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2009-12-03

Ano Internacional da Astronomia Dia 332 "Moedas de Singapura"

Félix Rodrigues

O actual brasão de armas de Singapura foi adoptado em 1956 e integra os elementos da bandeira nacional que traduzem uma ligação cultural com a Malásia. Enquanto que o brasão é utilizado apenas pelo governo, os símbolos que o integram aparecem nas moedas desse Estado, em decorações das habitações bem como no passaporte singapurense.
Na imagem seguinte apresenta-se o brasão de Singapura, constituído por um tigre e um leão que seguram um escudo vermelho, no qual estão desenhadas uma lua em quarto minguante e cinco estrelas de cinco pontas.

De acordo com uma lenda malaia, o príncipe Sang Nila Utama do império Sri Vijaya redescobriu esta ilha no século XI d.C. Quando pisou o chão da ilha viu um grande e feroz animal, que posteriormente verificou ser um leão. O animal, pelo seu tamanho, porte e ferocidade intrigou o príncipe que baptizou a ilha de “Singapura”, do sânscrito singa (“leão”) e pura (“cidade”).
A cidade-estado de Singapura é composta pela ilha do mesmo nome e por 54 outras pequenas ilhas, abrangendo uma superfície total de 640 quilómetros quadrados. A sua população é, actualmente, de cerca de três milhões de pessoas.
Situada na saída do estreito de Malaca, Singapura é uma nação independente desde 1965, altura em que se separou da Federação da Malásia. Desde então a sua capital não parou de crescer, sendo considerada uma das cidades asiáticas mais prósperas e um dos termómetros económicos do continente asiático. Essa cidade situa-se muito perto da linha do Equador.
Parece existir contradição astronómica entre a bandeira de Singapura (ver imagem seguinte) e o seu brasão.
Nos dois símbolos nacionais, aparecem o designado crescente e um conjunto de cinco estrelas de cinco pontas.
Enquanto que na bandeira singapurense se representa a Lua em quarto minguante, tal como ela é vista no Hemisfério Norte, ou quarto crescente se for vista do Hemisfério Sul, no brasão de armas, ela aparece como é vista por um observador colocado na linha do equador, em quarto minguante.


As diferentes perspectivas das fases da lua, no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul estão relacionadas com o sentido do movimento da lua no céu visto por um ou outro observador. No Hemisfério Norte, um observador vê a Lua movimentar-se no sentido dos ponteiros do relógio, enquanto que no Hemisfério Sul a vê mover-se no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio.
A nível do Equador, a Lua, vista por debaixo, movimenta-se em linha recta de Este para Oeste. Na figura seguinte apresentam-se as fases da Lua vistas por um observador colocado a nível do Equador.
É curioso que se chame à lua da bandeira de Singapura ou do brasão desse Estado, crescente, quando na Malásia (país a que alude a bandeira de Singapura) ele está em quarto minguante e mesmo quando transposta do modo como a vêem no equador para o brasão, também se encontra em quarto minguante.
As moedas de Singapura actualmente em circulação, são constituídas por moedas de 1 cêntimo, 5, 10, 20 e 50 cêntimos e por moedas de um dólar. Todas elas tem na face o brasão de Singapura.
Na imagem seguinte, apresenta-se uma moeda de dólar de Singapura, onde é bem visível o brasão da cidade contendo a lua em quarto minguante e um grupo de cinco estrelas de cinco pontas.


Se repararmos convenientemente no brasão de Singapura, é possível verificar que as estrelas de cinco pontas formam um círculo, que acabam por corresponder aos raios do Sol. A estrela de cinco pontas é um ideograma muito comum nas bandeiras nacionais, sendo-lhe associados significados místicos e mágicos.
Astronomicamente, o Sol e a Lua, nunca poderiam ser vistas na posição representada nas moedas de Singapura já que a parte escura da Lua, parte superior, o taparia por completo, todavia, se a Lua estivesse em fase crescente, tal como se vê na linha do equador, em forma de U invertido, seria possível ter o Sol por cima da Lua. Na imagem seguinte, é mais fácil perceber o que se acaba de afirmar, cuja imagem foi obtida aquando de uma conjunção da Lua com o planeta Vénus.


Nunca o planeta Vénus poderia ser visto dentro da Lua, pois fica sempre por detrás do satélite natural da Terra.