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2009-09-06

Do Arco-Íris político à Aurora Boreal partidária

O arco-íris é a decomposição cromática da luz branca do Sol, enquanto que a aurora boreal, apesar de ser um fenómeno óptico colossal, tem usualmente muito menos cores do que o primeiro.
Ambos são fenómenos ópticos. Poderíamos afirmar, sem incorrer em demagogia ou falácias que em democracia passa-se algo semelhante. O arco-íris seria o espectro dos partidos políticos sufragados numas eleições enquanto que a aurora boreal seria o monopartidarismo ou ditadura ou o bipartidarismo.

Se no plano prático, no qual nos regemos, a direita e a esquerda política são classificadas pela bitola CDS-PP, PSD por um lado e PS, CDU e BE por outro, no plano teórico tal já não acontece. Não advogo que o CDS-PP ou o PSD sejam os únicos partidos de direita tradicional a concorrer às próximas duas eleições, mas serão certamente aqueles que melhor a representam, até porque todos sabemos que o partido socialista, tradicionalmente à esquerda, nalgumas coisas posiciona-se mais à direita do que o CDS-PP e PSD. Quero dizer com isso, que fundamentar políticas em direitas e esquerdas, perdeu nalguns casos todo o sentido.
Comecemos pela definição que efectivamente interessa em Democracia. Democracia é um regime de governo onde o poder de tomar decisões políticas é dos cidadãos (povo), que directa ou indirectamente, pessoalmente ou através dos seus representantes fazem valer as suas ideias. Assim sendo, à largada, qualquer partido ou pessoa tem a mesma probabilidade de ser eleito, logo não “há minorias menos significantes” ou insignificantes do ponto de vista político.
Quanto a alternativas políticas, elas existem, com um dois, três, n partidos…numa série matemática de opções e combinações. Existem coligações pré e pós-eleitorais, e existem, melhor ainda, possibilidades de um partido anteriormente minoritário vir assumir o poder.
Defende-se “a possibilidade real de votar em quem tem possibilidades de vencer” afirmam algumas pessoas. O que é isso? Todos têm possibilidade de vencer. Esse argumento só serve quando se quer assumir o poder de forma exclusiva em oposição a outro que o terá mantido também de forma exclusiva. A isso chamo de bipartidarismo.

Afirmam outros que “Os programas de todos os candidatos deverão ser escrutinados”. É pelo facto de aquilo que se diz e aquilo que se faz não ser concordante na acção política, que o povo acredita cada vez menos nos políticos e na democracia. Não é uma historieta de direita e esquerda. Ainda hoje, no debate, a Drª Manuela Ferreira Leite concordava mais com o Dr. Louçã, do que concorda com o Eng. Sócrates. Como se sabe a Drª Ferreira Leite é de direita e o Dr. Louçã de Extrema Esquerda.
À partida todos somos iguais: perante a lei e na democracia, mas também sabemos que se o não somos é porque alguém alterou as regras antes do início do julgamento ou da competição. O voto útil, é um dos argumentos utilizados para alterar essa regra. Curiosamente, e historicamente, tal conceito vem daqueles partidos que lutam sistematicamente pela maioria absoluta, e não ao contrário.

Posicionarmo-nos à esquerda ou à direita, é admitir que só um dos lados tem razão. A razão, é equilíbrio.