Medusa
Se te encantares com as Górgonas gregas,
Foge do seu abraço.
Não ponhas a cabeça,
No seu regaço.Se a irmã mais bela,
Te parece confusa,
É um estratagema dela.
Não é Esteno ou Euríale,
É Medusa,
A mortal.
Foge do seu abraço.
Não ponhas a cabeça,
No seu regaço.Se a irmã mais bela,
Te parece confusa,
É um estratagema dela.
Não é Esteno ou Euríale,
É Medusa,
A mortal.
Se ouvires a balada das physalias,
Não te tocou o amor,
É um presságio de dor,
Que se seguirá ao ardor,
Que julgaste ser rubor.
É veneno e não paixão,
O que te provoca a ilusão,
De querer sentir,
Ou mesmo possuir,
Uma bomba atómica biológica,
Em plena crise ecológica.
Não te tocou o amor,
É um presságio de dor,
Que se seguirá ao ardor,
Que julgaste ser rubor.
É veneno e não paixão,
O que te provoca a ilusão,
De querer sentir,
Ou mesmo possuir,
Uma bomba atómica biológica,
Em plena crise ecológica.
Félix Rodrigues
Arriscamo-nos a que o mundo seja governado por seres sem ossos, sem sangue e sem cérebro. Pra que servem os nossos?
As águas vivas ou medusas são, em termos fisiológicos, autênticos fósseis vivos. Há mais do que 500 milhões de anos que sobrevivem nos oceanos.
Actualmente o aquecimento global e a poluição contribuem para o aumento destes seres, e biliões destas criaturas invadem as praias e costas de praticamente todos os locais tropicais e subtropicais. E embora não tenham ossos, sangue e cérebro, algumas destas medusas estão equipadas com um autêntico arsenal mortífero. São belas: para apreciar à distância, são monstros, na intimidade.
A Physalia physalis (caravela portuguesa), por exemplo, não tem movimento próprio, flutua à superfície das águas, empurrada pelo vento, onde os seus tentáculos, debaixo de água, estão sempre prontos a envolver um peixe, necessário para a sua alimentação. Os seus tentáculos podem atingir os 30 metros de comprimento e interceptar-nos, num mergulho nas águas límpidas do Oceano. Essa medusa tem uma bonita cor azul e tentáculos cheios de células urticantes, aparecendo nas praias de todas as regiões tropicais.
O Professor João Pedro Barreiros do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores afirma que no topo dos animais marinhos que mais acidentes em humanos têm causado estão as caravelas portuguesas e as cifomedusas Pelagia noctiluca e Aurelia aurita.
Recentemente, têm sido observados grandes grupos de Physalia physalis nos Açores e um pouco por toda a parte, o que faz aumentar grandemente o risco de acidentes entre os banhistas.
Actualmente o aquecimento global e a poluição contribuem para o aumento destes seres, e biliões destas criaturas invadem as praias e costas de praticamente todos os locais tropicais e subtropicais. E embora não tenham ossos, sangue e cérebro, algumas destas medusas estão equipadas com um autêntico arsenal mortífero. São belas: para apreciar à distância, são monstros, na intimidade.
A Physalia physalis (caravela portuguesa), por exemplo, não tem movimento próprio, flutua à superfície das águas, empurrada pelo vento, onde os seus tentáculos, debaixo de água, estão sempre prontos a envolver um peixe, necessário para a sua alimentação. Os seus tentáculos podem atingir os 30 metros de comprimento e interceptar-nos, num mergulho nas águas límpidas do Oceano. Essa medusa tem uma bonita cor azul e tentáculos cheios de células urticantes, aparecendo nas praias de todas as regiões tropicais.
O Professor João Pedro Barreiros do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores afirma que no topo dos animais marinhos que mais acidentes em humanos têm causado estão as caravelas portuguesas e as cifomedusas Pelagia noctiluca e Aurelia aurita.
Recentemente, têm sido observados grandes grupos de Physalia physalis nos Açores e um pouco por toda a parte, o que faz aumentar grandemente o risco de acidentes entre os banhistas.
Há tendência para que o número de águas vivas nos oceanos aumente, porque o clima está a aquecer e porque a poluição marinha também está a aumentar.
Se pensamos que o homem é o ser que melhor se adapta a uma alteração do ambiente, enganamo-nos: as águas vivas serão capazes de nos superar.
A nossa acção no planeta está a levar-nos para um rumo perigoso: arriscamo-nos a que o mundo seja governado por seres sem ossos, sem sangue e sem cérebro. Perguntemo-nos: para que servem os nossos?
Se pensamos que o homem é o ser que melhor se adapta a uma alteração do ambiente, enganamo-nos: as águas vivas serão capazes de nos superar.
A nossa acção no planeta está a levar-nos para um rumo perigoso: arriscamo-nos a que o mundo seja governado por seres sem ossos, sem sangue e sem cérebro. Perguntemo-nos: para que servem os nossos?
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Assine a petição a favor da causa Birmanesa. Quando clicar sobre a imagem, acederá ao formulário.
Etiquetas: águas vivas, Aquecimento global, Medusas
9 Comments:
É uma óptima pergunta. Um dia será mesmo imperioso pensar no mais importante.
Um abraço.
Fotografias lindas.
além dum belo poema, uma excelente lição e uma óptima pergunta, o problema é que não sei mesmo responder à última, fica-me uma dúvida amarga na consciência... ou no consciente?
Não vim responder, confesso.
vim pedir ajuda pela causa birmanesa!
http://www.avaaz.org/en/stand_with_burma/h.php/?cl=20623333
beijinho
dia muito feliz!
Félix, gostei muito deste teu artigo. Não sei se alguma vez escreveste sobre as aranhas "domésticas". Eu acho-as muito importantes para a "limpeza" dos insectos que nos chateiam e sou incapaz de, deliberadamente, matar uma. Que me dizes?
beijinho
Felix...
sempre um lindo poema...
uma aula de arte...
de uma alma á parte...
Boa Semana Mundial da Natureza
Um abraço grande para ti
Olá Félix,
Belas e mortiferas... tal como muita da massa cinzenta humana...
Grande Abraço,
Pois é amigo, estão abertas as votações para o melhor blog Português
Passa por lá e vê
Tudo bem contigo?
Fica bem
Ao invés d'outra "Medusa",
Que idolatra o sensual,
No seu fico mui confusa,
Com a crise actual.
Seres sem ossos a dominar,
O mar lindo azulado,
Nosso corpo a declinar,
Nesse trilho envenenado.
Abalo nesta tristeza,
Maior para os banhistas;
Por um lado há beleza,
Nas caravelas que avistas.
Beleza enganadora,
Com a dor de «água viva»;
"Medusa" nova escritora,
Num Jardim anda à deriva.
Entre o Jardim e o mar,
Há diferenças abissais,
Por mim prefiro amar
A rima que sonho mais.
Ao artista de bom nome,
Poeta e conhecedor,
Um bloguista de renome,
Julgo ser um vencedor.
:)
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