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2009-12-26

Ano Internacional da Astronomia - Dia 352 "Moedas de “Un Peso” da República Mexicana"

Félix Rodrigues

As moedas Mexicanas de Prata, designadas por Pesos, tinham como principal característica um peso preciso e uma pureza da prata elevada.
Durante o período colonial espanhol, as minas de prata do México eram as principais fontes de prata pura do mundo.
O Peso Mexicano foi a primeira moeda a aparecer com ranhuras nos bordos, que facilitavam a verificação da veracidade ou pureza do metal de que a moeda era feita. Era prática comum nessa altura, fazer pequenos cortes nos rebordos das moedas de prata para verificar se efectivamente ela era feita desse metal precioso. Por essas características únicas, os Pesos Mexicanos tornaram-se muito populares, sendo usados em locais longínquos como a China e as Filipinas.

Tanto no século XVIII como no século XIX, o peso mexicano valia muito mais do que o dólar americano, sendo até uma moeda de câmbio legal internacional.
Os Estados Unidos da América decretaram, a 6 de Julho de 1785, que o Peso seria a moeda oficial da América do Norte. Assim sendo, o Peso esteve na origem do dólar Norte-Americano, de tal modo que até 21 de Fevereiro de 1857, se trocava, nos Estados Unidos da América, um Peso por um Dólar. No Canadá, o Peso funcionou como forma legal de pagamento até 1858.
Na China, os Pesos eram tão cobiçados que chegavam a atingir valores 30% superiores ao seu valor intrínseco, e nalgumas transacções internacionais chegou a atingir valores 80% superiores ao seu valor. Em 1859, o México era uma potência económica mundial. O peso perdeu importância mundial quando a prata deixou de ser internacionalmente cotada para dar lugar ao ouro. Mesmo assim, ainda nos começos do século XX, e por razões comerciais, essa moeda era usada em todo o Médio Oriente, incluindo o Japão, o Bornéu e as Filipinas.
Com o estabelecimento de República Mexicana, em 1823, o Peso mexicano passou a ter na face desta moeda a inscrição da legenda “Republica Mexicana”. No reverso das moedas de peso, contendo um Barreto frígio raiado, encontram-se as inscrições “8R, Marca, Data, Código de duas letras, 10D e 20D”. Essas inscrições existem em todas as moedas cunhadas de 1823 a 1897, durante o reinado do Imperador Maximiliano do México. Em 1905, dá-se a reforma do sistema monetário mexicano, onde as moedas de ouro foram reduzidas a 49,36% do seu peso anterior, e as moedas de prata, com excepção das de um peso, foram reduzidas a edições simbólicas.
Todas as moedas mexicanas, cunhadas a partir de 1905, possuem a legenda “Estados Unidos Mexicanos”, com excepção das moedas de peso, que continuaram a ser cunhadas com a legenda “Republica Mexicana”, até 1909.
O gorro frígio, presente nos pesos mexicanos, é um símbolo da liberdade e alude à Revolução Francesa de 1789. O barrete frígio era usado pelos escravos que foram libertados na Grécia e em Roma. Um gorro desse tipo também era utilizado pelos marinheiros e condenados das galés do Mediterrâneo. Durante a terceira República Francesa, as estátuas e os bustos da “Liberdade” multiplicam-se, particularmente nas Câmaras Municipais francesas. Surgiram nessa época vários tipos de representações da Liberdade, conforme o carácter revolucionário ou "pacífico" da “Marianne”, a “Liberdade”. O barrete frígio era por vezes considerado excessivamente rebelde, sendo substituído por um diadema ou uma coroa. O diadema das estátuas da Liberdade tem sete raios, que não é coincidente com os raios observados nas moedas de peso mexicanas.
O Sol, em raios fúlgidos, utilizado nas moedas mexicanas de peso, por detrás do barrete frígio, também representa a Liberdade, que brilha no céu da Pátria.
A tocha, observada nas estátuas da Liberdade, é ela própria símbolo da Liberdade, se bem que nunca antes da Revolução Francesa, alguém lhe tenha atribuído esse significado. Muitas vezes a tocha é referida como atributo da Sabedoria (a luz do conhecimento). Do mesmo modo que o barrete frígio migra simbolicamente da Liberdade para a República (ver por exemplo o caso da República Portuguesa, representada na figura seguinte), é natural admitir que a tocha tenha migrado para o Sol no caso da República Mexicana. Por outro lado, a concepção positivista do mundo na época tendia a ver a Liberdade como uma consequência lógica da aquisição de conhecimentos, na medida em que, por oposição, a ignorância significava submissão e escravidão.