Blog Day

BlogDay foi criado na convicção de que os bloggers deverão ter um dia dedicado ao conhecimento de novos blogs, de outros países ou áreas de interesse. Nesse dia os bloggers recomendarão novos blogs aos seus visitantes.
O Desambientado foi indicado pelo blog "é só mais um começo pá" do Miguel Bettencourt.

Em 2007 comemora-se o terceiro BlogDay.
Na comemoração deste dia indicam-se:

Do Brasil- O blog Silêncio.

Do Canadá- O blog Escriba.

Dos Estados Unidos da América- O blog "Eu sei que vou te amar".

Da Guiné - O blog mini-saia.

Do Chile - Poemas desde el Norte Grande de Chile

Vida de Pescador

Ala bote que se faz tarde,
Que ainda as baleias mergulham,
Sabemos que não se afundam,
Mas fogem de quem tarde parte.

Ala bote que se faz cedo,
P’ra labuta terminar,
Ou na terra ancorar
E o mar não me mete medo.

Ala bote por aí fora,
Que a vida é mesmo assim,
Tarde começa, cedo é o fim,
Há que vivê-la bem agora.

Ala bote vai em frente,
Buscar o pão de cada dia,
Essas águas arrepia,
Alimenta a boca de gente.

Ala bote faz-te vapor,
Já está a anoitecer,
Por isso há que correr,
Para o corpo recompor.

Félix Rodrigues

Qual é o teu grande sacrifício?

Plano Inclinado

Do ponto mais alto do mundo saem vários planos inclinados.

É fácil entender,
Que mesmo sem correr,
Se chega a qualquer um dos lados.
Basta escorregar ou cair,
Para se poder concluir,
Que actua a gravidade.
Tão grave é a situação,
Que só após o trambolhão,
Se apreende a severidade,
Da actuação da força gravítica,
Que apesar de ser empírica
É conceito matematizado,
Muito bem problematizado.

Por isso nesse ponto cai neve,
E toda a gente concebe,
Que é para diminuir o atrito,
Para ninguém ficar aflito,
De escorregar e não cair,
Ou obrigar a física a mentir.

Quem cai rola e rebola,
Enquanto a pele se fere ou esfola,
No contacto com a neve fria,
Mas nem sempre arrepia,
Os homens mais corajosos.
Por não serem receosos,
Sobem de bandeira na mão,
Representam a Nação,
Porque toda a gente sonha,
(Não o diz por vergonha),
Subir ao tecto do mundo,
E rebolar cá p’ró fundo.

Félix Rodrigues
Apaixonam-te as alturas?

O Triângulo

Três torcazes cruzavam a cumeada do morro,

Num suave zê, que com os olhos percorro.

Três ilhas cintilam entre as batidas das asas,

Do coração sai o verde, também saem casas.

Pareciam tocar-se, pareciam sentir-se,

Pareciam beijar-se, pareciam sorrir-se.

Três enormes vulcões como pano de fundo,

Mas apenas um deles fura o tecto do mundo.

Três álamos agitam-se ao entardecer,

com brilhos de prata p'ra do Sol desdizer.

Três azorinas caíam da rocha insegura,

Três cagarros cantavam pela noite escura.

Três vezes neguei, o mar envolvente,

Pela nesga de terra estar bem presente.

Três vezes olhei, p'ró céu devagar,

Com medo ou receio de o não enxergar.

Viam-se nuvens passar em grupos de três,

Era Verão, isso lembro-me, não sei qual o mês.

Ver cabeços no pico e brumas no faial,

O dragão do triângulo é a varanda ideal.

Nem tão pouco os gregos, pais da geometria,

Fizeram triângulos com tanta mestria.

Félix Rodrigues

Foto de Paulo Rafa

Qual é a forma perdilecta da terra?

Foto de António Severino

Poemas no vácuo

Há estrelas mais pequenas do que eu

e viagens incomparavelmente mais longas do que a minha:

-por desertos de matéria,

-por escuridões empedernidas,

-por amnésias intermináveis.

As viagens mais frequentes são aquelas que se fazem,

No espaço e no tempo e na ausência de tudo o resto,

como nas transições do electrão

ou nas viagens de foguetão.

Na minha mão,

tenho mais átomos do que estrelas vejo no céu,

da noite,

e em cada estrela há mais massa,

do que em todas as almas,

com que me cruzo.

Soltam-se brilhos e lampejos,

no meio do nada.

Uma mente arrevesada,

nega o vácuo,

e assume ser poesia.

Pode-se pensar que é heresia,

dizer-se que o Universo,

seria controverso,

Se não estivesse preenhido,

pelo menos com poemas.

Do nada surgem dilemas,

do vácuo ou mesmo do nada,

do vácuo que cria tudo,

com se fosse uma profecia,

no vácuo haver poesia.

Serei perspicaz, talvez sortudo,

se em cada madrugada,

pensar que sou o tudo

e negar que vim do nada?

Félix Rodrigues

Estaremos sós no Universo?

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A sonda Phoenix iniciou, este sábado (4 de Agosto de 2007), uma uma viagem de 679 milhões de quilómetros até Marte que a Nasa espera que seja atingido no ano que vem com o primeiro pouso no extremo norte do planeta vermelho.

O foguetão que levou a Phoenix até órbita, depois de viajar cerca de 90 minutos libertou-a em direção a Marte. Essa sonda fará uma viagem de dez meses à velocidade de 20300 km/h. Aterrará em Marte no dia 25 de Maio de 2008 com os objectivos de verificar se existe gelo próximo da superfície do planeta, analisar as características do material em contato com a água gelada, monitorizar o clima polar e a mudança das estações marcianas e verificar se há condições para a existência de vida no planeta.

O estudo do solo marciano iniciou-se em 1997 com a missão Pathfinder, levando a Marte o veículo telecomandado Sojourner, que proporcionou à humanidade as primeiras imagens detalhadas do planeta. Em janeiro de 2004, chegaram a Marte os veículos Spirit e Opportunity, que em Março do mesmo ano confirmaram que o planeta teve água no passado. A Phoenix deveria ter sido lançada em 2001, mas a operação foi cancelada. Caso sobreviva à missão em Marte, será transformada numa estação atmosférica marciana.