Poluição na chuva
Redonda é,
Redonda será.
Quem mais limpo do que ela,
No mundo estará?
É dicotómica,
Essa simples visão,
Porque a tabela periódica,
Está na sua composição.
Tem terra,
Tem ar,
Tem vida,
Tem morte,
E com um pouco de sorte,
Tem a batida,
Do mar.
Rodopia, por ser vida,
Cai, pois há gravidade,
Sente a necessidade,
De poder ser bebida,
De poder ser retida,
Nas flores que beija,
Ou no puro que deseja.
Se eu pudesse saber,
Quanto veneno trazes,
Faria cartazes,
Para bem alto dizer,
Quem afogarás
Quanto cancro trarás.
Redonda és,
Redonda serás,
Com o teu seio impuro,
O puro matarás.
E quem quer saber,
Do que aqui se versa,
Proponha uma cura,
Eficaz e segura,
O resto é conversa,
Pr’o problema esconder.
Redonda será.
Quem mais limpo do que ela,
No mundo estará?
É dicotómica,
Essa simples visão,
Porque a tabela periódica,
Está na sua composição.
Tem terra,
Tem ar,
Tem vida,
Tem morte,
E com um pouco de sorte,
Tem a batida,
Do mar.
Rodopia, por ser vida,
Cai, pois há gravidade,
Sente a necessidade,
De poder ser bebida,
De poder ser retida,
Nas flores que beija,
Ou no puro que deseja.
Se eu pudesse saber,
Quanto veneno trazes,
Faria cartazes,
Para bem alto dizer,
Quem afogarás
Quanto cancro trarás.
Redonda és,
Redonda serás,
Com o teu seio impuro,
O puro matarás.
E quem quer saber,
Do que aqui se versa,
Proponha uma cura,
Eficaz e segura,
O resto é conversa,
Pr’o problema esconder.
Félix Rodrigues
Qual é a cura que propões?
“Já não chove como antigamente” diria um saudosista ancião das nossas freguesias. “Não é pelas gotas terem formas diferentes, mas por aquilo que elas encerram”.
“Quanto mercúrio trazem?”
“Quantos termómetros construiriam com o mercúrio espalhado no estuário do Tejo? Existe um dedal de mercúrio em cada dois metros quadrados do fundo do maior rio português.”
“Quanto arsénio tem no seu peito? Quantos cães se matariam com o veneno contido numa pipa de água?”
“Quanto ácido sulfúrico engole? Quanta terra queimará?”, pergunta o velhote de barbas brancas que descansa num banco de praça da Vila.
Cai água e angústia do céu. Cai neve enegrecida nas montanhas. Caiem vidas sequiosas de água pura, porque já não chove como antigamente.
A água limpa, mas depois de limpar, tem que se depurar por lixiviação, nos solos cada vez mais sujos do mundo.
“Já não chove como antigamente”, digo eu, mas só tenho saudades da pureza que ela trazia. Herdei-a suja, mas não implica que me desresponsabilize de a limpar. Se eu tivesse a solução aplicá-la-ia. Mas essa não depende só de mim, é um bem comum e global. Sozinho só poderia limpar o cocuruto de uma simples gota de água.
Qual é a cura que propões?
“Já não chove como antigamente” diria um saudosista ancião das nossas freguesias. “Não é pelas gotas terem formas diferentes, mas por aquilo que elas encerram”.
“Quanto mercúrio trazem?”
“Quantos termómetros construiriam com o mercúrio espalhado no estuário do Tejo? Existe um dedal de mercúrio em cada dois metros quadrados do fundo do maior rio português.”
“Quanto arsénio tem no seu peito? Quantos cães se matariam com o veneno contido numa pipa de água?”
“Quanto ácido sulfúrico engole? Quanta terra queimará?”, pergunta o velhote de barbas brancas que descansa num banco de praça da Vila.
Cai água e angústia do céu. Cai neve enegrecida nas montanhas. Caiem vidas sequiosas de água pura, porque já não chove como antigamente.
A água limpa, mas depois de limpar, tem que se depurar por lixiviação, nos solos cada vez mais sujos do mundo.
“Já não chove como antigamente”, digo eu, mas só tenho saudades da pureza que ela trazia. Herdei-a suja, mas não implica que me desresponsabilize de a limpar. Se eu tivesse a solução aplicá-la-ia. Mas essa não depende só de mim, é um bem comum e global. Sozinho só poderia limpar o cocuruto de uma simples gota de água.
Etiquetas: drop, Gota de água
24 Comments:
Aqui cheguei vinda de outras Terras...
Estava atravessando o Oceano de regreço a a Lisboa...
Quando por ti passei...
Tuas Fotos e palavras me chamaram à atenção...
Aqui entrei com o maior Prazer...
Foi bom conhecer um pouco de Ti Irmão de Sentir...Pensar..e muitas Palavras...que nas entrelinhas muito mais diz..
Bem Hajas...Continua...
Ilda Oliveira
Beijo
Divulgação
Um Blog ,dois livros!
www.camaradachoco.blogspot.com
“Camarada Choco”
e
“Camarada Choco 2”
António Miguel Brochado de Miranda
Papiro Editora
Papelaria “Bulhosa” Oeiras Parque, Papelarias “Bulhosa”, FNAC ou www.livrosnet.com
Tema: Haverá uma fronteira entre os Aparafusados e os Desaparafusados?"
