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2010-08-07

Ano Internacional da Biodiversidade - Numismática e Simbolismo (XX Reis de 1882 de Portugal)

As moedas portuguesas de XX Reis de 1882, tinham cunhadas no reverso, Ramos de Carvalho e Louro. O ramo de carvalho é de Carvalho-português (Quercus faginea) e o de louro, de Laurus nobilis.
O carvalho-português, carvalho-cerquinho ou cerquinho (Quercus faginea) é uma árvore comum em Portugal.

O carvalho-português tem folhas caducas (essencialmente com espinhos). Assim como os demais carvalhos, produz a bolota ou landra como fruto, que é usada como alimento por lacaios e esquilos, mas actualmente considerada imprópria ou pouco agradável para consumo humano apesar de existirem receitas em que ainda é utilizada. Nos primeiros dias, as bolotas aparecem como grandes botões fechados mas ao longo do tempo tomam uma cor verde claro; vão secando, depois caem para o solo para germinarem novos carvalhos.



O loureiro, é uma árvore ou arbusto de folha perene, de 5 a 10 m de altura, podendo atingir 20 m, com uma copa ovada , densa e irregual. Tronco erecto com o ritidoma normalmente liso. Ramos erectos. Raminhos delgados e glabros.
As suas folhas são odoríferas com curto pecíolo , oblongas , agudas ou acuminadas , de 3-9 cm de comprimento e 4 cm de largura, têm as margens ligeiramente onduladas, coriáceas, glabras e luzídias nas duas faces, verde-escuras na página superior e verde-pálido na inferior. Aroma característico da planta devido à presença de glândulas aromáticas.
O loureiro é chamado de "árvore de plena luz". Característica do clima mediterrâneo, existe em toda esta área, até à Ásia Menor.
Teme o frio e não vai além dos 800 m de altitude. Embora pouco exigente quanto ao tipo de solo prefere-os leves e frescos, mas é comum em solos secos e mesmo pedregosos. Vive cerca de 80 a 100 anos.
Reconhece-se facilmente pelo cheiro característico quando se maceram as folhas. O seu aroma levou o homem a espalhar o loureiro em toda a Bacia Mediterrânica, não se sabendo hoje ao certo, qual a sua zona de origem.
Apolo e Dafne, a lenda do loureiro
Gian Lorenzo Bernini (1598-1680)

Apolo era o mais belo dos deuses do Olimpo, senhor da Arte, da Música e da Medicina. Ciente da própria beleza e confiante na sua destreza em manejar o arco de prata, matou a terrível serpente Píton, que da sua caverna no Monte Parnaso, assustava todos os habitantes daquela terra.
Conta Ovídio em “As Metamorfoses”que perante a arrogância de Apolo como vencedor de Píton, Cupido decidiu fazer-lhe uma partida. Para lhe mostrar a superioridade das suas flechas, mandou duas, uma de ouro, com o poder de atrair o amor, sobre Apolo, e uma outra de chumbo que afastava o amor sobre a bela ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu.
Ferido por Cupido, o deus foi tomado de amor pela ninfa, esta que sempre recusara os pretendestes, horrorizada tentou escapar-lhe, correndo como se asas tivesse nos delicados pés.
Arrastado pela paixão, pela vontade de tocar o ser amado, de beijá-la e dizer-lhe o quanto a amava, Apolo corria como acossado pelas Fúrias.
Desesperada, constatando que o seu perseguidor estava cada vez mais próximo, que as forças começavam a fraquejar, Dafne ao ver o pai entre as árvores pediu-lhe que a salvasse mudando-lhe a forma do corpo para que o impetuoso deus a deixasse em paz. Peneu fez o que a filha pediu...E quando Apolo estava quase a tocar-lhe os cabelos, Dafne sentiu um torpor estranho apoderar-se dos seus membros: o seu corpo revestiu-se de casca, os seus cabelos transformaram-se em folhas, os seus braços mudaram-se em ramos e galhos, os pés cravaram-se na terra, como raízes. Impotente perante a metamorfose da sua amada em arbusto, o loureiro, Apolo abraçou-se aos ramos e beijou ardentemente a casca, declarando:
- Já que não podes ser minha esposa, serás a minha planta preferida e eternamente me acompanharás. Usarei as tuas folhas sempre verdes como coroa e participarás em todos os meus triumfos, consagrando com a tua verdura perfumada as frontes dos heróis.
Foi assim que o loureiro ficou associado ao belo e luminoso deus, símbolo do seu amor pela ninfa Dafne e comummente utilizado em numismática.