O meu chapéu cinzento
Recebi como prenda de Natal o "Meu chapéu cinzento" de Olivier Rolin, com o subtítulo "Pequenas geografias". Uma oferta singular, de alguém desconhecido, trazida em mão por uma simpática cara, talvez um anjo, esse sim, conhecido. Foi uma surpresa muito agradável engendrada pela Tânia que conheci na rápida escrita, na efemeridade de um clic ou na repentina ligação de uma arroba (@).
A Tânia levou-me mentalmente até outro recente encontro, que primeiramente virtual se materializou em pessoa definida, com rosto delineado e alma singular. Levou-me a recordar uma conversa recente com a Cristina Oliveira no aeroporto de Ponta Delgada, em dia de mau tempo. Espantados com a forma como nos tinhamos cruzado, dizia-lhe que "todos os caminhos se cruzam e que por vezes não parávamos nesse cruzamento". A Cristina registou-o, por isso me lembro desse pensamento efémero, mais pelo gesto dela do que pelo conteúdo da frase.
Que surpresas agradáveis tem a blogosfera!
Que surpresa agradável foi ler "O meu chapéu cinzento", não só por ter um capítulo dedicado ao Arquipélago Açoriano, mas pela referência a locais por onde já passei e dos quais tenho quase as mesmas referências e as mesmas impressões. A visita a esses locais resultou do acaso e por acaso também, recebo da Tânia a sua pequena geografia: Coincidências ou telepatia!?
O estilo de Rolin é muito agradável, faz por exemplo um retrato quase intemporal das ilhas e gentes açorianas. As descrições de São Miguel, Pico, Faial e Flores, tanto se enquadram no século XIX como no século XX ou século XXI. É o I romano, o relógio do tempo e onde os XX parecem não ter qualquer significado. É o I romano que afirma que o presente das ilhas não existe se esquecermos o seu passado, a história, a memória das suas gentes e as saúdades que têm da sua mocidade. Nas ilhas "as estradas de pavimentos negros trepam pelo flanco de velhos vulcões, perdem-se por instantes na névoa cinzenta, sobranceiras às crateras afogadas em água turquesa ou de um esmeralda perfeito, descem em direcção às manchas de oceano onde desliza a sombra leitosa das nuvens".
A Tânia levou-me mentalmente até outro recente encontro, que primeiramente virtual se materializou em pessoa definida, com rosto delineado e alma singular. Levou-me a recordar uma conversa recente com a Cristina Oliveira no aeroporto de Ponta Delgada, em dia de mau tempo. Espantados com a forma como nos tinhamos cruzado, dizia-lhe que "todos os caminhos se cruzam e que por vezes não parávamos nesse cruzamento". A Cristina registou-o, por isso me lembro desse pensamento efémero, mais pelo gesto dela do que pelo conteúdo da frase.
Que surpresas agradáveis tem a blogosfera!
Que surpresa agradável foi ler "O meu chapéu cinzento", não só por ter um capítulo dedicado ao Arquipélago Açoriano, mas pela referência a locais por onde já passei e dos quais tenho quase as mesmas referências e as mesmas impressões. A visita a esses locais resultou do acaso e por acaso também, recebo da Tânia a sua pequena geografia: Coincidências ou telepatia!?
O estilo de Rolin é muito agradável, faz por exemplo um retrato quase intemporal das ilhas e gentes açorianas. As descrições de São Miguel, Pico, Faial e Flores, tanto se enquadram no século XIX como no século XX ou século XXI. É o I romano, o relógio do tempo e onde os XX parecem não ter qualquer significado. É o I romano que afirma que o presente das ilhas não existe se esquecermos o seu passado, a história, a memória das suas gentes e as saúdades que têm da sua mocidade. Nas ilhas "as estradas de pavimentos negros trepam pelo flanco de velhos vulcões, perdem-se por instantes na névoa cinzenta, sobranceiras às crateras afogadas em água turquesa ou de um esmeralda perfeito, descem em direcção às manchas de oceano onde desliza a sombra leitosa das nuvens".
"O meu chapéu cinzento" faz os Açorianos prisioneiros do Anticiclone e arranca-nos para uma viagem de poesia geográfica natural e humana.
A Tânia e Olivier Rolin, chamaram-me à atenção, pelo gesto delicado e desconcertante da primeira e pela visão singular dos locais do segundo, para a necessidade de pararmos mais vezes nos cruzamentos das nossas vidas, mesmo que virtuais.
Félix Rodrigues
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Qual foi a prenda que te supreendeu na última quadra festiva?