Filmes de Apresentação no “Youtube” em “Camarada Choco”
Gota de água. Fantásticas fotos, fantástico poema e uma discertação triste sobre a chuva negra e ácida.
É.. somos culpados também. Mas se tentássemos mudar a situação possivelmente passaríamos a ser ex-vivos.
Dizem que aprendemos com os erros mas.. não podemos nascer de novo e nem a Terra. Então, parabéns pelo tua postagem realmente real.
A água que vemos e da qual dependemos, apresenta-se tão bela e parece tão pura! Mas agora quando a olhamos amargamos a sua sorte e choramos o nosso infortúnio.
Um ano excelente!
Olá caro amigo este post fez-me recordar a fantástica conferência a que com muita honra assisti dada por si...visitá-lo é sair mais rico...
Fote abraço
Não tenho a solução, mas lembrei-me de lhe deixar aqui um artigo que talvez achasse interessante ler:
http://www.sciencemag.org/cgi/content/summary/287/5459/1763
http://www.sciencemag.org/
cgi/content/summary/287/
5459/1763
não sei porque é que o link ficou quebrado da primeira vez...
Querido Felix,
vocês são ventos e estrelas guias, paragens onde posso aportar, aprender e me refazer, nessa imensa viagem de palavras e sonhos ...
Beijo Grande Amigo
Olá Felix
Pois tenho a possibilidade de várias vezes por aqui passar. Não importa reler o mesmo. Há sempre um pormenor, uma informação, uma reflexão que antes teimou em não alcançar o cérebro. Parabéns por esta tua técnica e arte de chamares à atenção, de uma forma tão bela, para problemas tão feios... mas onde cada um de nós pode por um pouco de si para melhorar esta Gaia doente. Pena muitos responsáveis e seres "pensantes" não olharem o mundo assim, mas apenas para o seu umbigo ou interesse a curto-prazo.
...uma simples gota...
fantástico este teu post...
bjs do fundo do Oceanus
As fotos são magníficas. As águas de hoje são mais raras e menos límpidas do que antes e muitos de nós sabemos o motivo.
Beijos tranqüilos.
excelente escolha das fotos
gostei das palavras.....do pensar...do sentir......
li ..reli............... gostei
jocas maradas...sempre
A poesia trás a verdade do Mundo. Nada se cria, tudo se transforma e o ser Humano tem sido o mais devastador de todos os animais. Tem até colocado sua própria existência em causa pela sua ambição e descontrolada sede de desenvolvimento tecnológico.
Tudo depende de nós. De cada um de nós depende ter um mundo menos poluído. Mas será que ainda vamos a tempo? Eu acredito que se unirmos esforços tudo se consegue:)
Serenos sorrisos
Lindo...
Um Bom Ano Novo para si! Obrigada. Rapariga das Laranjas.
Início da vida,
protectora,
essencial.
Mal compreendida, banalizada, vulgarizada.
Um dia... mais cedo ou mais tarde.
Até breve
Umas imagens tão bonitas, vivas de cor,vibrantes no pormenor e os textos que as acompanham equilibram ainda mais a profundidade sugestiva. Gostei.
Olá Félix,
O poema é lindíssimo, gostei mesmo. E a chamada de atenção está perfeita. Nunca é em excesso que se fala destas coisas do ambiente. Pena é que os que têm poder não prestem a devida atenção.
Também eu gosto muito de cá vir.
Grande abraço.
Lindo...
Como vem sendo hábito, o conjunto das palavras e das fotos é soberbo.
Os metais pesados, como o mercúrio, são um grave problema, ao qual quase ninguém liga, dado que o seu impacto negativo na saúde humana, e da vida animal em geral, só se manifesta a longo prazo.
A solução, no entanto, não é nada fácil. Cometeram-se muitos erros por ignorância eIou negligência e, agora, os metais pesados fazem parte da nossa cadeia alimentar...
Bom resto de semana, abraço.
Enfim um blog muito bem ambientando, apesar do nome em contrário.
Logo a Ciência - fria como um iceberb, aqui se apresenta em versos, vejam só. Belos versos, por sinal.
Prezado Félix, parabéns por este espaço repleto de notas interessantes e belas imagens.
Saudações ecológicas!
Ergui-me ao vento na tua procura
Fundi um abraço com o sol da tua ternura
Modelei o amor com as palavras mais belas
Curso de errante espírito na tua procura
Porque o pensamento é voo de milhafre
Aprisionado em gaiola de palavras
O infinito e o incomensurável
Volto ao encontro das tuas profundas mágoas
Bom fim de semana
Aquele abraço
Seu blog é muito lindo!!!
http://sex-appeal.zip.net
http://cara-nova.zip.net
A água impura já a herdamos e também a falta de consciência do mal que provocámos, ainda existe esperança, pelo menos existe a consciência da gravidade da situação do nosso planeta, mas soluções meu amigo, penso que ainda não estão à vista e nós vamos vivendo com a esperança de que os nossos netos venham a herdar um planeta mais saudável. Sempre que te apeteça um passeio a pé é só apareceres, eu faço-te companhia.
Beijos para todos!!! E um bom fim de semana!
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