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2007-11-03

Leia-se o Mundo

O mundo é um livro aberto,
Descoberto,
Numa burilada leitura,
Estampado,
Numa intrincada gravura,
Lido, relido e pensado decerto:
Pelo poeta, pintor,
Filósofo, sonhador,
Cientista, escultor,
Músico, compositor,
Ou um sábio escritor.

A grafia pouco interessa,
A língua ou o dialecto,
Na obra impressa.
Leia-se com intelecção,
Ou com o coração.
Estude-se o objecto,
Num contexto concreto,
Veja-se se o seu trajecto,
Tem o movimento correcto.
Adicione-se-lhe afecto,
E faça-se um projecto,
Para uma leitura do mundo,
Que ocorra em cada segundo.
Espantemo-nos com cada página,
Com o que o mundo nos ensina,
E ver-se-á quem domina,
A leitura do mundo,
Nesse livro aberto,
Profundo e fecundo,
De andar vagabundo,
Ou de rumo incerto.
Félix Rodrigues
Qual é a tua leitura do mundo?
O conhecimento surge das leituras que fazemos da realidade que está permanentemente estampada debaixo dos nossos olhos. Por vezes olhamos e não vemos, e outras vezes vemos mas não queremos olhar, refreando a percepção como se a realidade estivesse escrita com caracteres que não dominamos.
O mundo poderá ser cruel ou amistoso, dependendo do rumo traçado pelo pensamento e acção de cada um de nós. O mundo não se organiza em compartimentos ou secções, categorias ou teorias. É a nossa tentativa de catalogar, sistematizar ou teorizar que faz com que este possa ser aquilo que aspiramos ou aquilo que detestamos.
A melhor leitura do mundo é aquela que acopla múltiplas visões, múltiplas perspectivas e múltiplas aspirações. Uma leitura correcta passa pelo confronto com outras leituras e pela procura incessante do conhecimento.
Leia-se, porque a leitura promove o conhecimento. Escreva-se porque a escrita é comunicação e partilha.
A morte da leitura levará à morte da poesia a um refrear dos sentimentos.
A ausência da leitura promoverá a apatia, a ausência de teorização e a ausência da escrita.
Abra-se um livro e deixemos que nos comova, pelos sentimentos cativos nas palavras ou pela beleza intrínseca de uma teoria.
Nos livros encontrar-nos-emos mesmo que se abdique de encontrar os outros.

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12 Comments:

At 22:15, Anonymous Anónimo said...

Se eu quisesse
Pudesse ou soubesse ler o mundo
Teria de comprar óculos
Com alta graduação
Para poder ler
As letrinhas que se escondem
Miudinhas num cantinho
Para passar despercebidas

Se eu soubesse ler o mundo
Teria de o saber reescrever
Abrir o coração a cada letra
Por uma pitada de amor
Em cada frase, paragrafo
Capitulo…

Se eu pudesse ler o mundo
Abriria as portas de par em par
Para que não haja azar
E todos os escritores e poetas
Pela alma me pudessem entrar.

Se eu quisesse ler o mundo
Teria de o saber interpretar
Ter cuidado para o sonho
Fazer continuar… Sem o matar!

E agora que leitura faço?
Diariamente viro uma página
À vida e àquele livro
Que fiel companheiro
À mesinha de cabeceira
Me ajuda a adormecer
Boa noite!

Tanto para se ler e reler
Nas entrelinhas do mundo…

 
At 22:16, Anonymous Anónimo said...

Felix
só para saberes que o ilhas está em
www.ideiaseideais.blogs.sapo.pt

 
At 02:51, Blogger Chellot said...

Um mundo sem leitura é um mundo seco e deserto de sentimentos e conhecimentos. Ler nos transporta para dimensões que nem imaginamos que existiam. A leitura une pensamentos e torna menos distante o mundo em que vivemos.

Beijos cirandeiros.

 
At 11:00, Blogger Berta Helena said...

Félix,

Fazes uma leitura muito real do mundo, na minha opinião. Queria dizer que gostei muito deste teu poema e que não concebo a minha vida sem livros, sem ler ou escrever.

Um abraço.

 
At 21:27, Anonymous Anónimo said...

Muito bonito.

 
At 22:05, Anonymous Anónimo said...

Amigo Felix
a Turlu se fosse viva faria hoje cem anos. Resolvi convidar os bloguistas para um desafio. Passe pelo meu blog e veja...

 
At 13:54, Blogger ॐ Hanah ॐ said...

Lindo poema,


"sem ir a lugar nenhum pode-se conhecer o mundo inteiro...."

Beijão amigo Felix

 
At 22:33, Anonymous Anónimo said...

Palavras sábias de quem se maravilha e persiste plantar em cada coração a emoção que pretende agudizar e agilizar a razão.

Voltei à blogosfera, embora ainda com limitações...

Fátima Silva

 
At 09:34, Blogger M.A. said...

ler e reler,
aprender e desaprender,
criar descriar,
viver e desviver ,
polos ligados entre si.
O que os une é a fraternidade!

Abraço,

***maat

 
At 22:50, Blogger Ana Pallito said...

Segundo Paulo Freire a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra.
O ato da leitura dá-se pelas nossas experiências na vida.

Que mundos estão as nossas crianças apreendendo?

Obrigado pela reflexão.

 
At 16:24, Blogger Chellot said...

Voltei para dizer que deixei-te um desafio lá no Labirinto.

Beijos comentados.

 
At 10:38, Blogger Nilson Barcelli said...

Há tantas leituras do mundo que será por causa desse facto, das suas divergências, que a paz é permanentemente posta em causa.
Mas as diferentes leituras, ao fim e ao cabo, são salutares. Só não o são quando existe uma leitura única para cada aspecto do mundo e que conflituam com outras leituras possíveis.

Belo post, como sempre.

Bfs, abraço.

 

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