratão, a fábula do Rato que salva o leão de uma armadilha, o rato Mikey...
Agora a questão da leptospirose já não é brincadeira.
Depois destas referências aos arrepiantes bichinhos senti necessidade de esclarecer que os ditos figos visitados por ratos não se destinavam à alimentação humana. Por isso espero que esta história não vos impeça de provar um figuinho seco quando tiverem oportunidade.
Eva.
Imagino-te de rato a correr à frente do gato das Botas....
Com a tua pequena história levantas uma questão interessante, que é a imagem social desse animal.
Nas histórias infantis, os ratos são amistosos, são carinhosos, etc. Lembro-me de uma vez ver um dos meus filhos dirigir-se para uma ratazana que estava num jardim público, para lhe ir fazer uma festa. Quando me apercebi dessa tentativa, desatei a correr desalmadamente.
Há perigos reais, não podemos escamotear a questão, como actualmente o da leptospirose, e no passado o do tifo. A imagem do rato, está a ser socialmente denegrida, enquanto que outros animais que também são capazes de transmitir doenças, não.
É melhor parar por aqui se não teria que fazer outro post sobre o rato ao longo da história, ou uma história de ratos.
Teresa.
Creio que ninguém deixará de comer figos por isso, do mesmo modo que toda a gente sabe que os ratos vão à farinha e aos cereais, e não é por isso, que deixam de comer pão. A confiança de que o processo elimina toda a possível contaminação, é elevada.
Desambientado, logo no início pensei tratar-se de um exemplar único da uma mulher muito vistosa e bem concebida mas, depois saíste-me com uma ratazana, fiquei um pouco decepcionado, no entanto se me derem direito a voto na sua exterminação eu voto no rato e ratazana, só que há um problema e como bem diz já um comentarista acima, em quem vão fazer a experiências laboratoriais. E já agora cuidado com os pipis dos ratos que são mortais. Um abraço
Soslayo.
Se o post fosse sobre uma mulher, fugiria um pouco à temática do blog, mas certamente seria muito mais interessante.
O objectivo aqui foi chamar à atenção para questões bioéticas que se passam com os animais na sua grande generalidade. Achei que a melhor forma de prender a atenção ao leitor seria uma descrição, mais ou menos amorosa, com uma ratazana, para dar levar o leitor a concluir que muitas vezes faz um juízo de valor errado...
Quanto à leptospira, que se encontra no chichi do rato, convém informar que ela é activa e como tal pode infectar o homem, se a urina for recente, ou seja, a leptospira não consegue viver à temperatura ambiente mais do que 15 minutos. Por outro lado, para haver contaminação directa com as mãos, é necessário que haja no mínimo uma pequena ferida, para que esta entre directamente em contacto com o sangue.
Dr. Félix coloca-me aqui uma questão:"Porque razão só a partir de determinada altura passamos a ter determinadas fobias?" Poderia dar-lhe uma resposta baseada na psicologia, na sociologia, na história até na medecina...mas apetece-me mais responder-lhe através do transcendental: quem sabe se são remeniscencias de vidas passadas?
Platão referia, na sua teoria da remeniscencia, que a alma renascida tantas vezes abarcava o conhecimento completo! O que nos fica de uma vida para a outra? Algo que nasce conosco e que vamos esquecendo à medida que crescemos?
Kant refere a intuição pura ou forma pura de sensibilidade, aquela disposição que está na mente à priori para... ou seja, como aquela estrutura que já nascemos com ela e desconhecemos sua origem.
Não poderá ser uma resposta possivel aos olhos de um físco?
Ana Isabel
Ana Isabel.
Voltando ao Kant, "o sistema de condições necessárias e suficientes para conhecer, constitui por si só, o sistema de condições necessárias e suficientes para que as coisas se convertam em objectos e apareçam como objectos".
Nao vejo a reminiscência de vidas passadas como uma coisa ou como um objecto, logo esse pavor, foge da lógica do conhecimento de Kant.
Não completamente...não me referia ao conhecimento... mas, neste caso especifico, a partir do quê ele se vai formando, não da parte lógica mas da parte intuitiva que Kant fala.
Fala de fobias, elas têm origem em medos que residem no inconsciente e o que existe no inconsciente como foi lá parar?
Ana Isabel
e que em determinadas alturas entram em funcionamento bloqueando-nos por completo ou levando a reacções que saem fora de controle.
Esta ultima parte, que sai fora do sentido ainda se referia às fobias
Ana Isabel
Olá
Obrigada pela tua visita e correcção ao título.
Gosto muito da tua escrita e este texto está especialmente conseguido. O suspense está delicioso.
Tenho um exército de gatos que, lambões, roçam as panças nas minhas pernas a exigirem a ração diária e quando, predulária, decido abrir uma latinha para lhes adoçar o "bico" saltam e atropelam-se de unha em riste,na mira de quem primeiro agarra um cubinho de sucolento petisco. Ratazanas? dá muito trabalho...um murganhito para se armarem em pauletas de trazer por casa.
Beijo
Ana Isabel.
Freud, responderá melhor a essas questões. O problema é que ele vê tudo pelo lado sexual. Neste caso concreto, sexo e aranhas, acho que não tem nada em comum.
Fisicamente, não há explicação para isso.
Lua dos Açores.
Obrigado pelo teu comentário elogioso e visita.
Fiz comentário acerca do erro, porque gostaria também que me fizessem. Normalmente ninguém toma a liberdade de o fazer, tenho que ser eu mesmo a descobri-los.
Um beijinho.
falar dos nossos ódios por animais é, a meu ver, falar de algumas sombras que existem em nós.Seria interessante cada um perceber, ao nível do "menos consciente", o que representa cada animal que "odiamos",porque na verdade o que revelamos são os nossos medos.
Para mim, por exemplo,assustam-me as formigas, porque tenho receio de as esmagar... e sei o que isso representa em mim.E assim por diante,de tal maneira que não consigo eleger nenhum para ódio. Consigo, sim, perceber o que eles me provocam e ,às vezes,saber a razão disso.
Percebi que nos quis dizer uma coisa muito simples, mas que carece de um trabalho interior profundo: o amor liberta-nos dos medos. Então comecemos a amar os nossos ódios e dialogando com eles, como o fez.
***maat
Gostei do blog :))
Beijokas, Betty
MAAT
Adorei a sua análise, que de simples não tem nada.É profunda, talvez resultado de uma interiorização longa e madura.
O que efectivamente os nossos medos necessitam é desse diálogo interior e libertador.
Gostei imenso do seu regresso ao Arde o Azul.
Betty.
Muito obrigado pela sua visita. ´
Aqui será sempre bem vinda.
Felix, não sei o q aconteceu não consegui editar o teu comentário ao Amigos...e tinha dois. :-(
Agora vou ler a Amazónia
Beijinho
Lua.
por vezes acontece-me o mesmo. O que dizia é que sabes preservar muito bem os amigos, inclusivamente os virtuais.
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