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2009-12-26

Ano Internacional da Astronomia - Dia 348 "Elementos de Astronomia"

Félix Rodrigues

“Elementos de Astronomia” de Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto, publicados em Coimbra em 1873, é uma obra de um lente jubilado da Faculdade de Matemática e Director do Observatório Astronómico de Coimbra de então.
Esses volumes (Tomo I e II) contêm propostas de abordagem matemáticas dos problemas astronómicos, sendo um marco significativo da actividade matemática na Universidade de Coimbra no período que medeia entre a Reforma Pombalina de 1772 e a chegada a Portugal de António Aniceto Monteiro em 1936 após o doutoramento em França, cuja actividade foi significativa, no contexto da História da Matemática portuguesa, que merece ser considerada e precisa de ser ainda mais aprofundada.
Nesta obra, o sábio português, Dr. Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto, faz referência ao método de Monteiro da Rocha, que aplicou durante muitos anos e ao cálculo das eclipses que figuram nas Efemérides publicadas pelo Observatório de Coimbra, dizendo que as fórmulas dadas por Monteiro da Rocha são as mais simples e as mais elegantes de todas as que conhecia.
No primeiro volume, secção primeira, o autor fala da teoria do sol, ou seja, dos equinócios, solstícios, desigualdade dos dias e das estações do ano, da posição do apogeu e perigeu, entre outros aspectos. Nessa obra, na secção segunda, fala-se da teoria dos planetas: planetas superiores e inferiores, nunca se referindo a Plutão, mas já se referindo ao anão Ceres e a Neptuno. Neptuno foi descoberto em 23 de Setembro de 1846 por Johann Gottfried Galle, do Observatório de Berlim, e Louis d'Arrest, um estudante de astronomia, através de predições matemáticas feitas por Urbain Jean Joseph Le Verrier, enquanto que Plutão foi descoberto em Fevereiro de 1930 pelo jovem Clyde Tombaugh, que na época tinha 24 anos e conseguiu fotografá-lo.
No congresso astronómico que teve lugar em Gota, na Alemanha em 1796, o astrónomo francês Jérôme Lalande recomendou a procura de um planeta entre Marte e Júpiter, previsto pela lei de Titius-Bode. Os astrónomos iniciaram a procura pelo Zodíaco desse planeta e Ceres foi descoberto acidentalmente no dia 1 de Janeiro de 1801 por Giuseppe Piazzi, que não fazia parte dessa comissão, usando um telescópio situado no alto do Palácio Real de Palermo na Sicília. Piazzi procurava uma estrela registada por Francis Wollaston como Mayer 87, porque não estava na posição descrita no catálogo. No dia 24 de Janeiro, Piazzi anunciou a sua descoberta em cartas a astrónomos. Este astrónomo catalogou Ceres como um cometa, mas "dado o seu movimento muito lento e algo uniforme, ocorreu-lhe várias vezes que poderia ser algo melhor que um cometa. No ínicio de Fevereiro, Ceres perdeu-se quando passou por detrás do Sol. Em Abril, Piazzi enviou as suas observações completas para Oriani, Bode e Lalande. Estas foram publicadas na edição de Setembro de 1801 do Monatliche Correspondenz.

Pode-se afirmar que a obra “Elementos de Astronomia” de Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto, está actualizada para a época e possui abordagens matemáticas originais.