Tempos do tempo
Há um tempo sem asas,
Que de vez em quando,
Nos pespega ao corpo.
Há um tempo sem horas,
Interminável,
Que por ciclos,
Se nos goma à alma,
Funcionando de modo oposto
Ao de um buraco negro:
Tirando-nos os sentidos,
Retirando-nos o controlo
E ocupando-nos de vazio a memória.
Acontece, que nada se forma,
Nada se cria,
E tudo se transforma:
Como numa transformação química
Ou num esvair da ordem,
Que não se vê,
Que se pressente,
E a gente sente.
Ficamos sós,
Paralisados,
Num tempo sem fé,
Descobrindo como é,
A inércia da vida,
Sem a medida,
Do tempo.
Que de vez em quando,
Nos pespega ao corpo.
Há um tempo sem horas,
Interminável,
Que por ciclos,
Se nos goma à alma,
Funcionando de modo oposto
Ao de um buraco negro:
Tirando-nos os sentidos,
Retirando-nos o controlo
E ocupando-nos de vazio a memória.
Acontece, que nada se forma,
Nada se cria,
E tudo se transforma:
Como numa transformação química
Ou num esvair da ordem,
Que não se vê,
Que se pressente,
E a gente sente.
Ficamos sós,
Paralisados,
Num tempo sem fé,
Descobrindo como é,
A inércia da vida,
Sem a medida,
Do tempo.
Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 7 de Março de 2009
16 Comments:
Há um tempo com asas e voa sem controle, esse é o meu tempo meu amigo, por isso viajo tão pouco por aqui. Espero que esteja tudo bem contigo. Beijos a todos!
Encontro de amigos... Cá estamos nós outra vez reunidos, ainda que separados: eu, tu e Maria...
"Ou num esvair da ordem,
Que não se vê,
Que se pressente,
E a gente sente".
Isso é lindo!!! Muito lindo e muito denso!!!
E a gente sente. Sente e independe do tempo, dos limites, condições, das distâncias e dos espaços. A gente sente. E na maioria dos casos e aos mais atentos, apenas permite que o tempo preencha vagarosamente todos os espaços...
Com um abraço e um beijo. Abraço demorado e sentido. Daqueles que só os muito amigos sabem dar!!!
Um bom final de semana pra ti e para todos os teus.
Da Cris
Querido, querido Amigo,
Atribuímos-lhe um ÓSCAR no nosso blogue Poesia Viva. Gostaría de lhe dizer que me apercebi - através de um comentário seu no blogue Cidade do Esquecimento, da Liliana, que deve ter estado a passar tempos tristes. Embora não saiba bem do que se trata, daqui lhe queria enviar um xi coração solidário e dizer que temos pensado em si enviando-lhe Força, Coragem e Amizade!
Isabel
Que belíssimo texto!
Há novidades nos blogues de Isabel e José António:
http://flordojacaranda.blogspot.com/
http://reflexoessentidas.blogspot.com/
http://diarioestetico.blogspot.com/
http://newsletterfromlisbon.blogspot.com/
E no OBSERVATÓRIO há uma homenagem do dia da Mulher.
Abraço,
Isabel
Também este poema se pespegou na minha alma, roubando-me o controlo do tempo... Saudações amigas.
é o tempo que tem asas ou somos nós que voamos ao longo dele?
um abraço..
su
Salvé Feliz
Finalmente consegui chegar aqui.
Não tenho saído muito do meu poiso, porque a net não deixa e assim sendo quando tenho "apanho um tempinho" que vem a propósito deste poema - é para agradecer a quem me visita e para alindar os meus espaços - precisam de quando em vez de uma reforma - mudança,talvez seja mais adequado o termo.
Mas não esqueci o meu amigo "desambientado" e também vim informar que abri ontem, dia nosso, no feminino, um blog apenas como página informativa de como ajuda outros e o planeta.
Tenho já novas informações na manga mas precisava de vir aqui e a outros lugares que tão amigos e queridos têm sido. não é retribuição, é puro prazer!
Amei esse poema livre...não o sabia poeta(?!)
As fotos...podemos aliar-nos os dois nestas nossas postagens.
Agora vou...deixo o abraço de sempre cheio de carinho
Mariz
há um tempo...
há sempre um tempo...
mesmo que às vezes o tempo se esvaia...
e a gente sente...
O tempo que deves perder para fazer posts tão bons.
Nas palavras e nas fotos.
A qualidade com que o fazes é notável, de resto pouco frequente nos blogues.
Abraço.
Acontece, que nada se forma,
Nada se cria,
E tudo se transforma:
Como numa transformação química
Ou num esvair da ordem,
Que não se vê,
Que se pressente,
Desambientado, gostei de ler estes versos, imagens belas, momentos Alquimícos, senti neste espaço literário.
Não achei como seguir seu espaço,
Efigênia Coutinho
..e eu achando que tudo se copia:)))
gostei (como sempre)
eu..perdida no tempo
jocas maradas...sempre
Olá
Espero que estejas a recuperar. Eu sei, por experiência, que o tempo é fundamental, mas aceitar a perda e recuperar é lento e tem dias, ou seja, avanços e recuos. Nada volta a ser como antes!
Um beijo
lindo...
Joe
Salvé Amigo Félix
Passei porque estranhei a ausência...espero que esteja bem.
Aguardo novidades e um post e fotos como já nos habituou.
Abraço de sempre
Mariz
Estupendas as fotografias .
E quanto ao tamnaho da terra, nem dá para comparar com o gigante ao lado, não é?
Bom fim de semana.
Olá! Peço permissão para elencar seu poema em meu blog. Belíssimo texto. Parabéns!
A postagem está aqui:
http://sozinho2.blogspot.com/2010/08/solo-167-tempos-do-tempo.html
ATT
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