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2009-01-24

Ano Internacional da Astronomia - Dia 25



Polo Norte e pólo Sul de Vénus.
Autor: V enus Express e SSV.
O planeta Vénus está a ser assolado por um brutal efeito de estufa, manifestado por um aumento de temperatura à superfície para o dobro da de um forno doméstico, revelaram os primeiros resultados obtidos pela sonda Venus Express, da Agência Espacial Europeia (ESA) há dois anos, agora divulgados em oito artigos publicados na revista Nature e escritos por uma vasta equipa, que incluiu astrofísicos portugueses. O planeta está a perder para o espaço a pouca água contida na sua atmosfera, tendo a água dos oceanos evaporado por completo. A resposta para este fenómeno, dado que o efeito de estufa na Terra é por muitos associado às emissões de dióxido de carbono com origem nas actividades humanas, poderá estar na elevada concentração de dióxido de carbono na atmosfera venuziana que atinge os 98 por cento.
David Luz, do Observatório Astronómico de Lisboa, um dos astrofísicos portugueses que participou na redacção dos artigos da Nature, em declarações ao jornal Público, defende que “a principal razão deve ser uma maior quantidade de dióxido de carbono na atmosfera. Por seu lado, Pedro Russo, coordenador do Ano Internacional de Astronomia na União Astronómica Internacional, explica que "este gás com efeito de estufa pode ter contribuído para o aumento da temperatura e isso teria evaporado os oceanos”. "A Terra, Marte e Vénus têm algumas semelhanças, mas em determinada altura evoluíram para cenários diferentes. Se estudarmos a evolução de Vénus e de Marte, compreenderemos melhor qual vai ser a evolução do nosso planeta", sublinha Pedro Russo. Já David Luz alerta para os perigos de uma evolução semelhante na Terra. "Se o efeito de estufa na Terra se tornar mais acentuado e houver uma evaporação acentuada dos oceanos, as coisas podem tornar-se sérias", diz. "O vapor de água junta-se ao dióxido de carbono e aumenta o efeito de estufa".
Na equipa de controlo da sonda Venus Express, no Centro de Operações Espaciais da ESA, na Alemanha, um português, Bruno Sousa, está atento ao desenrolar da missão, que à excepção de um instrumento científico, decorre sem problemas. "Já garantimos uma extensão da missão até Abril de 2009 e, na equipa, achamos que há condições para a estender por mais tempo."
Relâmpagos e trovões na atmosfera de Vénus"
Já existiam algumas indicações sobre os relâmpagos. A Venus Express acabou com todas as dúvidas: os relâmpagos estão confirmados", diz David Luz. No entanto, a partir da superfície de Vénus (embora tal ansejo não seja possível a humanos, porque seríamos esmagados por uma pressão atmosférica 92 vezes superior à da Terra e reduzidos a carvão por temperaturas superiores a 450 graus), nem daríamos pelos relâmpagos e os trovões. Estes só ocorrem na densa camada de nuvens, entre 40 a 60 quilómetros de altitude. A 60 quilómetros de altitude, os ventos atingem os 360 quilómetros por hora, mas no solo resumem-se a brisa. O pólo sul do planeta descoberto possui um vórtice, uma enorme tempestade semelhante a um furacão, mas com a particularidade de ter um duplo centro, como se fossem dois furacões a rodar lado a lado. Antes havia sido já descoberto um destes vórtices no pólo norte de Vénus, com a descoberta de um segundo a permitir compreender melhor a circulação atmosférica do planeta (In Espacial News).

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