A transdisciplinaridade do tempo
Não há chuva sem Sol,
Nem brilho sem luz,
Ou vento sem frio.
Ou vento sem frio.
Fotografia de Miguel Afonso
Não há nada que corra como um raio de Sol,
Que caia translúcido como uma gota de chuva,
Ou que nos arrepie como o sussurrar do vento.
Não há nada como o tempo,
Que renega correrias,
encerrado na sua invisibilidade,
Tudo congelando,
num hiato da eternidade.
Que caia translúcido como uma gota de chuva,
Ou que nos arrepie como o sussurrar do vento.
Não há nada como o tempo,
Que renega correrias,
encerrado na sua invisibilidade,
Tudo congelando,
num hiato da eternidade.
Fotografia de Paulo Tav
Não era suposto:
Tremer-se perante a morte,
Como a frequência da luz invisível ultra-violeta,
Desprezar-se friamente a vida,
Ou comprar-se a felicidade que brota,
Dos rostos iluminados pela luz das estrelas.
Fotografia de Mintegui
Não era suposto:
Tremer-se perante a morte,
Como a frequência da luz invisível ultra-violeta,
Desprezar-se friamente a vida,
Ou comprar-se a felicidade que brota,
Dos rostos iluminados pela luz das estrelas.
Fotografia de Mintegui
Não era suposto:
Félix Rodrigues
O que será suposto decidirmos?
Num mundo onde tudo depende de tudo, temos dificuldade em perceber as disparidades entre o mundo pensado e o mundo real. A transdisciplinaridade é real, mas também terá que ser cognitiva. Paulo Magalhães no seu livro "O Condomínio da Terra" afirma que a única história universal resulta da interdisciplinaridade do tempo. É essa entidade que cola as visões. É a cola do tempo que torna tudo coeso.
A natureza não se altera pelo facto do homem a ver de forma diferente, mas altera-se a relação com ela, através da forma como a percepcionamos. Na obra de Paulo Magalhães, cita-se que "a liberdade do homem está limitada não só pela liberdade dos outros, como pela natureza de que depende". Sejamos livres, sejamos respeitosos, sejamos inventivos e contribuamos para uma nova relação do homem com a terra, que passará inequivocamente, por uma nova relação com os outros.
O bem comum deveria ser tão ou mais respeitado do que o bem individual, mas assistimos nos tempos que correm a um desrespeito do bem comum, que é vandalizado, estuprado ou delapidado. Corremos mais depressa do que a luz para a defesa dos interesses pessoais, e a passo de caracol, para defesa dos bens comuns.
Vivemos uma época de crise, sem paralelo na história da humanidade: a crise ambiental que apanhou desprevenido o Homo sapiens sapiens. Em vez de desenvolvimento, deveríamos procurar o envolvimento, deixando cair definitivamente o "des" que nos poderá estar a conduzir à catástrofe colectiva.
Etiquetas: decisões, tempo, transdisciplinaridade
8 Comments:
Querido!!!
Vim te agradecer pela visita. Estava ainda fazendo os acertos finais quando tu passou por lá. Agora já está mais arrumadinho e com as fotos no tamanho maior, que é como eu estava querendo mesmo.
"a liberdade do homem está limitada não só pela liberdade dos outros, como pela natureza de que depende"
Teu post veio mesmo a bom tempo. Tenho andado estupefata com o individualismo, o egoísmo e a crueldade humana. Sempre soubemos que de todos os habitantes do planeta, os humanos são os mais cruéis, os mais sanguinários, mais egoistas, mais individualistas, mais invasores, mais depedradores e enfim, tudo de pior fica sempre reservado aos soberanos do planeta... No entanto, a despeito de sabermos muito bem disso, dificilmente nos deparamos com a maldade a olhos vistos, coisa que tenho podido ver e perceber, bem de perto, lamentavelmente. A falta de respeito e a invasão aos direitos e intergridade do outro e de tudo e todas as coisas, é uma constante e cresce e se avoluma a cada instante, feito uma bactéria letal. Definitivamente, há que se estar atento, pois quando menos esperamos, somos levados de roldão... Sem a menor dúvida que o meio é fruto do descaso e do egoismo humano, mas os danos gerados, esses são distribuídos uniformemente entre os menos afortunados e os menos culpados...
Beijinho pra ti e vou te escrever...
Cristina
Sobre as nossas próprias decisões.
muito complexo.
"...Locked up in its invisibility,
Solidifying everything,
In a break of the eternity"
Gostei de ler o poema acima.
Bonito.
Isto está a ficar muito complicado, pois andamos a pensar que o verdadeiro impacte ambiental (aumentos da temperatura e do nível do mar, por exemplo) se faria sentir apenas daqui a umas centenas de anos.
Mas, afinal, muitos dos actuais humanos, se nada for feito, ainda poderão assistir a uma catástrofe global.
Mais um post excelente, parabéns.
Bfs, abraço.
The time locked up in its invisibility,
Solidifying everything,
In a break of the eternity.
Beautifull
Obrigada sobre o desafio anterior.
Entretanto tenho um prémio à sua espera no meu blogue porque merece.
Que a semana comece bem.
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