As moedas de 1 escudo de Cabo Verde de 1994 têm cunhada uma Tartaruga (Caretta caretta).
A tartaruga marinha Caretta caretta tem uma distribuição ampla ocorrendo em todos os mares quentes ou temperados. Com excepção da tartaruga-de-couro é a tartaruga marinha que frequenta águas mais temperadas, tendo sido capturada até "New England" e Argentina. Os juvenis e subadultos capturados na Madeira e nos Açores são na sua grande maioria oriundos de praias reprodutoras americanas, não se excluindo que alguns provenham do Mediterrâneo. Estes animais circulam no sistema de correntes do Atlântico Norte até à maturidade, altura em regressam às costas natais. Estão descritas duas subespécies: Caretta caretta caretta do Atlântico e Caretta caretta gigas do Pacífico ligeiramente maior. No entanto o estatuto de subespécie parece carecer de justificação genética e anatómica.
As tartarugas vermelhas (
Caretta caretta) de Cabo Verde representam uma das maiores populações reprodutoras do mundo e muito provavelmente seja a maior colónia reprodutora existente na Costa Ocidental Africana desde a Mauritânia até Serra Leoa.
O período de incubação dos ovos da Tartaruga
Caretta caretta é, em média, de 54-61 dias, com eclosões observadas com um mínimo de 45 dias. Geralmente as fêmeas desovam entre o por do sol e o amanhecer, os filhotes também nascem, entre o por do sol e o amanhecer. Sendo estes animais seres aquáticos lhes é conveniente sair das praias em horas nocturnas para se protegerem do sol. Geralmente uma fêmea deposita 80 ovos, mas pode em ocasiões depositar 140 ovos. Com eclosões observadas com um mínimo de 45 dias. As eclosões podem ser totais ou parciais. Assim sendo podem sair todas ao mesmo tempo ou em proporções de pelo menos 10 filhotes. As tartarugas vermelhas de Cabo Verde atingem em média os 81,5 cm, podendo pesar 75 quilos.
As tartarugas são animais que atingem os 50-100 anos de idade, atingem a maturidade sexual entre os 15-30 anos segundo a espécie. Atingida a idade reprodutiva, estes animais viajam milhares de quilómetros para voltar às zonas de origem. Entre os meses de Abril e Maio aparecem em Cabo Verde já os primeiros indivíduos, machos e fêmeas, para acasalar e iniciar um novo ciclo reprodutivo, que finaliza pelo mês de Dezembro, com as últimas eclosões, dos ovos depositados no fim da temporada. A época de pico de reprodução tem lugar entre Junho e Outubro.
As fêmeas procuram a mesma área da praia em que um dia nasceram para depositar os ovos das suas futuras crias. As crias irão dirigir ao mar para iniciar uma longa viagem através dos oceanos, em que serão guiadas pelas correntes e poderão se distribuir ao longo do Oceano Atlântico. Assim umas poucas terão sucesso em encontrar uma zona de alimentação, com comida em abundância, donde ficarão por certo tempo ate atingir o tamanho apropriado, para de novo partir a outras zonas com alimentos e clima de características apropriadas para seu crescimento. Ali ficarão até atingirem a maturidade sexual quando reiniciarão o regresso à terra que as vira nascer, para se acasalarem e repetirem o ciclo de reprodução que assegura a sobrevivência na terra destas ESPÉCIES MIGRATÓRIAS DOS OCEANOS.