Extinção de Espécies

Sai daqui, cão sarnento,
Malcheiroso, morrinhento.
Vira-Lata. Seu pulguento.
Seu cachorro. Seu nojento.

Longe daqui. Oh! Piolhoso.
Seu paspalho, seu piroso.
Seu indigente, presunçoso.
Seu macaco horroroso.

Sai daqui, tonta barata,
Sua porca que me embaraça,
Nem o DDT te mata,
Mas dou cabo da tua raça.

Sai daqui. Oh! Sua besta.
Sua mula que não presta.
És burra que te farta.
Não há tranca que te parta!

Foge daqui, Rana esculenta,
Coisa feia e sebenta,
És viscosa e pestilenta.
Metes asco. Oh! Nojenta.

Sai daqui rato esgalgado,
Vai-te lá envenenar,
E que fiques asfixiado,
Para nunca mais te encontrar.

Sai daqui ave agoirenta,
Com este corpo deplorável,
És um ser lastimável,
Uma figura odienta.

Venha cá o meu lindinho,
Ao colinho do papá,
Coisa tão bela não há.
Tão meiguinho e tão fofinho.

Félix Rodrigues

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Porque razão somos mais bonitos que os outros animais?

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Nota - Este post é dedicado à Cláudia Fontes do blog Mulher da Ilha.

Sustentabilidade

Sustentabilidade:

Perdida?
Vendida?

Pensada?
Chorada?

Criada?

Sentida?

Sonhada?

Ofendida?

Purgada?

Cansada?

Votada?

Onde estão as pernas para te suportar?

Félix Rodrigues

Qual é a tua visão do futuro?

Nota- Este post é dedicado ao amigo Emanuel do Blog Melena.

Fronteiras

Doce e salgado,

Puro e esturpado,

Livre e aprisionado,

Tudo rigorosamente separado.

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Que se separe:

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O trigo do joio,

ao moio.

Os sãos dos loucos,

aos poucos.

Os insurrectos dos rectos,

perdilectos.

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Que se rapem os cabelos aos Judeus,

por Deus.

Que se proíba a saudade e a nostalgia,

pela economia.

Que se fechem as fronteiras à imigração,

em nome da coesão.

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Que se criem fronteiras até ao limite.

Porque a natureza,

Perdeu a sageza,

E já tudo permite.

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Félix Rodrigues
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O que é que te incomoda nas fronteiras?
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Nota - Este post é dedicado a Caritas Souzza do blog Os Meus Rabiscos.