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2009-08-20

Até as crianças percebem: Uma opinião Ilustrada

Há falta de esclarecimento político na nossa sociedade, tendo-se, por vezes, uma visão estereotipada da política, dos partidos políticos e dos políticos. A diversidade de pensamento, os distintos graus de ingenuidade, os diferentes graus de distracção e a divergente capacidade crítica, tornam a população portuguesa dissemelhante, tendo, como é sabido, influências pré-indo-europeias da Ibéria (como tartessos e outras anteriores) e seus descendentes (como os cónios, posteriormente “celtizados”); protoceltas e celtas (tais como os lusitanos, gallaici, celtici); alguns fenícios e cartagineses; romanos; suevos, búrios e visigodos, bem como alguns vândalos e alanos; bizantinos; berberes com alguns árabes e saqaliba (escravos eslavos); judeus sefarditas, africanos subsarianos e asiáticos. Politicamente, somos muito homogéneos, apesar de na hora do voto, anuirmos pela concordância das ideias, pela roupa que se usa, pela cara do candidato, pelo mérito do candidato, pela família dos candidatos e pela venda do voto, entre outras razões. Conclui-se que é importante a diversidade de opiniões e de éticas, pois só assim se tem uma correcta representatividade da população portuguesa. Uma menina do 4º ano de escolaridade consegue ter essa percepção e consegue captar também os diferentes estereótipos de políticos que existem na sociedade portuguesa. Percebe-se, na ideia gráfica apresentada que a função da política é promover o bem-estar da população através de abaixamento de preços, aumento dos ordenados, aumento do emprego, políticas sociais de não marginalização de cidadãos, melhor saúde, melhor habitação, entre outras, mas também se percebe que é impossível cumprir em simultâneo todos esses objectivos. Assim, prometer o que se quer ouvir, não custa, o que custa é fazê-lo correctamente. A descrença ou o descontentamento com a política e com os políticos resulta da não correlação entre as expectativas criadas pelos cidadãos que elegeram determinados políticos e as políticas por eles implementadas. Há necessidade de tornar o discurso político realista e não contraditório. A crítica serve para o encontro da razão e de soluções que optimizem as estratégias. Se nenhum partido político está contra o abaixamento dos preços, porque razão não o fazem ou discordam entre si? Tal está relacionado com os impactos directos ou indirectos que uma política pode ter, uma vez que o abaixamento dos preços, por exemplo, leva a uma perda de rendimento dos produtores e comerciantes e como tal, a uma diminuição do emprego, a uma perda de rendimento de algumas famílias e a uma diminuição da qualidade dos produtos distribuídos. A solução passa pelo ponto óptimo dessa questão onde se equilibram distintas visões. Exige-se assim abertura de espírito, debate e capacidade de diálogo para encontrar esse ponto de equilíbrio. As oposições deveriam ser mais construtivas, se o executivo do momento for capaz de integrar diferentes perspectivas. O que verificamos é que nem sempre as oposições são construtivas, ou seja, não apresentam soluções credíveis, e quando o fazem, os governos não as aceitam. Tal tipo de acção política até é percebido por crianças de dez anos.
O “carneirismo” ou “seguidismo” surge com o partidarismo, mas nem todo o “partidarista” é “carneirista”.
Os estereótipos políticos resultam de cópias dos líderes e o que vemos, por vezes, é que as cabeças pensantes são actuantes, muitas outras, nem com chapéus ou turbantes.
A política interessa-nos a todos, pois dela depende o nosso dia a dia, a nossa qualidade de vida, o nosso desenvolvimento. Não há desenvolvimento, sem envolvimento da sociedade. Compete a cada um de nós escolher modelos e actores políticos, distinguir a verdade da mentira ou o ilusionista do transparente.
Votar é fácil, o que é difícil é escolher, e isso, até as crianças percebem. Os adultos devem utilizar a sua capacidade de decidir, pois já estão habituados a escolher entre os dilemas da sua vida.