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2009-01-20

Ano Internacional da Astronomia - Dia 21


Nuvens de ácido sulfúrico em Vénus.
Autor: ESA/MPS.
A atmosfera de Vénus é 92 vezes mais densa do que a atmosfera terrestre, por essa razão a pressão à sua superfície é equivalente à verificada a 920 metros de profundidade nas águas do mar. Essa atmosfera é composta essencialmente por dióxido de carbono, o que provoca um potentíssimo efeito estufa fazendo com que este planeta seja o mais quente do sistema solar, com uma temperatura de 460 ºC ao nível do equador.
Vénus possui assim uma atmosfera muito diferente da nossa: muito densa e reflecte a maior parte da luz solar incidente, por isso brilha tanto no céu. Essa densa atmosfera acaba por dificultar a visualização da sua superfície.
Novos dados e imagens enviados o ano passado pela sonda Venus Express, da ESA (Agência Espacial Européia) revelam detalhes nunca vistos da atmosfera de Vénus. Segundo um estudo publicado na revista Nature, Vénus está encoberto por uma densa camada de nuvens de dióxido de enxofre e de ácido sulfúrico que reflecte de volta para o espaço a maior parte da luz solar recebida, tal como anteriormente se dizia. Este planeta ao ser observado com luz ultravioleta, dos instrumentos da sonda, aparece com regiões claras e outras escuras. Tal deve-se a uma distribuição não homogénea de substâncias absorventes da luz (nesse comprimento de onda) e ainda desconhecidas.
Segundo os autores do artigo anteriormente referido, a análise desses dados revela existir uma ampla simetria entre os dois hemisférios venusianos e uma grande actividade convectiva nas baixas latitudes, o que implica que os absorventes da radiação ultravioleta estejam aí mais concentrados .
Nas baixas e médias latitudes do planeta Vénus, o topo visível das nuvens está localizado a cerca de 72 mil metros da superfície, tanto nas regiões mais escuras como nas mais claras. Isso, de acordo com os autores do estudo, indica que as variações observadas no brilho resultam de diferenças na composição promovidas pelo ambiente mais frio e não de mudanças na elevação. A estrutura e a dinâmica atmosférica do planeta seriam as responsáveis pelas diferenças no brilho observadas nas imagens a luz ultravioleta, mais escuras próximos ao equador e mais claras (com nuvens mais uniformes) nas latitudes mais elevadas e mais frias.

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