O desperdício do amor
É o caminho da dor.
A dor de amor
É romantismo,
E por vezes lesão
No coração.
Se existem virtudes,
Nas atitudes,
Excepto nas prepotentes
Que não são convincentes,
É porque não há estética
Na arrogância,
Mesmo mimética.
Há sim, petulância.
Não há estética no exibicionismo,
No despesismo,
Ou no consumismo.
Aí há o vício,
Do desperdício:
Da energia mental,
Do bem social,
Ou da ostentação,
Numa satisfação,
Unipessoal.
Se o desperdício
Tem uma história,
Não há memória
De ser tão intenso,
Como no período actual
De um mundo global.
Custa imenso,
Suportar este vício
Do desperdício.
Traz fome e traz guerra,
E a Terra…emperra…
Félix Rodrigues
Onde desperdiças?
A sociedade hodierna é assumidamente uma sociedade de consumo. Produz-se para consumir e consome-se mais para produzir mais, num rodopio semelhante ao de um ciclone que visto de cima é uma imagem fantástica da pujança da natureza, mas que visto de baixo resulta em morte e destruição.
A crescente dificuldade de gestão dos resíduos sólidos nas sociedades desenvolvidas actuais, prende-se com a incapacidade da gestão acompanhar o crescimento de produção de resíduos, sendo essas dificuldades acentuadas em regiões com espaços exíguos, o que obriga à sua exportação. As atitudes conscientes da população ajudarão não só a promover sistemas adequados de gestão de resíduos sólidos urbanos como também a reduzir a sua produção.
Em épocas festivas, como a época natalícia que se aproxima, a produção de resíduos cresce quase exponencialmente, o que quer dizer que o desperdício assume proporções quase irracionais.
Que felicidade traz a uma criança a posse de vinte Action Man's, a posse de dez jogos de computador ou a posse de brinquedos que se distribuídos ao longo do ano ultrapassariam a possibilidade de ter um brinquedo novo por dia?
Somos ricos. No entanto há gente pobre: muitos daqueles que produzem os brinquedos em excesso dos nossos filhos e aqueles que não tendo alimento nem conseguem brincar, mesmo que lhes oferecêssemos os brinquedos.
A cultura do desperdício, começa a atingir áreas não tradicionais como as relações humanas, em que até alguns seres humanos passam a ser descartáveis em nome do progresso, da qualidade de vida, do crescimento do PIB, do lazer, etc, etc. Quanto mais desperdiçamos mais nos encalacramos e mais ostentamos.
Antes chamávamos luxúria ao excesso, agora chamamos poder de compra. Ao que chamamos subdesenvolvimento, é por vezes falta de solidariedade.
É desperdício tudo aquilo que não tem uma função: nem sequer estética.
Etiquetas: consumismo, Desperdício, lixo, Natal, resíduos sólidos urbanos
8 Comments:
tei imenso. Tens razão.
Gos
Conclusão:
A nossa vida (assim) é impossível.
abraço
Namastê...
Ps.:
Estou para responder ao meme, em breve te escrevo dizendo...
Boa semana para ti também
Olá
Como sempre, dizes uma série de verdades de forma agradável mas que faz pensar.
Nesta época, de facto, esta questão do desperdício torna-se ainda mais pertinente. Impressina-me imenso além do lixo das embalagens e do consumismo de inutilidades desenfreado, o consumo brutal de energia com iluminações de Natal. Qualquer pequena freguesia e Câmara Municipal faz questão em manter essa aberração de, em qualquer canto, colocar lãmpadas!!
É difícil entender que se continuem a manter padrões de vida com se nada se passasse!
Um bom resto de fim de semana.
Teresa
Confesso que venho desperdiçando muita coisa, tais como os dias, as palavras, os sentimentos, o dinheiro com coisas fúteis, os pensamentos, os sonhos, os desejos de mudar as coisas, a avidez pelo que não possuo, etc.
Todos nós desperdiçamos algo e não viver a vida é o pior desperdício.
Beijos brancos.
Assim, nem o lixo parece lixo...
De acordo.
ah meu amigo,
tenho trabalhado tanto este tema dentro de nossa Agenda 21, mas a cultura do povo é o consumismo puro e simples...precisamos ainda de muito tempo para educar a sobre os 5 "R's": reduzir, reutilizar, reciclar, respeitar e responsabilizar...
amei o poema... vou usá-lo, com os devidos créditos...
beijos
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