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2009-09-01

Escolher entre a direita e a esquerda só quando não se tem opção...

Direita, é o termo utilizado para designar indivíduos com ideais considerados conservadores (em relação aos costumes) ou liberais (em relação à Economia), por oposição à esquerda política. A esquerda política define-se por várias correntes de pensamento, algumas com muito pouco em comum, desde o Liberalismo social (diferente do Liberalismo económico, hoje em dia considerado de direita) ao anarquismo, passando pela Social-democracia e pelo Marxismo-Leninismo.
Estas definições têm como objectivo esclarecer o Senhor Nelson Lourenço, que já por duas vezes consecutivas se esquece que concorrem à Câmara de Angra do Heroísmo, várias forças políticas, entre elas o CDS-PP, a CDU e o Bloco de Esquerda, ou seja uma direita e duas esquerdas. Usando as definições referidas anteriormente, é fácil verificar que concorre à Câmara de Angra do Heroísmo uma direita (Centro Democrático Social) e quatro esquerdas: PSD, PS, CDU e BE. Pensáva-se que o senhor Nelson Lourenço, com a argumentação que usa no seu artigo, estava a apelar ao voto no CDS-PP. Pelos vistos não: apela ao voto no PSD e admite só existirem no espectro político autárquico dois partidos. Percebe-se que é defensor do bipartidarismo, mas esquece-se que a vida não é pintada apenas a duas cores, o preto e o branco. Tal é verdade para os daltónicos, mas mesmo assim, conseguem ver tons de cinzento que não é exactamente o mesmo que só ver branco ou preto. Também se esquece que podendo ser-se liberal na economia, também se pode ser liberal nos costumes e que nenhuma definição se encaixa na perfeição em nenhum partido, nem mesmo na esquerda profunda ou na direita que ele defende.
O bipartidarismo não é democrático, pois existem milhentas questões cujas respostas não são dicotómicas, a que se possam responder com um mero sim ou não. O bipartidarismo acaba por ser ridículo, pois os maus serão derrotados para dar lugar aos bons, que antes foram considerados maus. Nesse sistema, o bom e o mau transitam entre si, qual “Yin-Yang” chinês, onde uma vez se vê preto outra vez branco, devidamente agarrados um ao outro.
A grande vantagem da democracia é que teoricamente podemos escolher quem nos representa, não fosse a patetice de se pensar que existe uma coisa chamada de voto útil. Afinal o que é o voto útil? É uma lógica bi-partidária dos bons contra os maus.
No Centro Democrático também existem princípios filosóficos recentes, nomeadamente o da incerteza de Heisenberg, que “impõe restrições à precisão com que se podem efectuar acções simultâneas de uma classe de pares de observações”. Quero com isso dizer que possível que um indivíduo de esquerda possa transitar para a direita e vice-versa, consoante ao cabeças que existem num e noutro lado, mas é impossível que um indivíduo seja simultaneamente de direita e de esquerda, se bem que já ouvi dizer que há por aí socialistas de direita e PSD’s de extrema esquerda. Também com base nesse princípio é impossível ser-se em simultaneamente bom e mau governante, logo o bi-partidarismo e o voto útil são conceitos anti-democráticos e irracionais.
Qualquer cidadão é livre de parar no Centro ou outro lugar qualquer e aspirar como qualquer outro ao poder. O Centro pode ser como o fulcro de uma balança: podemos deslocar-nos um bocadinho mais para a esquerda, em função das circunstâncias que tem que ser resolvidas, ou um bocadinho mais para a direita se tal for oportuno, sem nunca perder de vista o equilíbrio da alavanca, ou seja, o desenvolvimento sustentável da sociedade.
Muito se engana o senhor Nelson Lourenço quando diz que há que mobilizar todos os que tem um pensamento de direita num dado sentido de voto, o que há é que mobilizar as pessoas para votarem livremente.
Numa coisa estamos de acordo: “apela-se ao discernimento dos eleitores para não se deixarem ir em folclore político e propaganda barata”, mas também nos atrevemos a dar alguns conselhos:
Caro eleitor, analise propostas, analise orçamentos, analise candidatos e não se prenda com o vermelho e o laranja. O arco-íris tem sete cores: Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde, Azul, Anil e Violeta, todas essas cores estão à sua disposição. Desconfie, se elas estiverem todas juntas ou se forem transformadas em preto e branco, pois o princípio da incerteza de Heisenberg não se aplica, logo é contra-natura.
Temos direito a várias opções na nossa sociedade: clubisticas, sexuais, profissionais, etc. Porque é que em política há-de ser diferente e só termos direito a duas?

1 Comments:

At 17:57, Blogger TF said...

Depois de publicar o meu primeiro comentário há pouco, continuei a ler os teus posts e dou conta que não defendes o voto útil. Mas, como sair desta ratoeira onde nos colocam as técnicas de contagem de votos versus a atribuição de lugares de deputado?Descobri também que vieste ao Porto em Agosto. Pena não teres parado no Entroncamento para visitar os Navegantes ... quem sabe um dia ...
Bjs

 

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