Ano Novo Vida Nova
Fresquinho a borbulhar,
Que o mundo nos acompanhe,
A neste Novo Ano entrar.
À proclamação da paz,
Como se o vinho fosse capaz,
Gostaria de erradicar,
A morte, o genocídio,
E a ideia de martírio,
Que manda gente pelo ar.
Tragam foguetes e luzes,
Vamos pô-los a ribombar.
Parem com os arcabuzes,
Só o amor nos deve ofuscar.
Gostaria de conjugar,
O presente do indicativo,
Ou de modo imperativo,
O ignorado verbo amar,
Eu amo mesmo a dormir,
Tu amas sem desistir,
Ele ama sem divergir,
Do amor a instalar,
Neste reino de terra e mar.
Tragam pratos para servir,
Os esfomeados do mundo,
Mesmo de olhar moribundo,
Todos têm que se nutrir.
.
Tragam árvores p’ra plantar,
Consciências p’ra despertar,
Almas p’ra consolar,
E vidas para cuidar.
Tragam champanhe fresquinho,
Por ser chique esse vinho
E fazer-nos acreditar,
Que o mundo ainda vai mudar.
Félix Rodrigues
Feliz Ano Novo.
O fim de Ano Velho e o início de Ano Novo é o tempo do balanço de mim, de nós e do mundo. Deste cantinho do céu, de paz, com pouca fome, mas não ausente, vê-se um mundo dicotómico: ostensivamente rico, preocupantemente pobre, violentamente activo, abundantemente moribundo, mas sempre deslumbrantemente belo.
A maioria das pessoas possui mais ou menos a mesma inteligência, mas existe um padrão de comportamento específico que separa as classes sociais e as nações umas das outras e não se refere apenas a dinheiro e propriedade, tem a ver com a escassez de produtos naturais e com a ausência de educação, que quer queiramos ou não, desenvolve competências. Neste contexto, a pobreza pode ser devida a carências materiais e à exclusão social, que por sua vez está associada à incapacidade de participar na sociedade. Isto inclui a educação e a informação. As relações sociais são elementos chave para compreender a pobreza pelas organizações internacionais, as quais consideram o problema da pobreza para lá da economia.
A pobreza no mundo cresceu e a riqueza também mas de modo geograficamente assimétrico.
É incompreensível que tenhamos que lidar, em pleno século XXI, num mundo dito global, com situações semelhantes às que ocorrem em Darfur, Palestina, Iraque ou Pasquistão. É incompreensível que o terrorismo se afirme cada vez mais como um valor no Médio Oriente, mas também, em menor escala na Europa e nos Estados Unidos da América.
É incompreensível que o mundo mude mais rapidamente do que a sociedade, e que esta, seja incapaz de prever o futuro, para além do seu umbigo. São os acordos que falham, os negócios pouco éticos que grassam e a degradação da natureza que evolui.
Que o Ano Novo nos traga vida nova.
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