Viver
Porque este não tem outro fim,
Senão o de acontecer.
Guardaram-se nacos de tempo na memória,
Para os correr, em “loops”,
Noutros fragmentos de tempo que não se quer viver.
Recaem suspeitas sobre o tempo que há-de vir,
Como premonições de uma vida,
Que incerta se afirma num resto de tempo.
Não há métrica no tempo que se viverá,
Apenas no tempo que se viveu.
Medi todos os segundos que cessaram,
Venham outros, e medi-los-ei.
Eu sou o que resulta de um tempo que já não tenho.
Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 25 de Outubro de 2009