A árvore
Abrigo o carinho das árvores,
Nas memorações da infância:
Dos troncos que abracei,
Dos ramos onde balancei,
Das copas a que trepei.
A que meu avô plantou,
No meu peito se guardou,
Como se fosse genealógica,
Numa ordem cronológica,
Que até a mim chegou.
Não a vi crescer,
Apenas resistir:
À estrada que a circundou,
Ao vento que a não tombou,
Ao Sol que não a queimou.
Esqueci-me de abraça-la,
Até quererem derrubá-la,
Em nome do alcatrão.
Partiu-se-me o coração,
Por não conseguir defendê-la,
Nem tão pouco protegê-la,
Pois não era extraordinária,
Mas vulgaríssima de Lineu.
Cortou-se-a, e assim morreu,
Sem suspiros ou sofrimento.
Nesse preciso momento,
Não chorou ela, chorei eu,
Por não poder abraçá-la.
Nas memorações da infância:
Dos troncos que abracei,
Dos ramos onde balancei,
Das copas a que trepei.
A que meu avô plantou,
No meu peito se guardou,
Como se fosse genealógica,
Numa ordem cronológica,
Que até a mim chegou.
Não a vi crescer,
Apenas resistir:
À estrada que a circundou,
Ao vento que a não tombou,
Ao Sol que não a queimou.
Esqueci-me de abraça-la,
Até quererem derrubá-la,
Em nome do alcatrão.
Partiu-se-me o coração,
Por não conseguir defendê-la,
Nem tão pouco protegê-la,
Pois não era extraordinária,
Mas vulgaríssima de Lineu.
Cortou-se-a, e assim morreu,
Sem suspiros ou sofrimento.
Nesse preciso momento,
Não chorou ela, chorei eu,
Por não poder abraçá-la.
Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 5 de Julho de 2009.
9 Comments:
Fez-me lembrar o lado de dentro de "O meu pé de laranja lima" do José Mauro de Vasconcelos.
Gosto de palavras e de árvores e de palavras com ramos e troncos sólidos que viram poemas assim...
Um abraço
Sua árvore vive em você.
De um material diferente que não madeira e folhas.
De um material imperene e valoroso.
A maioria de nós nem sabe o que foi feito de nossas árvores da infância.
A minha, era um jasminzeiro de minha mãe.
Não tenho desde criança nem a mãe nem sei o que foi feito dos aromas...
Mas sei que estão em mim.
Ah...obrigada pelo ouro mas não sei o que é isso, prefiro escrever obrigada pelo carinho.
..recordei.............sim , dei uma reviravolta ao tempo:)
jocas maradas
Querida Desambientado,
Comove-me profundamente o seu carinho e saudade por uma Árvore!
As árvores são Grandes Amigas, dão-nos carinho sem pedir em troca, ouvem-nos nas horas de solidão e curam-nos, tantas vezes silenciosamente.
MUITO OBRIGADA pela atribuição do selo do Blogue Dourado! Vindo de si é uma rara distinção.
O seu poema está lindo e tocante e as fotos maravilhosas, como sempre.
Um abraço nosso,
Isabel
HÁ UM BREVE RECADINHO PRÁ TI LÁ NO BLOG.
De coração e alma: OBRIGADA pela menção e lembrança! Significou muito pra mim!
Querido Amigo,
Já distribuímos por quinze amigos o prémo que tão carinhosamente nos deixou!
Tivemos vontade de o devolver a si também, mas achámos que teria mais graça se o fizéssemos de surpresa,não é?
Um abraço,
Isabel e José António
Olá!
De "a Kind of Magic" para "aqui"!
As árvores podem ser realmente nossas amigas dão-nos sombra quando precisamos, são memórias de infância e muito mais. É lamentável assistirmos à destruição de muitos espaços verdes e vê-los ser substituídos por estradas. E tudo em nome do "progresso".
Obrigada por este poema às árvores que infelizmente vejo serem tão maltratadas em Portugal. É incrível como, neste país, por tudo e por nada se cortam e arrancam árvores sem pensar na falta que fazem e no tempo que demoraram a ser árvores.
Bjs
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