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2007-07-21

Nascimento de uma ilha

Quando a terra dá à luz, fá-lo de forma tão desesperada como qualquer mulher, assumindo mesmo que essa manifestação pode matar aqueles que lhes colonizam os costados, pois o que traz no ventre sabe que é multiplicador de vida, sabe que é portador de esperança.

Como se do nascimento de um homem se tratasse, a terra acelera a respiração, aumenta as contracções: formam-se os vasos sanguíneos e o sistema respiratório. Enchem-se os primeiros com sangue fervente, e o segundo, com gases oxidados na combustão interna das suas células.

O magma, esse líquido amniótico espesso, derrama-se, escurece, solidifica.

No início é a dor, a desolação e a ausência de forças que impera. Com o passar do tempo, esquece-se a experiência traumatizante porque o que nasceu é belo, vigoroso e arrebatador.

Uma ilha vulcânica é uma filha recém-nascida da mãe terra. Uma ilha que se separou do continente é um filho pródigo que se afastou, mas que um dia retornará.

Confirma-se que existem sulcos profundos no fundo do mar, cortados por uma massiva saída de lava ou por uma massiva descarga de água: são as cicatrizes do parto que deu origem a uma ilha.
Félix Rodrigues

Qual é a mais bela manifestação da Mãe Terra?

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Délia elege a vida

Soslayo elege o nascimento de uma ilha

Woodworm elege certamente o mar
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Uma missão científica parte esta semana para confirmar a existência de uma eventual erupção vulcânica submarina detectada por pescadores a cerca de 180 milhas a sudoeste da ilha do Faial, Grupo Central dos Açores.
A coordenadora do Observatório Vulcanológico da Universidade dos Açores, Teresa Ferreira, adiantou hoje que informações prestadas recentemente por pescadores apontam para uma possível erupção vulcânica submarina na Crista Média-Atlântica.
Esta erupção, a confirmar-se pelos cientistas da universidade açoriana, não representa qualquer risco para as ilhas do arquipélago, mas as autoridades marítimas já foram informadas relativamente à navegação na zona.
“Na sequência de relatos de que alguns pescadores teriam observado algo de diferente nos seus monitores (sonar), o Departamento de Oceanografia de Pescas, com recurso ao seu navio “Arquipélago”, está a programar uma missão ao local”, explicou Teresa Ferreira.
Segundo a investigadora, esta missão pretende, assim, confirmar se estes relatos estão relacionados com uma erupção vulcânica situado numa zona entre 180 a 200 quilómetros da ilha do Faial.
No caso de estar em curso uma erupção vulcânica submarina, que não é visível à superfície, a missão vai caracterizar o fenómeno e recolher todos os elementos possíveis para se avaliar quais as suas implicações.
A profundidade, de acordo com as informações disponibilizadas ao observatório, estará entre os 400 e os 500 metros, elementos que carecem, porém, de confirmação.
Além da distância do arquipélago ser “considerável”, uma actividade vulcânica com estas características tem uma actividade sísmica de muito baixa magnitude, razão pela qual não foram registados sismos no arquipélago, adiantou Teresa Ferreira (In Açoriano Oriental).

2007-07-14

Ligações

O aroma de uma planta é único,
Tão único quanto a célula especializada que o detecta.
É singular,
Tão singular quanto a cascata de emoções que desencadeia.

A cor de uma flor,
Captada por cones e bastonetes,
Massaja-nos o cérebro,

Imobiliza-nos,
Fortalece-nos,
Tonifica-nos.
É agradavel aos sentidos,
Por isso, é beleza.

O esquisito sabor das folhas de uma planta,
Impressiona o palato,

Deixando na boca a memória inconsciente do seu valor calórico.
Dizer que uma planta não tem sentidos,
Não é equivalente a afirmar-se,
Que não pode saturar os nossos.

Félix Rodrigues
Qual é a planta que mais te impressiona?

Eleição de Hanah

Para Foryou

Anónimo escolheu Gentes

Eleição de Ana Isabel Godinho

Eleição de Mir (todas)
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5 Livros + 1

Nomeado pelo blog Sobretudo da Hanah, apresentam-se as minhas últimas cinco leituras + uma (aquela do momento).

1-POEMAS NO CHÃO de Maria do Céu Brito e Annie Guir (muito gentilmente oferecido pela autora).

2-Flora Marinha do Litoral dos Açores dos colegas Ana Neto, Ian Tittley e Pedro Raposeiro (oferecido pelo amigo João Gonçalves).

3- Guia do Consumidor dos Peixes Açorianos de Les Gallagher, Filipe Porteiro e Carla Dâmaso (Também oferecido pelo meu amigo João Gonçalves).

4-Flora of the Azores de Hanno Schafer (Também oferecido pelo amigo João Gonçalves).

5-Vulcão Aberto de António Silveira e Maria do Céu Brito (Ofercido pelos autores).

+1

Gestão Ambiental de Santos Oliveira.

Nomeiam-se:

Educação Ambiental para futuros Educadores de Infância

Clima Louco

Ilhéu do Norte

Miauu Girls

Ana Luar

2007-07-01

Um jovem Vulcão - Capelinhos

Nenhuma análise é isenta. Nenhuma idade é demais: um jovem pode estar velho e um velho em fase de amadurecimento. Cinquenta anos pode ser muito tempo ou tempo nenhum.
Todo o vulcão é espantoso, dependendo da distância e do tempo a que nos encontramos.
Cinquenta anos tem os Capelinhos. Há cinquenta anos morreram os Capelos. A vida surge da morte como necrófago do tempo.

As cinzas dos Capelinhos ainda estão impregnadas de bombas vulcânicas como acne na face de um adolescente. A vida rebenta, explode, agarra-se, respira, transcende-se.


Muita vida há-de sair de um corpo onde se injectam hormonas de mar, feromonas de terra, genes endémicos e memes do homem.
Os Capelinhos apresentam vigor e cansaço: do jovem que é e dos dilemas que sente, das formas que busca e do ritmo que leva, da graça que tem e dos sonhos que curte. A face é maquilhada diariamente pelo vento, na tentativa de disfarçar as pequenas crateras deixadas pelas borbulhas que infectaram. O corpo deita-se ao Sol para bronzear. Como qualquer adolescente, o Sol a mais faz a tez passar de bronze a negro. A melanina é genética, herdada das entranhas da mãe e esquecida num encontro frívolo do pai.


É um vulcão bastardo, filho de pai incógnito. É singular por ser submarino de nascimento. É infantil por se agarrar às saias da mãe. É ainda afeminado na forma, apesar de ostentar alguns símbolos fálicos. Discute diariamente a sua identidade.
É um jovem vulcão num processo de afirmação que conflitua geracionalmente com os que o rodeiam.


Capelinhos é um nome que tem uma longa história para contar através da vida breve de cada um de nós.

Félix Rodrigues

Nota- Este post é dedicado a Maria do Céu Brito, António Silveira e Prof. Victor Hugo Forjaz autores e responsáveis do livro "Vulcão Aberto".

Que forças te moldam?
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Este blog, Desambientado, foi indicado pela amiga FORYOU do blog Again and Again for you and me e pelo amigo ADESENHAR como uma das Sete Maravilhas da Blosfera Portuguesa. Agradece-se tamanha consideração e assume-se, sem qualquer modéstia, que de facto não o é. A qualidade dos blogs que me nomeiam é sem dúvida superior à deste e muitos outros existem por aí.
Segue-se uma lista, verdadeiramente incompleta de alguns blogs que deveriam assumir tal designação: