Poluição marinha: A ubiquidade do mercúrio.
O mercúrio é um metal pesado que é libertado para a atmosfera pela mineração, pela queima de carvão, ou incêndios florestais. Dada a sua capacidade de se converter, no ambiente, em metilmercúrio torna-se problemático em termos de saúde pública.
O ouro é o metal dos ricos, e o mercúrio tornou-se o metal dos pobres.
Contribuem grandemente para os níveis de mercúrio nas águas dos Oceanos, as emissões atmosféricas resultantes da queima do carvão vegetal e mineral em centrais termoeléctricas, existentes em praticamente todo o mundo.
Na última década, a industrialização da China têm levado a um incremento substancial de mercúrio na atmosfera e nas águas dos Oceanos. De seguida apresentam-se as emissões anuais de mercúrio estimadas para o Globo.
Ásia – 1138 toneladas por ano
Europa - 326 toneladas por ano
África- 246 toneladas por ano
América do Norte- 188 toneladas por ano
América Central e do Sul- 176 toneladas por ano
Oceânia – 48 toneladas por ano
O mercúrio, como poluente marinho, vai sendo acumulado na cadeia trófica. Na figura seguinte tenta-se esquematizar essa acumulação.
Os principais riscos de saúde pública associados à bioacumulação do mercúrio são:
Riscos de danos cerebrais nos fetos.
Riscos de agravamento da doença de Alzheimer.
Riscos de paralesia cerebral
Riscos de diminuição da memória
Riscos de problemas cardiovasculares
Riscos de Cancro
A prevenção pessoal, de contaminação por mercúrio, pode ser implementada, principalmente em grupos de risco por:
Não consumir grandes predadores como o tubarão.
Redução do consumo de atum.
Redução do consumo de peixes de profundidade.
Redução do consumo de Salmão
Redução do consumo da solha.
Os peixes mais saudáveis são normalmente:
A Sardinha.
O Chicharro (carapau).
Os Peixes de superfície, pescados em áreas de pouca pressão antrópica.
Associadas às emissões antropogénicas de mercúrio que se depositam nas águas dos Oceanos, ainda existem as emissões naturais, normalmente resultantes da desgaseificação magmática, ou seja, de emissões vulcânicas submarinas.
Cada vez mais se exige conhecer para consumir. Cada vez mais se exige conhecer os ciclos naturais dos poluentes, cada vez mais se exige conhecer os prós e os contras de uma determinada actividade.
Será que todo o peixe faz bem à saúde?
Será que o consumidor não tem o direito de saber o grau de contaminação do peixe que compra?
Será importante conhecer o local onde o peixe foi apanhado?
Será que o ouro tem associado o preço dos impactos ambientais que produz?
Será que o ouro e a industrialização justifica todo o tipo de emissões?
Links interessante sobre a mesma temática:
Blog do Jeso Carneiro
Blog da Floresta da Índia Ursa Sentada
4 Comments:
Tenho de refazer a minha dieta de peixe e de me reconciliar com a sardinha.
Penso que o direito que nós temos, como consumidores, à informação viverá sempre à luz dos interesses económicos. A atenuar esta realidade há o conhecimento científico,no qual se inclui o seu artigo ,que nos alerta e fornece outras possibilidades.
Gostei muito do artigo!
Cristina.
Claro que existem outras formas. O Problema é que nem todas as pessoas tem capacidade económica e científica para as implementar. São normalmente as multinacionais que o fazem.
Para mim a questão fundamental do garimpo prende-se com a ambição desmesurada por um lado, e pela falta de formação e capacidade de subsistência por outro.
Qual o modelo de sociedade global que pretendemos? Esta questão é muito difícil de responder.
Quanto à informação, ela permitirá uma escolha mais consciente e se calhar, mais justa.
Este artigo deixou-me a pensar em muitas questões:
De facto este modelo de sociedade global está muito longe de nos trazer a dita Felicidade, mesmos para os mais poderosos.Todos nós precisamos de comer e acabamos por comer o que o ambiente nos proporciona.Se pensarmos no que proporcionamos ao ambiente é fácil de ver que o que atiramos para o ambiente virá cair-nos no prato.
O problema do mercúrio é um dos muitos que nos deve preocupar, principalmente porque as suas consequèncias não se podem limitar a um espaço temporal ou geográfico.O que significa que por mais que se queira minimizar os efeitos estarão sempre fora do controlo do homem e da capacidade da ciência para os resolver.
Os valores que defendemos são os valores de quem?
Se tiver de escolher entre um anel de ouro e um peixe fresquinho cozido com batatinhas e feijão verde, eu vou pelo peixinho, o anel não satisfaz a minha fome!
No entanto, nem todos pensamos sempre assim é claro!Se estamos saciados e confortáveis,continuamos á procura do El Dourado com se fosse o nosso objectivo final.
Até que um dia descobrimos que o nosso El Dourado sempre esteve na nossa capacidade de sobreviver e contribuir para a sobrevivência dos outros, no respeito que temos por nós próprios e pelos outros, nas escolhas que fazemos e nas opções que tomamos.
Elisabete.
Estou agradado com o teu regresso e melhoras.
Gostei do teu comentário, pertinente por um lado e perturbante por outro, em termos da moralidade que defendes. Creio que para avançarmos rumo ao "El Dourado" que defendes, ainda teremos que evoluir como sociedade.
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